Capítulo 18 Ângela/Jonathan

O restante da semana, Jonathan me deu um tempo, só trocamos mensagens curtas, para saber se estávamos bem.

Estou temerosa, num momento de fraqueza, acabei jogando a "bomba" no colo do Jonathan e me arrependo amargamente.

É tão difícil não aceitar o que ele me oferece. Pensei que contando a verdade da minha vida, ele se afastaria e por sua própria segurança, me deixaria sozinha. Talvez, ainda faça isso. O que o impede de terminar algo que nem mesmo começou? Talvez seja hoje, o dia que faça isso.

Tantas perguntas e dúvidas. Está difícil me concentrar, me sinto mal por não ter contado nada para Naty. Mas por que envolveria ela nisso tudo?

Suspiro me olhando no espelho. Porque o amor e a paixão tem que doer tanto?

Comprei um vestido novo, me arrumei o melhor que pude, agora tudo que me resta é saber o que Jonathan quer fazer com as nossas vidas.

Jonathan

Escolhi um restaurante simples e afastado do centro, não quero que Ângela se sinta mal, ou pouco à vontade no ambiente.

Observo-a olhando através da janela do carro, mesmo sabendo a razão dos tormentos da sua vida, ainda tem um ar misterioso e melancólico.

Ela é linda!

Não é uma beleza comum, que vemos no dia a dia, talvez seja meus olhos apaixonados, mas a vejo numa beleza tão rara que chega ser exótica.

O vestido contorna-lhe o corpo, os cabelos soltos e iluminados, desenham seu perfil, a formosura dela, me tira o fôlego a qualquer momento.

Foi difícil dar espaço para ela pensar na nossa recente relação, mas eu quero que ela me aceite por completo, assim como ela pode confiar-me o seu segredo obscuro.

Sei que estou me metendo em algo sério e perigoso. Se meu pai souber que estou fazendo tudo isso por uma garota, se não me matar me aleija!

Tudo isso não deixa de me fazer sentir eufórico e receoso. Mas é assim que me sinto com ela, ousado, louco e audacioso.

Sou gentil com ela, abro a porta e estendo a mão. Ela parece surpresa, mas sorri e aceita graciosamente.

Enquanto esperamos nossos pratos, comecei a conversar com ela.

— Pensei em você o restante da semana, definitivamente não consigo mais ficar afastado de você, Angel. Estou apaixonado demais, é forte, sou capaz de fazer loucuras por você.

Ela me olhou pasmada. — Pensei que tinha desistido de nós. Ainda está a tempo... é só fingirmos que nada aconteceu. Liberte-se de mim.

— Como pode pensar assim? Eu sei da seriedade da situação, não sou tolo, mas o que sinto é muito maior, Angel. Eu quero fazer parte da sua vida, quero me arriscar nessa relação. Sabe que não existe bom investimento, sem seus riscos. E por você, estou disposto a correr todos os riscos! Eu quero amar tudo em você, desde as partes difíceis até às mais doces. — Encaro-a sem a menor dúvida, eu amaria tudo nela.

Ângela

Estou encantada, ele realmente não vai desistir de mim. O mínimo que posso fazer é me entregar a ele e deixar esse sentimento profundo florescer.

— Jonathan... você é maravilhoso, perfeito, não tenho palavras...

— Vou te pedir oficialmente, então. Aceita namorar comigo? — Ele sorri gentilmente.

— Aceito. — meu sorriso se escancarou.

Ele coloca a mão no bolso, tira uma caixinha e abre. — Aceita essa joia, como um símbolo da nossa relação.

É um anel de esmeralda, cravejado em diamantes. Fico boquiaberta, certamente não mereço isso e sem resistir deixo as lágrimas escorrerem.

— Jonathan... é muito lindo! Não precisava fazer isso... Eu não preciso de tudo isso...

— Shiiiii.... — Ele coloca o indicador nos meus lábios, me interrompendo. — A esmeralda combina com a cor dos seus olhos, como imaginei.

Ele pega minha mão e coloca o anel no meu dedo com delicadeza.

— Desse jeito você me deixa sem graça... eu não estou acostumada com tanta atenção e luxo... — Estou chorando mais do que deveria, eu acho.

— Não quero que se acostume. Vou fazer de tudo para sempre surpreender você. — Ele passa os polegares nas minhas lágrimas.

Perdida nos olhos dele, pergunto-me como pude ser tão abençoada por Deus. Somos interrompidos por uma voz feminina. — Jojô?

Encaro a mulher de cabelos ruivos, perfeitamente vestida e dona de um corpo curvilíneo e atraente.

— Nicole? — Jonathan dá um salto na cadeira e olha incrédulo para mulher.

Ela me olha com desdém e desvia a atenção para Jonathan. — Quem é essa?

Com o breve silêncio de Jonathan, ela vai direto para minha mão com o anel.

— Ângela, minha namorada. — Ele finalmente responde seco.

— Não perde tempo, hein bonitão? Minha cama nem esfriou ainda e já me substituiu. — Ela tem um desapontamento camuflado como malícia.

Era previsível que Jonathan tivesse seus relacionamentos, só não esperava aparecer tão rápido assim.

— Não lhe devo explicações! Terminamos.

— Claro! A gente se vê por aí! — Ela me lança um último olhar ameaçador e saí de nariz empinando. Por algum motivo senti um calafrio percorrer todo meu corpo, chegou a arrepiar todos meus pelinhos do corpo.

— Desculpe por isso. Se soubesse que ela estaria aqui, teria escolhido outro restaurante.

— Tudo bem. — Dou com os ombros e tento esquecer dos olhos ameaçadores da ruiva.

Acabamos comendo rapidamente, e logo saímos do restaurante. Jonathan me leva ao mesmo bar, que fomos da primeira vez que saímos. O meu rosto mostra a alegria, de lembrar dos momentos que rimos juntos nesse lugar. Aqui sim, é um lugar tranquilo.

Sentamos à uma mesa desta vez.

— Já conversou com a Isabella a nosso respeito?

— Pensei em contarmos juntos. — Ele dá sinal ao garçom.

— Tem certeza? Não seria melhor ter um momento pai e filha antes?

— Você acha melhor assim? — Ele pergunta pensativo e pede nossas bebidas.

— Acho que sim. Como apresenta suas namoradas para ela?

— Nunca apresentei... não tive namoro sério.

Fico de olhos arregalados. Como ele nunca namorou sério? E está tão comprometido comigo em tão pouco tempo?

— Surpresa? — Ele me encara.

— Muito!

— E você, teve namorados?

— Sério, só quando era Rebeca, mas era paixão de adolescente. Tive alguns encontros na faculdade, mas nada que realmente valesse a pena.

— Hmm...

Nossas bebidas chegam. — Desta vez, vamos pegar leve, quero ir embora sóbria!

Jonathan dá risada. — Vamos fazer algo diferente hoje.

— Como o quê? Me dá até medo das suas ideias! — Dou risada.

— Que tal uma dança?

— Não tem ninguém dançando aqui...

— Seremos os primeiros. Será nossa primeira dança, como namorados oficial.

Com toda gentileza dele, Jonathan se levanta e estende a mão para mim. Eu aceito e vamos para o meio do bar sobre olhares curiosos. A música desse bar é sempre suave e romântica.

A sensação de estar envolvida pelos braços de Jonathan é simplesmente maravilhosa! Dançando lentamente no embalo da música romântica, eu não quero estar em outro lugar que não seja nos braços deste homem, que tanto me venera e está tão apaixonado quanto eu.

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