Como estou feliz de ouvir as risadas da Ângela, ela me inspira. Sinto um desejo profundo de estar com ela, de protegê-la.
— É só eu, mas as luzes parecem mais brilhantes? — Ela fica observando as lâmpadas.
— É o efeito das doses de tequila. — Dou risada.
Ela gargalha. — Com certeza!
— Acho melhor irmos embora, como um bom homem e cavalheiro que sou, vou levá-la para sua casa.
— Hã? — Ela levanta e se desequilibra no salto.
A seguro firme, ela está quente e fica ofegante nos meus braços. Nos encaramos, se fosse outra mulher, me aproveitaria da situação com certeza. Mas com ela é diferente, sinto que tenho que cuida-la, um sentimento diferente me envolve. Dessa vez sou eu querendo me aprofundar nos sentimentos?
Firmo ela no chão, mas ela não me solta, como se estivesse necessitada de atenção. Eu a abraço, sentindo o calor do seu corpo embriagado. Ela é carente, posso sentir.
Dou sinal para o segurança e o motorista, pago a conta e ainda segurando a Ângela, saio do bar.
Ajudo ela entrar no carro, assim que entro ela se aconchega em mim e fecha os olhos. Em poucos minutos ela ressona baixinho no meu peito. Sem saber onde ela mora, faço uma coisa que há anos eu não faço com mulher alguma, a levo para minha casa.
Até tentei acordá-la, mas com certeza ela excedeu os limites bebendo.
Chegamos de madrugada, com muito carinho, pego-a no colo e a levo para o quarto de hóspedes, deitando seu corpo vulnerável na cama. Retiro a sandálias dos seus pés e a cubro. Fico olhando ela dormir e me perco nos sentimentos que tem crescido arrebatadoramente por ela. Eu a quero, não por uma noite, a quero para sempre, todos os dias.
Meu Deus! Nem mesmo a conheço direito, como posso desejar alguém assim? Meu coração chega a doer, de tanto que anseio estar perto dela e não me afastar mais. Me apaixonei? Completamente.
Ângela
Acordo com a cabeça doendo horrores, começo a piscar e... onde estou? Que cama é essa? Meu Deus! Que quarto é esse!?
Levanto assustada e tento lembrar como foi que cheguei nesse lugar.
Ajeito o vestido, o mesmo de ontem a noite. Cadê minhas coisas? Percorro os olhos pelo quarto gigante e luxuoso, vejo minha bolsa e junto um copo de água, um comprimido e um bilhete.
"Para ressaca, Angel"
Jonathan
Onde eu vim parar com o Jonathan? Olho a cama preocupada, tento encontrar algum vestígio de que não dormi sozinha, mas tudo indica que estava só durante toda a noite.
Pego meu celular na bolsa, já passa das dez da manhã. Tem ligações perdidas da Naty.
Preciso saber onde eu estou primeiro, depois converso. Tomo o comprimido e vou no banheiro do quarto, faço minha higiene e saio. Olho para os quatro cantos e não faço ideia de onde estou ou qual é a saída. Será que é um hotel? São tantos quartos, mas está muito silencioso e não vejo funcionários. Vou andando pelo longo corredor, até me deparar com uma escada, definitivamente não é um hotel.
Enquanto desço as escadas reconheço a senhora que aparece.
— Nancy?
— Bom dia, querida! Dormiu bem?
— Tão bem, que nem me lembro como vim parar aqui...
— O Jonathan te trouxe pra cá.
— Estou na casa do senhor Ferraz?
— Me chame de Jonathan. — A voz grave veio de trás de mim, me deixando paralisada.
— Está tudo bem, Angel? — Ele se posicionou na minha frente.
— E-eu... tô bem... — Gaguejo.
— Venha tomar um café, deve estar faminta. — Nancy me chama.
— Ainda estou perdida... desculpe...
— Eu te acompanho, vem comigo. — Jonathan pega a minha mão e me leva até a sala de jantar enorme, com a mesa cheia de comidas gostosas. Chegou a me dar uma fome tão grande quanto a mesa!
— Fique à vontade, querida. — Nancy sorri.
Jonathan puxa a cadeira para eu sentar, e se senta de frente para mim.
— Você dormiu no carro, antes de dizer o seu endereço. Então trouxe você para minha casa. — Ele se explica.
— Que vergonha... fiz alguma besteira? — encaro-o com medo.
— Não! Foi um momento maravilhoso que tivemos juntos no bar, não se lembra?
— Me lembro sim... De algumas coisas eu acho... Está confuso. Só não lembro como saí do bar... me diverti muito também. — sorri. Lembro da Isabella e pergunto: — Onde está a Isabella?
— Ela tem aula de balé todo sábado pela manhã.
— Hmm... melhor eu ir embora, não saberia me explicar com ela...
— Não se preocupe com isso. Agora come um pouco. Prefere suco ou café?
— Café, mas pode deixar que eu me sirvo.
Sem se importar com o que disse, ele enche uma xícara de café.
Eu tomo o café, bem pensativa. O que foi que eu fiz? Como vim parar aqui? Não posso me envolver, é perigoso, para mim e para ele. Estou com medo de abrir o coração, com medo do que virá.
Jonathan
Ver a Ângela pensativa assim, me atemoriza. Ela tem um mistério no silêncio dela, que de alguma forma me traz tormento na alma. Ela parece carregar um fardo emocional gigante, posso ver através de seus olhos esverdeados lindos e melancólicos. Ao mesmo tempo que quero me entregar nesse sentimento profundo, eu temo estar me afundando num oceano onde não enxergo nada, e tudo pode acontecer.
Será que sou capaz de me deixar levar pelo vento? Será que me adentro nesse abismo e espero as surpresas do caminho? Será que sou capaz de apaixonar e amar essa mulher e ser suficiente?
Que um sentimento forte nasceu no meu coração, não posso negar mais. Ela chegou abalando tudo dentro de mim, e me arrastando para uma avalanche de sentimentos diferentes e desconhecidos.
O silêncio dela me aflige, eu daria tudo para saber o que ela pensa agora. Por que ela tem que ser tão misteriosa? Por que ela não se abre falando um pouco dela e me alivia desse desespero?
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Atualizado até capítulo 81
Comments
Cida Pereira
e agora o que ele vai fazer, parabéns essa história é Chow.
2024-09-14
6
Aurisia Ivo da Silva
Eita 🤔🤔🤔🤔
2024-09-12
1
Vaniza Goncalves
entao larga a outra e agarra essa antes que venha outro e nhak e tu fica rodado kkk
2024-07-08
13