— Alice, vocês que chegaram recentemente nos veem assim, casados e felizes, mas nem sempre foi assim. Lucas me traiu, e descobri isso na porta da igreja, no dia do nosso casamento.
— Eu não sabia, Mariana. Lamento muito.
— Não se sinta culpada, eu consegui perdoá-lo e seguir em frente. Em troca, ganhei um marido ainda mais carinhoso e dois filhos lindos.
Eu a olho sem entender. Ela realmente estava me aconselhando a perdoar Renan? Ela interrompe meus pensamentos.
— Não, eu não estou sugerindo que você perdoe aquele indivíduo, pois ele não te ama, e negócios não devem custar a nossa felicidade. Quando isso aconteceu, desapareci por alguns dias e experimentei exatamente o que você está sentindo agora. Assumi a filial de Paris, permaneci lá por um ano e organizei meus pensamentos. Me envolvi com um homem maravilhoso, que me fez perceber que eu não merecia sofrer por ninguém e que é essencial amar a si mesma em primeiro lugar. Esse homem se tornou muito especial para mim. Tentei fazer dar certo com ele e seguir minha vida, e teria conseguido, mas meu coração já pertencia ao Lucas. Decidi perdoá-lo e aqui estamos nós. Entretanto, nós nos amamos, e acreditamos merecer uma segunda chance. Visto que você não tem nada que te prenda aqui, renasça! Ofereço-lhe essa oportunidade em um excelente lugar, que contribuiu para o meu crescimento e para me tornar quem sou hoje: Paris. Como você sabe, temos uma filial lá, e além disso, meu sócio fundou outra empresa e está contratando uma secretária. Você pode começar lá e, se for do seu interesse, buscar outras oportunidades. Não sinta que está me devendo algo.
— Mariana, não vou pensar duas vezes, é uma ótima proposta e eu mereço um recomeço. Aceito.
******
E assim, foi assim que vim parar aqui, em Paris, e começarei a trabalhar na DomBian.
Pesquisei sobre o CEO da DomBian e devo admitir que precisarei ter paciência.
Dizem que o indivíduo é um homem frio e incisivo. Comenta-se que quem olha para ele vira uma estátua de gelo. Claro, essa última parte é uma invenção minha. No entanto, afirmam que ele é disciplinado, dedicado, focado em seus negócios, e possui uma reputação de ser exigente e assertivo. Deus me ajude!
Mariana gentilmente me emprestou um apartamento até que eu consiga me estabilizar aqui.
Acordo com o alarme do celular tocando, tomo um café e me arrumo. Desço e pego um táxi até a empresa.
Ao sair do táxi, dou uma última olhada em meu rosto e me encaminho até a recepção. Cumprimento a simpática recepcionista, que me sorri calorosamente.
— Bom dia, me chamo Alice Fernandes, sou a indicação da Sra. Mariana Rangel.
— Bom dia, o Sr. Bianchini ainda não chegou, mas a responsável já deve estar aguardando. Apenas um momento.
Ela pega o telefone e liga para alguém, provavelmente para a responsável do Sr. Bianchini. A ligação se encerra e ela me pede a identidade, fazendo meu cadastro e entregando um cartão de acesso logo em seguida.
Sorrio, animada, quando entro sozinha no elevador, para ir até a Sílvia, responsável pelo RH. Quando as portas estão prestes a se fechar, ouço uma voz vindo do lado de fora pedindo para segurar o elevador.
Em milésimos de segundos, enquanto penso se seguro ou não, a mão da pessoa impede que as portas se fechem.
Um homem aparentando ter uns 30 anos, cabelos pretos, barba aparada e um corpo escultural, me olha dos pés à cabeça e me encara. Logo depois fecha a cara e fala comigo.
— Não me ouviu pedir para segurar a porta? Você é surda? — ouço a voz ríspida de um homem.
— Eu ia segurar, mas você não me deu tempo. Seja mais educado, não irá te fazer mal. — respondo no mesmo tom que ele.
— Você sabe quem sou eu?
— Não sei e nem me interessa. Só seja educado, ok?
Ele fica em silêncio, e eu também. Não é porque sou nova que preciso baixar a cabeça para alguém.
Logo o elevador chega ao meu andar e eu saio, enquanto o homem continua subindo. Chego no local onde a recepcionista me orientou e bato à porta.
Forço um sorriso, tentando esconder o meu nervosismo, quando uma senhora alta e magra, aparentando ter seus 50 anos, abre a porta para mim.
— Bom dia, Alice, é isso mesmo? — Silvia sorri calorosamente ao me cumprimentar, estendendo a mão.
— Sim, exatamente. Bom dia!
— Por favor, entre! — Ela faz um gesto convidativo, indicando a entrada. — Vou adiantar o seu processo e lhe apresentar a empresa, bem como o seu local de trabalho.
Ela toma os meus documentos com confiança, preenche alguns formulários de forma rápida e eficiente, enquanto eu observo, impressionada.
— Vamos prosseguir. Agora vou lhe mostrar algumas áreas até chegarmos ao andar onde será o seu posto de trabalho. — Silvia mantém uma postura profissional, mas ao mesmo tempo demonstra uma abordagem acolhedora.
Fizemos um breve tour. Ela me apresentou a sala de reuniões, a copa, os banheiros, e o almoxarifado, sempre explicando com clareza.
Durante o caminho, continuamos a conversar, e pude notar seu interesse simpático em me deixar confortável e familiarizada com o ambiente.
Ao alcançarmos a cobertura, ela me mostra onde será a minha sala, antes de me levar até a sala do meu futuro chefe. Paramos em frente à uma porta de vidro, com uma plaquinha dourada acima, exibindo o nome "Gustavo Bianchini".
Silvia bate à porta, e logo ouvimos uma voz nos autorizando a entrar. Ao entrarmos, dou de cara com o homem que foi rude no elevador. Sua postura é ereta e sua expressão é séria, mas seus olhos denotam surpresa ao me ver.
— Você? — Ele mantém um olhar penetrante sobre mim, os braços cruzados, em uma atitude defensiva.
— Isso só pode ser uma brincadeira!
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Atualizado até capítulo 63
Comments
Vanda Velozo
Oxê!!! Aceitem que dói menos.
2025-03-07
4
Rosangela Amorim
kkkkkkkk isso não vai prestar
2025-03-20
2
Marlene Souza
brincadeira do destino kkkkk
2023-09-26
12