CHEFE, VOCÊ NÃO ERA GAY?
Meu nome é Eleonor, mais conhecida como Nora. Minha vida mudou quando entrei na (H) entretenimento. Com apenas dezoito anos, eu não esperava tantas reviravoltas, mas, se eu olhar para trás hoje, sinto que valeu a pena...
Um ano atrás:
Eu estava preocupada, não tinha certeza como a vida seria a vida sozinha. Claro, a sociedade vê os jovens de dezoito anos, como adultos, e em maioria, acabam sendo pressionados a sair de casa. Na minha situação, é diferente, eu morava com minha irmã, até ontem...
— Você ainda não saiu? Dayne vai chegar hoje a noite, eu não vou ficar esperando! — minha irmã mais velha, Elena, não queria me apresentar ao meu cunhado.
Nossa relação não era boa, isso porque de alguma forma, eu era a culpada da morte dos meus pais. Claro, eu não sabia detalhes, mas Elena não me via com bons olhos, mas também não me dizia diretamente que me culpava.
— Já consegui um apartamento com o dinheiro que me entregou. Estou terminando de arrumar minhas coisas. — talvez alguns pensem que ela é uma pessoa ruim, mas eu não vejo exatamente assim.
Ela poderia ter fugido da casa dos nossos tios sozinha, mas ela me levou comigo, ela ainda era adolescente na época. Elena se privou dos estudos por mim, e começou a trabalhar. Foram anos de sofrimento.
— Nora, olha... sinto muito. — ela era dura, mas no fundo, eu conhecia minha irmã, e entendia.
— Não precisa dizer nada, eu sei. — eu também sentia que estava atrasando a vida dela.
Eu precisava de uma mudança de qualquer forma, e também estava esperando uma resposta sobre o vaga de trabalho que me candidatei. Foi Elena que levou o meu currículo, na mesma empresa em que ela trabalhava.
— Vou sair agora, ok? Fique atenta ao seu celular, caso obtenha uma resposta, porém, acredito que entrem em contato comigo diretamente. — às vezes, eu achava que ela esquecia que já sou uma adulta, e que posso cuidar de mim mesma.
— Entendo, ficarei de olho. — ela saiu para trabalhar, e fui terminar de pegar as minhas coisas.
Não eram muitas coisas, afinal, eu não tinha móveis. Elena me doou algumas coisas, cama, um fogão e algumas outras coisas, mas eu iria buscar depois. Na verdade, ela comprou tudo isso sem ter certeza se eu teria um lugar para morar, é um pouco engraçado.
— Vamos, seja rápida, Nora! Provavelmente Dayne vai morar com ela logo. — me apressei, levando minhas coisas.
Chamei um táxi, e então levei minhas coisas para o meu apartamento. Estar sozinha não era tão estranho, afinal, como Elena sempre trabalhou muito, da minha adolescência para cá, eu e ela não passamos muito tempo juntas.
Eu ainda não tinha uma televisão, e queria manter a mente distraída, então peguei meu laptop, ele não é tão bom, travava várias vezes.
— Bela porcaria! — mas, eu deveria agradecer, afinal, minha irmã que comprou para mim.
O salário dela era bom, por ser gerente, porém tínhamos muitas dívidas na época que ela foi promovida, e eu estava precisando na escola, então acabou sendo esse mesmo.
— Ricos tem a vida tão fácil, queria que fosse assim para mim também. — mas eu só poderia imaginar.
Como uma jovem de dezoito anos, passei minha infância toda acreditando que quando fizesse dezoito anos, teria uma casa própria, um trabalho, e muito dinheiro. Foi uma boa ilusão, enquanto durou, já que a realidade é desesperadora.
Estava começando a pensar que não seria chamada para trabalhar, mas eu recebi a ligação, e foi justamente Elena que ligou contando. Minha entrevista já seria no dia seguinte, não entendi porque tão rápido, afinal, eu não estava pronta para isso.
— Calma, vai dar tudo certo! Eu tenho força de vontade, aprendo rápido... sou inexperiente e jovem, e se não gostarem de mim? — não dormi nada naquela noite.
Me revirei na cama, pensando em possíveis perguntas e respostas, estava quase ligando para Elena em plena madrugada para saber o que falar, mas ela sempre capotava quando chegava em casa.
Dia seguinte:
— Meu rosto está péssimo... — tentei colocar gelo, já que na internet dizia que era bom para tirar olheiras.
Vesti roupas formais, passei maquiagem, e fiz o possível para imaginar que nada ruim aconteceria.
— Senhorita Eleonor, por que quer entrar na empresa? — eu estava tremendo.
— E-Entrar eu já entrei, não é? Hahaha, eu só quero trabalhar, p-preciso de dinheiro... — eu sou uma idiota! — Quer dizer, eu realmente preciso desse trabalho!
Eu tive certeza que não seria contratada, minhas outras respostas também foram como a primeira. Quem em sã consciência me contrataria?
— Normalmente, avisamos depois de alguns dias de análise, mas você está contratada! — sim, foi esquisito, porém, o que eu preciso, é dinheiro, e então que se dane o resto!
Eu voltei para casa, o entrevistador me disse que eu poderia começar no dia seguinte.
— Hum, sinceramente, eu não sei muito sobre aquela empresa, mesmo que minha irmã trabalhe lá há tanto tempo. — pode-se dizer que eu sempre fui uma pessoa que não se importava com os detalhes.
Nunca gostei de me intrometer demais na vida da minha irmã, eu sempre fui daquelas adolescentes mais reclusas, inclusive, eu nunca desabafei com minha irmã.
— Uau, quanta coisa! — pesquisei, haviam tantas informações. Era realmente uma boa empresa, mas o que mais aparecia era sobre o CEO da empresa.
Dietrich Marines, vinte e quatro anos, assumiu a empresa há três anos. A empresa é bem sucedida, porém, graças ao CEO, é envolta de polêmicas.
— Trocas constantes de secretárias? — não era apenas isso, eram mais como rumores. — Gay? O CEO é Gay? — isso me fez lembrar de uma vez, Elena estava falando com Dayne no telefone, e mencionou algo sobre o CEO da empresa, e definitivamente disse que ele era gay.
Nas fotos, notei que ele era muito bonito.
No dia seguinte, eu fui trabalhar, cheguei trinta minutos adiantada, de tão nervosa. Claro, eu esperava muitas coisas para esse primeiro dia, estava repleta de expectativas.
— Você vai ficar no departamento de marketing, já designamos alguém para te orientar. Não se apoie demais nos seus colegas, é o melhor conselho que posso te oferecer! — Elena sorriu, e depois me levou até o departamento.
As outras pessoas ainda estavam chegando, até mesmo quem ia me guiar ainda não estava. Me sentei no meu local de trabalho, animada e ansiosa. Comecei ao menos pelo básico, colocando uma senha no meu computador. Então, fiquei esperando.
Um tempo depois, a pessoa que ia me guiar, chegou, me mostrou tudo que eu deveria fazer, mas foi um pouco rápido, e isso me deixou agoniada, porém tive certeza que daria conta.
— Uma novata! — duas garotas se aproximaram de mim. — Meu nome é Marisa, e o seu? — nessa empresa não usamos crachás.
— Eleonor. — eu abri um sorriso.
— Meu nome é Renata, espero que possamos ser boas amigas! — tirando elas, o resto apenas estava me encarando de longe.
Completamente desconfortável.
— O que está achando da empresa? — Renata perguntou.
— Considerando que tem mais ou menos umas cinco horas que estou aqui, acho que não vi tanto, mas estou gostando! — não tenho do que reclamar da empresa, ainda. Porém, das pessoas daqui, que são meio antipáticas, já é outra história.
As meninas sentaram nos seus lugares, eram longe do meu. As pessoas perto de mim, ficaram me observando atentamente, parecia até que queriam que eu cometesse um erro para criticarem.
O que tem de errado comigo para essas pessoas agirem assim?
Provavelmente são apenas pessoas amarguradas, eu acredito. Por mais duas horas, o trabalho estava seguindo normalmente, estava me adaptando bem ao ritmo da empresa. Claro, eu ouvi algumas piadinhas, e finalmente entendi porque não gostavam de mim.
— Tsk, é claro que ela não precisou esperar resposta, ela é irmã da gerente. — aquelas pessoas já sabiam que eu era a irmã de Elena.
Como descobriram? Tenho certeza que a empresa não divulga informações assim.
Fiz o meu máximo para respirar fundo, e não dizer algo que pudesse complicar a situação. Eu acabaria em uma briga no meu primeiro dia. Tentando manter a tranquilidade, eu continuei meu trabalho, ainda ouvindo piadinhas.
Pode-se dizer que quase tudo estava tranquilo, mas isso acabou em um segundo. Uma mulher foi jogada para fora da sala, nosso departamento ficava perto do escritório do chefe.
— Patrick, por favor, eu preciso desse emprego! — a mulher implorou.
— Deveria ter pensado antes de ter feito o que fez. — os seguranças a agarram, e ela foi arrastada para fora da empresa.
Eu estava em choque com a situação, mas tentei me manter tranquila.
— Mais uma? — Marisa vejo agachada para perto de mim.
— Ahn? — eu não estava entendendo a situação.
— O chefe é gay, ele odeia mulheres, mas tem secretárias para não perder o foco no trabalho. Todas elas acham que podem conquistar ele, e acaba nisso. Claro, ele também demite aquelas que cometem o menor dos erros. — ela sussurrou.
— Quanta polêmica, mas por que você está se escondendo? — Marisa entrou debaixo de outra mesa.
— Se eu fosse você, também se esconderia. — eu não a vi mais depois disso.
O que está acontecendo?
Claro que eu não entendi, e nem iria, mas muitos ali estavam tensos. Nesse meu pequeno momento de distração, eu escutei alguém dizer "novata". Olhei em direção, e quando percebi, o mesmo homem que expulsou a mulher, veio até mim.
— Garota nova, não é? Será você! — ele ofereceu a mão para mim.
— Eu o quê? — todos estavam me olhando.
— LEVA ELA DE UMA VEZ, PATRICK! — uma mulher me empurrou, era uma das que estavam falando mal de mim.
— E-Espera! — mas ela me empurrou até a porta, já que eu não queria sair do lugar.
— Você vai ser demitida, não eu! — a mulher sussurrou.
— Como é? — então, o homem chamado Patrick, abriu a porta.
— Ele está esperando sua nova secretária, entre. — nova secretária?
No que eu me envolvi?
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Atualizado até capítulo 50
Comments
Nazivania Dias Carvalho
começando a ler
2024-07-12
4
🌹
História parece ser boa e divertida 😂😂
2024-06-24
1
Sebastiana Sena
já tô gostando do conteúdo rsrsrs
2024-03-29
1