Cativada pelo beijo suave do Jonathan, sinto suas mãos que, antes tocavam as teclas do piano, agora seguram meu rosto delicadamente. Precisando respirar nos afastamos, mas as mãos dele permanecem envolvidas na minha face, com os nossos rostos próximos.
— Ângela... — Ele suspirou encostando nossas testas.
— Jonathan...
Alguém limpando a garganta nos tira do nosso clima apaixonante.
— Hahãm...
Rapidamente me levanto e vejo um homem de pé na sala, nos olhando sem graça.
— Desculpe, atrapalhar senhor... mas está na hora de buscar a Isabella. Vai me acompanhar, ou posso ir sozinho.
— Eu vou também Francisco, só um minutinho. — Jonathan se levanta.
— Eu vou embora. — Fico agitada e tentando lembrar onde foi que deixei a minha bolsa.
— Calma, Angel, não precisa ir embora, a Isabella gosta de você.
— Não é isso... eu preciso dar comida para o Boby... E tirar essa roupa, tomar um banho... Onde eu deixei a minha bolsa? — continuo afobada.
— Deve estar no quarto que dormiu, eu busco pra você. — Jonathan vai em direção da escada.
— Não precisa, eu posso buscar...
— Eu vou, se aquieta Angel.
Começo a respirar compassadamente, como cheguei nesse ponto? Deixei-me levar pelo meu coração traidor. Eu não posso me envolver, não, não, não!
Jonathan desce as escadas calmamente e eu estou a ponto de furar o chão, de tantas voltas.
— Está tudo bem, Angel? — Ele me olha preocupado.
— Sim, estou bem... — tento diminuir a aparência de nervosismo, pelo menos as aparências.
Jonathan continua me encarando, com uma interrogação estampada no rosto.
— É sério, preciso ir.
— Meu motorista te leva.
— Não precisa, eu vou de Uber, ônibus, só me deixar no ponto. Não vou atrapalhar você ir buscar a Isabella...
— Eu tenho mais de um carro, Ângela, não vai atrapalhar em nada.
Ele sai da sala e volta com o mesmo homem.
— Francisco vai levar-te a sua casa.
— Obrigado pela gentileza.
Saio atrás do Francisco, sem olhar para trás. Estou numa confusão total, não sei se choro, se dou risada, se saio correndo pela rua, se me aquieto no carro...
O motorista deve ter visto o meu nervosismo, porque me olha desconfiado pelo retrovisor.
Quando chego no meu apartamento, Boby logo começa a se esfregar nas minhas pernas. Coloco a ração dele e troco a minha roupa e faxino todo o apartamento. Não é grande, mas quando estou nervosa, faço parecer uma casa enorme de tanto que esfrego tudo. Preciso espairecer, estou ansiosa demais, não consigo acalmar o sentimento que brotou no meu coração.
Já está de noite, quando finalmente termino tudo. Tomo um banho demorado e faço um pequeno jantar. Deito-me no sofá e ligo a TV, o único filme que vem na minha cabeça, é "Em Algum Lugar do Passado". Me vejo obrigada a assistir esse filme antigo, mais uma vez.
Jonathan
Enquanto Isabella fala empolgada, os passos que aprendeu, eu fico olhando através da janela do carro, me perguntando como a Ângela se sentiu com o nosso beijo. Embora ela tenha correspondido, a atitude nervosa e afoita depois, me deixa preocupado.
Quando coloco os pés na minha casa, ainda pensativo, uma surpresa nada agradável para o momento. Minha mãe. E se ela já não fosse problema o bastante, tinha que aparecer com a Nicole!
— Oi querido, desculpe aparecer sem avisar. — Minha mãe me dá um beijo no rosto.
— Como está a minha linda netinha?
— Vovó!
Minha mãe abraça a Isabella e eu olho para Nicole, indignado.
— Oi, Jojô!
Ela me abraça e dá um selinho, fico estático, sem saber o que fazer agora. Odeio esse apelido ridículo!
— Finalmente estou conhecendo a Belinha! Você é muito fofa, sabia? — Nicole diz apertando a bochecha da Isabella. Minha filha não gosta nada.
— Quem é você? — Isabella pergunta mau-humorada, passando a mão na bochecha.
— Sou a Nicole, namorada do seu pai.
Hã?
— Desde quando meu pai tem namorada? — Isabella está magoada e com raiva.
Me abaixo na altura dela e digo: — Filha, sobe para o seu quarto com a Nancy. Depois eu prometo falar com você direito, tá bom?
Ela está triste, porém assente, sobe para seu quarto e a Nancy a acompanha.
— O que pensa que está fazendo Nicole? — Falo bravo.
— O que foi querido, a Nicole não é a sua namorada? Já está na hora dela conhecer a futura enteada. — Minha mãe entra na frente.
Não estou acreditando!
— Sua mãe me convidou para vir com ela à sua casa. Não vejo problemas, Jojô.
Como ela me irrita! Mais do que me lembrava.
Respiro fundo e falo: — Dá uma "licencinha" mãe? Nicole me acompanha.
Vou até meu escritório e Nicole se aproxima querendo me beijar, mas eu viro o rosto.
— O que está acontecendo, Jojô?
Como eu odeio que ela me chame assim!
— Eu vou ser sincero com você, Nicole. Faz um tempo que eu quero terminar com você...
— Porque? Temos uma química tão boa, não fala besteiras Jonathan!
— Eu não quero dar continuidade nesse relacionamento. Pra mim já chega. Acabou! — Falo com determinação.
— Mas eu te amo, Jojô.... — Ela chora, puro drama!
Reviro os olhos, sei que é pura cena artística, ainda mais para ela, que é atriz.
— Eu sinto muito, mas não é recíproco.
— Não vou desistir de você, Jojô. Ainda vai me amar um dia!
Me sento na cadeira, coloco uma dose de uísque no copo sobre a mesa e tomo o líquido de gole em gole, até esvaziar o copo.
Muitos pensamentos na cabeça. Preciso conversar com a Isabella. Como minha mãe pode fazer isso comigo?
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Atualizado até capítulo 81
Comments
Cíntia Zequim
é ridículo mesmo... kkkkkkkkkk
2025-02-12
2
Daniele Barros da silva
lá vai eu pesquisar o filme depois p assistir kkkk
2024-11-16
2
Cida Pereira
porque vc não foi logo terminar, agora que tá arrependido, parabéns.
2024-09-14
2