Meus sentimentos estão igual uma gangorra, uma hora em cima, outra hora embaixo.
Eu gosto do Jonathan, ele me faz sentir viva. Mas o medo de me entregar nesse sentimento e acabar com as nossas vidas, me atormenta. Afinal, eu vivo uma mentira! A minha vida maldita, é uma mentira! O pior de tudo, é que não posso contar para ninguém. É perigoso! Tenho que deixar esse segredo me consumir por dentro, não jogaria essa bomba no colo de ninguém, principalmente no Jonathan, um homem tão divertido, que vive sua vida tranquilo e sem problemas, cuidando da filha...eu não posso arruinar a vida dele, não posso!
— Ângela, desculpe perguntar, mas você tem pais? — Ele está curioso sobre mim, isso é perigoso, quase entro em pânico.
— Não conheço meu pai... minha mãe morreu num desastre quando tinha dezoito anos... — Uma mentira com facetas de verdade. É tudo que posso dizer para Jonathan. Por favor, não me pergunte mais!
— Eu sinto muito... — seus olhos estão cheios de compaixão, mais do que eu pensei.
— Tudo bem... com o tempo a gente se acostuma conviver com a dor... Já faz bastante tempo, tentou não pensar nisso.
— Você não é daqui, né? — Nancy faz uma pergunta em tom de afirmação, me colocando em risco outra vez. Essa conversa está indo para um rumo que eu não desejo, mas continuo a responder, com monólogos.
— Não...
— Pelo sotaque, é carioca.
— Acertou, vim para São Paulo, logo depois que minha mãe morreu.
— Entendo... as vezes é difícil ficar num lugar que trás tantas lembranças de quem amamos e perdemos... — Nancy abaixa a cabeça entristecida.
Ótima oportunidade de mudar o foco da conversa, mas também estou curiosa. — Também perdeu alguém, Nancy?
— Marido. Acidente de carro. Mas já faz trinta anos... — Ela suspira.
— Sinto muito... não se casou de novo?
— Não, vim trabalhar na casa do sr. Osvaldo Ferraz, a princípio como babá do Jonathan, depois me tornei a "governanta" da casa. Quando a Isabella nasceu, me mudei para cá e agora trabalho para o Jonathan.
— Nancy é minha segunda mãe, não sei o que teria sido da minha vida sem ela. — Jonathan sorri para Nancy e pisca.
— Também tenho você como filho, querido, ainda lembro do menininho sorridente e sapeca que era, correndo pela casa. — Ela sorri.
— Ele deu muito trabalho, Nancy? — Pergunto, na intenção de continuar o assunto.
— Deu um trabalhinho... era muito "arteiro", né? — Ela estreita os olhos para ele.
— É que eu tinha muita criatividade para ser testada. Era um pequeno gênio!
Damos risada.
Quando termino de tomar café, saímos da sala de jantar e começo a andar pela casa. Na sala, tem um piano de cauda lindo, que chega brilhar se destacando no cômodo. Atraída pelo instrumento, fico resvalando a cauda levemente com as pontas do dedo.
Jonathan me observa e pergunta: — Toca piano?
— Não... mas acho lindo! — não consigo tirar os olhos do piano.
Ele se aproxima, meu corpo reage inteiramente, anelando a sua aproximação.
Ele abre o piano, revelando as teclas de marfim, se senta no banco e começa a dedilhar cada uma, com destreza impressionante.
O som é lindo e melodioso, uma música, tema de um filme, "Somewhere In Time". Aquelas notas tem um timbre apaixonante e reflexivo, impossível não se emocionar.
A gangorra dos sentimentos, agora está nas alturas e não quer descer. Como resistir aos sentimentos por ele? Jonathan toca o piano com paixão, como se derramasse todo seu coração nas teclas. Estou deslumbrada!
Sento-me ao lado dele, apreciando o som romântico e o seu fascínio ao tocar. Ele é perfeito!
Jonathan aproxima o rosto do meu, o suficiente para sentirmos a respiração quente, ele suspira no meu pescoço e sem poder controlar o fôlego, arquejo. O clima está cativante e sedutor, não tenho o controle de mais nada, só quero ceder ao momento, e deixar os lábios do Jonathan, agora tão próximo dos meus, me tomar completamente.
Jonathan
Ângela tem algo nela que me atrai de forma poderosa, como se fôssemos ímãs potentes. Sem tirar os dedos do piano, eu me delicio com o cheiro dela, tão doce, e não é perfume, e o cheiro dela.
Agora tão próxima, a paixão que me consome, me deixa fora de controle e tudo que eu quero, é sentir o gosto, o sabor, a textura dos lábios dela.
Ela sente meu desejo e os olhos verdes dizem para mim, que anseia pelo mesmo. Quando ela fecha os olhos e deixa a boca entreaberta, é o meu sinal de avanço. Alcanço os lábios acentuados e com um beijo brando, sinto cada ponto da boca que me exprimem. O gosto doce e molhado, a textura suave dos lábios, me fazem querer beijar essa boca para sempre. Me apaixonei. Me envolvi demais, agora não quero me separar dela.
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Atualizado até capítulo 81
Comments
Daniele Barros da silva
que lindo senti a emoção aqui ❣️
2024-11-16
3
Aurisia Ivo da Silva
😍😍😍😍 Que beijo 😘
2024-09-12
3
Disandra Azevedo Dos Santos Barboza
Que lindo, já tinha me esquecido de algumas partes da história é muito bom reler 😊🥰
2024-08-12
3