Já se passaram dois meses desde que eu e Gustavo decidimos nos dar uma chance e oficializamos o nosso relacionamento. Devo admitir que o Gustavo que tenho conhecido é completamente diferente daquele homem frio, ríspido e distante que conheci inicialmente.
A cada dia que passa, ele se revela mais carinhoso, cavalheiro, e mais empenhado em fazer as coisas funcionarem. E, é claro, cada vez que compartilhamos momentos juntos na intimidade, ele sempre me deixa com aquele gostinho de quero mais.
Apesar da resistência de Gustavo, optei por não falar sobre o nosso relacionamento para os meus colegas de trabalho por enquanto. Isso significa que, dentro do escritório, nos tratamos como o CEO e a secretária.
Isso não impede, contudo, que de tempos em tempos quebremos um pouco do protocolo e desfrutemos de alguns momentos juntos durante o dia, ou que nos provoquemos quando ninguém está olhando.
E em uma dessas situações, a Gabi flagrou Gustavo dando um apertão na minha bunda na copa. Logo depois, ela me questionou sobre o ocorrido, e eu preferi esclarecer antes que ela tirasse conclusões precipitadas.
Conforme acordado, hoje é o dia em que o pessoal da empresa se reúne no pub. Então, como de costume, optei por um traje menos formal, tomei meu café da manhã e desci assim que Gustavo me avisou que estava me esperando.
— Bom dia, amor. Você parece ainda mais linda hoje. — Ele diz quando entro em seu carro.
— Bom dia, meu amor. — respondo, dando-lhe um beijo carinhoso. — São seus olhos.
— Hoje é o dia em que perco minha namorada para o pessoal da empresa?
— Sim! Mas será por pouco tempo, prometo! Logo serei exclusivamente sua.
Gustavo me beija novamente e seguimos para a empresa. Como nosso horário é um pouco mais cedo que o restante, temos a sorte de chegarmos juntos sem sermos vistos, já que não precisamos passar pela recepção.
Ao entrarmos no elevador, nos beijamos uma última vez e, a partir daquele momento, nos tornamos "Srta. Fernandes e Sr. Bianchini".
Ele se encaminha para a sua sala e eu para a minha. Verifico sua agenda, preparo seu café e assim iniciamos um novo dia. Tudo ocorre de forma usual até depois do almoço, quando ele inicia uma reunião e a mãe dele liga, visivelmente abalada. Como ela diz que é uma situação urgente, me vejo obrigada a interrompê-lo.
— Boa tarde, Sr. Bianchini. — digo, ao abrir a porta.
— Pois não, Srta. Fernandes. — Ele para de falar e me olha atentamente, consciente de que só posso interromper uma reunião em caso de urgência.
— A Sra. Bianchini está ao telefone. Disse que é urgente e... — Antes que eu consiga terminar, Gustavo já está correndo em direção à sua sala e eu o sigo.
Ele entra, senta-se e em questão de segundos, testemunho o iceberg que conheço se desmanchando em lágrimas. Observo, preocupada, até que ele encerra a ligação, levanta-se e me abraça, incapaz de articular uma única palavra. Ficamos ali, abraçados, por um tempo indefinido até que ele finalmente consegue se acalmar.
— Vou buscar um pouco d'água para você, meu amor. — sussurro, sentindo seu aperto ainda mais forte.
— Não, por favor, fique aqui comigo. - Ele diz, voltando a chorar.
— Amor, o que aconteceu? Estou começando a ficar preocupada.
— Meu pai teve um infarto, está entre a vida e a morte no hospital. Os médicos nos deram um prognóstico sombrio.
— Sinto muito. — Aperto o abraço. — Não sei o que dizer nesse momento.
— Não precisa dizer nada, apenas me permita ficar aqui um pouco mais para que eu possa pensar no que fazer.
— Eu preciso sair por um minuto, seus investidores estão esperando por você. — digo, sendo obrigada a soltá-lo.
Vou até a sala de reunião e informo que o Sr. Bianchini teve um imprevisto e não poderá continuar a reunião. A partir daí, quem assume a liderança e dá continuidade é o Sr. Martin Lenglet, vice-presidente da DomBian e braço direito de Gustavo.
Com a situação resolvida, retorno à sala de Gustavo, que parece estar mais tranquilo. Entrego-lhe um copo de água e me sento ao seu lado.
Ele coloca os braços em minha perna e depois descansa a cabeça. Faço um carinho em seus cabelos e permanecemos ali por um tempo até que ele decide falar.
— Alice, eu vou para o Brasil. — ele diz, num tom de voz baixo. — Minha mãe precisa de mim.
— Eu entendo, amor. Eu e o Sr. Cartier manteremos você informado sobre tudo.
— Eu queria que você fosse comigo. — meu namorado afirma ao levantar a cabeça e me olhar fixamente.
— Amor, esqueceu que ninguém sabe que estamos juntos?
— Esqueceu que a empresa é minha? Você não quis assumir nosso namoro por medo dos rumores, mas agora eu quero você ao meu lado.
— E eu estarei com você, sempre! Quando vamos?
— Hoje. — Ele se levanta, determinado. — Vamos?
Gustavo organiza rapidamente alguns documentos em seu escritório, pega mais algumas coisas e me puxa pela mão. Dirigimo-nos à sala de reuniões, onde o Sr. Cartier está quase encerrando a reunião. Gustavo entra e eu aproveito para ir até minha sala, pegar minhas coisas e explicar a situação para a Gabi.
Depois de resolver o que precisava, Gustavo me chama. Saímos da empresa, de mãos dadas, e seguimos para minha casa para que eu possa fazer minhas malas.
Em poucas horas, já estamos no aeroporto, aguardando nosso voo partir. Confesso que sinto um certo receio em relação ao que podemos encontrar pelo Brasil.
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Atualizado até capítulo 63
Comments
Neiry Janne
aí será tarde demais kkkk
2025-03-25
1
Amélia Rabelo
ela ver o ex dela com ex amiga dela juntos ele vai querer voltar pedir perdão
2024-10-10
3
Rose Carvalho
estou amando
2023-09-01
5