— A professora Ângela vai entregar os convites do dia das mães para vocês. — Fabiana, a professora oficial das crianças anuncia.
Começo a entregar os convites, uma apresentação que as crianças farão para homenagear as mães.
Quando chego na Isabella, os olhos azuis me fitam com tristeza, fazendo meu coração partir.
— Não precisa dar o convite para Isabella, ela não tem mãe! — Sophia debocha da colega.
Engulo em seco, e fico esperando a professora oficial repreender tal atitude.
Sem se importar muito, Fabiana responde: — Já conversamos sobre respeitar os colegas, Sophia.
— Desculpa professora... — A menina se desculpa falsamente, porque logo em seguida, cochicha com a amiga ao lado dando risinhos debochados.
Sentindo uma profunda compaixão pela garotinha de olhos melancólicos, que sempre me pede para desenhar em seu caderno, me abaixo e falo bem baixinho, só para ela ouvir: — Não fique triste, princesa. Quer saber um segredo? Eu também não tenho mãe. Tenho certeza que você tem alguém que pode vir aqui, te ver apresentar a homenagem.
Ela me olha um pouco mais animada.— Meu pai!
— Isso mesmo! Entrega o convite para ele. — Sorri gentilmente.
No intervalo das aulas, fazendo um pequeno lanche na sala dos professores, Nataly aparece chamando atenção de todos, mas na verdade ela só queria a minha atenção. Sendo a filha do diretor e dono da escola, todos a respeitam.
— A-MI-GAAAA!!! — Ela grita silabando.
Sorrio do seu escândalo. — Fala, Naty.
Ela se senta do meu lado e dá uma mordida no meu sanduíche de atum e saboreia. — Delicioso como sempre!
— Quer falar alguma coisa? Porque todo aquele escândalo?
Ela termina de engolir. A morena de cabelos cacheados me fita cheia de pretensão.
— Vou sair com um cara, ele vai levar um amigo e pediu para eu levar uma companhia comigo.
Suspiro profundamente.
— Não está pensan...
Sou interrompida imediatamente, ela ainda tem a audácia de colocar a mão na minha boca! — Antes de rejeitar, precisa entender, que na verdade quero que você vá, não para fazer uma mera companhia a um cara qualquer, mas companhia pra mim. Ângela, quando você vai sair desse estado deprimente e melancólico, e aproveitar a vida! O que tanto te assusta, minha amiga?
Sinto meu coração acelerar só de lembrar do meu passado desastroso, que ela desconhece.
— Nada... — Minto.
— Eu respeito a sua ocultação do passado, mas já somos amigas há seis anos, não acha que passamos dessa fase de falta de confiança? Eu conheço você, Ângela, guarda um segredo grande e triste com você.
— Me desculpa, Naty... eu não vou te colocar no meu passado conturbado. Não é por falta de confiança, acredite. É para sua própria segurança.
— Certo, amiga, mas vamos sair da zona de conforto e vêm curtir comigo amanhã.
Lembro das minhas próprias palavras ditas no espelho ontem, suspiro e a encaro um tanto hesitante.
— Pra onde vamos?
— Não se desespere, mas em uma boate.
— Naty! — Exclamo desanimada.
Boates são os piores lugares, é um foco de distribuição de drogas, um risco para mim.
— É uma bem chique da alta sociedade.
— Não muda nada, só piora a situação. Não sou da alta sociedade, Naty.
— Eu sei... mas somos convidadas VIP, o Théo é amigo do dono da Boate.
— O "Théo" é o cara que está saindo?
— É sim, um advogado que conheci recentemente. Então? — Ela me olha ansiosa.
Com muita relutância em minha consciência respondo: — Hum... O que se veste nesses lugares chiques?
— Compro um vestido para você.
— Não, Naty, eu posso me virar.
— Aceite como um presente de agradecimento.
— Não precisa, é sério.
Durante a aula, em um momento, Isabella se levanta par vir falar comigo e acaba tropeçando em uma mochila jogada e cai, batendo a testa no chão. As crianças riam dela.
Levanto imediatamente e vou até ela ajudar a se levantar, com os olhos marejados ela me olha envergonhada. A testa está vermelha e parece iniciar um "galo".
— Está sentindo dor Isabella?
— Um pouco... — Ela choraminga.
A professora Fabiana repreende os alunos que estão rindo.
— Vou levar você para enfermaria. Vamos por um gelo aí, tá bom?— Seguro a mão da menina e olho para a Fabiana. — Vou leva-la na enfermaria e colocar um gelo.
Fabiana assente. — Vou pedir para ligarem para o pai vir buscá-la. Esse povo rico faz escândalos com qualquer coisa que acontece com os filhos. Ela revira os olhos.
Fico indignada com a falta de atenção e preocupação com os alunos dela, em especial agora, com a Isabella.
Na enfermaria, seguro um gelo na testa da menina, enquanto ela faz uma careta de dor.
— O que queria quando se levantou?— Pergunto tentando distraí-la.
— Mostrar um desenho que eu fiz de você...
— Depois você me mostra então, tenho certeza que ficou lindo! — Sorrio.
Ela sorri. — Quero desenhar como você pode me ensinar?
— Claro, princesa. — Prometo acariciando os cabelos loiros da menina.
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Atualizado até capítulo 81
Comments
Silvete Feijoli
porque será que crianças gotam de fazer bullying com outras crianças que não têm mãe? precisam ver isso, pois é nessa idade que se forma o caráter das pessoas.
2024-11-11
4
Aurisia Ivo da Silva
Que fofo as duas 😍😍
2024-09-12
3
Disandra Azevedo Dos Santos Barboza
E uma sacola particular e olha o pai dela deve pagar muito bem não só por está questão mas a escola precisa rever está professora que não corrige adequadamente os alunos e sempre tem uma coleguinha que gosta de implicar se achar a tal 🙄🤨
2024-08-12
8