Ana Carolina observava pai e filha conversando. Eles falavam de coisas que fariam juntos, e Sophia falava da mãe dela, que não estava bem e que estava preocupada. Jean dizia para não se preocupar que as coisas se resolveriam. E a menina insistia que não queria voltar para a casa sem ele.
Enquanto isso Ana observava os olhos verdes dele, o furinho no queixo. Ela fecha os olhos e tenta se lembrar do homem. Mas ele usava uma máscara. Franze o cenho, ele tinha um furinho no queixo? Não conseguia se lembrar… fizera tanto esforço para esquecer que agora, suas memórias estavam confusas…
- Prof… - Sophia chama a atenção de Ana\, que sorri para a menina.
- Oi\, meu amor.
- Você pode me levar na festa junina?
- Claro\, querida. - Ana sorri e Jean agradece com os olhos.
- Vou acertar as coisas com o advogado\, para poder pegá-la pelo menos nos finais de semana por enquanto. Mas caso não consiga\, fica acertado de você levá-la. - Ana apenas sorri e assente. - Mas eu pagarei\, não se preocupe. - E Ana joga a mão para frente.
- Não há necessidade! É um prazer estar com uma menina tão legal e querida como a Sophi. - Sophia sorri e olha para o pai.
- Ela não parece uma princesa? - Ana ri alto\, erguendo as sobrancelhas e fechando os olhos.
- Princesa é você!
- As duas são! - Jean diz sorrindo e os olhos dele brilham. Sentia-se bem na presença dela\, como não se sentia há anos.
- Não podemos almoçar no Mc Donald’s? - Sophia sorri amplamente e se pudesse Jean com certeza a levaria.
- Ôh meu amor… não dá… - Sophia faz um beiço.
- Se der tudo certo\, sábado a levo. - Sophia enche os olhos de lágrimas.
- E se não der?
- Vai dar! - Ana responde\, vendo o pai tão emocionado quanto a menina. Por fim\, Jean ergue os olhos e agradece em um movimento de cabeça a ela. Em seguida ela ajuda a menina a se vestir novamente\, pois estava quase na hora de irem buscá-la. E mais uma vez a marca nas costas da garotinha a deixa apreensiva. Seria possível? Ela tinha idade suficiente para ser… engole seco e retorna com a menina para sala.
O carro chega para buscar Sophia e Jean não sai de dentro da casa. Enquanto a professora entrega a sua filha ao motorista, Jean observa a casa dela. Era tudo bem arrumado e tinha um ar aconchegante. Sorri pensando que sempre prezou pelo dinheiro, e tudo que queria nesse momento era uma casa aconchegante, ou melhor, um lar para voltar. Ouve-a voltando e largando a sombrinha em um balde.
- Obrigado por hoje. Significou muito. - Jean diz se levantando e ficando frente a frente com a mulher. Os olhos amendoados dela brilham e o sorriso meigo faz seu coração balançar.
- Sempre que precisar\, estarei aqui. - Ela coloca uma das mãos no ombro dele e o corpo de ambos se arrepiam. Ela tira a mão rapidamente\, em seguida engole seco. - Bem… ahn\, tem compromisso para agora? - Ela o olha com aqueles olhos grandes e mesmo que ele tivesse que tirar o pai da forca\, diria que não tinha nada.
- Não…
- Quer almoçar aqui? - Ela sorri e vai até a cozinha\, ele a segue. - Eu sempre deixo a comida semi pronta\, e hoje fiz escondidinho de carne moída. - Jean olha ela se abaixando e pegando a forma no forno e repara no corpo bonito da mulher. Ela tinha seios fartos e aparentemente firmes\, a cintura mais fina\, e os quadris pouca coisa mais largos. Ela vira-se e vira a cabeça de lado\, com um meio sorriso na boca. - Estava olhando para a minha bunda? - Ela ergue as sobrancelhas e Jean sente o peito disparar.
- Desculpa. - É o que ele diz e sente vontade de sumir dali\, mas ela começa a rir.
- Vou considerar isso um elogio. - Ela ainda ri.
- Nesse caso… - Jean sorri amplamente para a bela mulher. - Eu aceito o almoço.
Ana serve o escondidinho com batata palha e suco de laranja. Eles comem enquanto Jean conversa sobre a conversa com o advogado.
- Minha esposa\, ou melhor… ex esposa… - Ele franze o cenho\, em seguida balança a cabeça. - Ela é debilitada e precisa de cuidados\, não tem como cuidar da menina sozinha. - Ana assente.
- Mas será ruim para Sophi ficar longe da mãe. - Jean assente\, mas em sua cabeça se passa que ela ficou sem mãe até os 4 anos\, por isso ela preferia ficar com ele. Porque a mãe ela tivera mesmo\, fazia 3 anos. Mesmo que ele tivesse sido um pai ausente a maior parte do tempo.
- Eu … - Ele balança a cabeça. - Eu fui um pai ausente por muito tempo. Não sei como ela ainda pode me amar… - Ana pode sentir mágoa na voz dele.
- Não se culpe e se cobre tanto. Todos os pais erram\, é normal.
- Você tem filhos? - Jean pergunta curioso sobre a vida dela\, pois pouco sabia.
- Não. - Ana baixa a cabeça.
- Você é uma ótima professora\, com certeza seria uma ótima mãe. - Ele diz simpático\, mas ele vê uma sombra no olhar dela.
- Já está quase na hora de eu sair para a escola. - Ana diz com um sorriso forçado.
- Ah\, claro. - Jean se levanta e a ajuda a colocar as coisas na pia.
- E você conseguiu um lugar para ficar? - Ela pergunta arrumando suas inúmeras bolsas.
- Estou em um hotel\, mas já vi uma casa.
- Em que bairro? - Jean hesita. Ele procurara casas próximas a dela. Por quê? Não sabia\, mas fez.
- Aqui\, no seu bairro. - Ana o olha e sorri.
- Gostou dos ares daqui?
- Gostei\, além do mais\, Sophia precisará de aula por um bom tempo e seria bom estar perto. Trabalho muito e… - Ele é interrompido por ela.
- Olha\, não é da minha conta\, mas já que estamos começando uma amizade\, devo lhe dizer. - Ela coloca as mãos na cintura\, e ele só falta babar por ela. - Se quer ser o responsável legal por ela\, precisa dar-lhe atenção e não só trabalhar! - Jean engole seco e assente. Ela estava certa. E além do mais\, ele já era muito rico\, era bilionário\, ou até mais que isso. Se quisesse poderia se aposentar hoje mesmo\, que ainda assim teria dinheiro para viver bem o resto a vida.
- Está certa! - Ele engole o nó em sua garganta. - Eu vou me esforçar e serei um bom pai. O pai que ela precisa. - Ana sorri e vai até ele\, colocando as duas mãos nos ombros dele. Uma em cada ombro.
- Você é o pai que ela precisa\, o pai que ela ama. - Ele a olha admirado. Como ela podia ser tão boa com as palavras? - Apenas… aceite-a também\, como ela é\, e a ame.
- Eu a amo! - Jean diz com os olhos úmidos.
- Eu sei. - Ana Carolina o abraça. Ela sentia a necessidade de confortá-lo. Sente os braços fortes contornarem sua cintura e a apertarem contra ele\, com as mãos grandes abertas em suas costas\, enquanto ele respirava longamente sentindo o doce perfume dela. - Dará tudo certo. - Ela diz baixo\, próximo ao ouvido dele\, alisa as costas dele\, e Jean sente algo estranho. Aquela voz… parecia ser de alguém conhecido\, mas quem…?
- Obrigado! - Ele solta-se do abraço e respira fundo. Ana o olha e sempre que o olhava parecia mais que ela já o conhecia\, muito antes de agora. Seria da escola mesmo?
Se despedem e cada um segue seu rumo.
Ana Carolina - 26 anos
Jean Paulo - 37 anos
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Atualizado até capítulo 77
Comments
Silvana Almeida
tbm gosto de fotos
2025-03-29
0
Debora Maria
Obrigado por mandar fotos de Ana e Jean, pois tento formar imagem como seriam. faltou a criança, e julieta.
2024-10-14
1
Maria Socorro Netos
Eles formam um lindo casal
2024-10-13
0