Você outra vez?

Nós retornamos a nossa rotina normal de trabalho, e bom, fui tratada daquela forma outra vez.

— Sai da frente! — Alguém me empurra com tudo no chão.

Eu olhei feio para mulher que fez isso, então ela jogou café na minha roupa.

— Ah… essa foi a gota, sério! — Me levantei e encarei aquela mulher.

Antes que eu pudesse falar mais alguma coisa, alguém me puxou de repente. No começo, pensei que fosse Dietrich, mas era a única pessoa que eu não queria ver.

— Me solta, Rafael!

Ao invés de me escutar, ele me apertou ainda mais.

— Eu te disse para me soltar!

— Se eu fizer isso, essa mulher vai permanecer te tratando mal! — Ele sorriu.

— Sua presença não faz diferença nenhuma, então pare de se intrometer!

Rafael continuou me segurando, as pessoas ao meu redor, incluindo aquela mulher, nos olharam surpresos.

Marisa também estava passando na hora, ela parecia a mais chocada de todas, como se estivesse… triste?

(Ótimo, tenho certeza que irão aumentar a história dizendo que estou traindo Dietrich.)

Minhas preocupações sumiram por um segundo assim que vi Dietrich aparecendo, mas voltaram quando ele olhou para Rafael me segurando.

— Ela disse para você soltar! — Ele estava claramente com raiva.

— Por que eu deveria? Apenas irei levá-la comigo! — Ele me apertou mais.

O rosto de Dietrich mudou, provavelmente ele lembrou do que Rafael disse sobre me levar embora de verdade.

Ele avançou para nós, mas Rafael me virou de repente, fazendo com que Dietrich parasse seus movimentos.

— Você se lembra do que eu fiz da última vez, certo? — Ele olhou para a minha boca e começou a se aproximar lentamente.

Patrick puxou Rafael do nada e eu quase caí, mas Dietrich me segurou.

— Você está bem?

— Sim…

(Ele está tão incomodado.)

— Bravo… me entreteu bastante ver você querer proteger algo, Senhor Marines. — Um homem mais velho apareceu de repente.

— O que você quer? — A resposta de Dietrich foi tão áspera, que não consegui pensar que aquele homem fosse outra pessoa a não ser o pai de Rafael.

Ele me olhou de cima a baixo, parecendo estar me avaliando.

— Eu a aprovo, Rafael. Tem bom gosto, apesar de que na ficha dela diz que não é de uma família rica.

— Vocês me investigaram?

Ele sorriu.

— Dietrich, espero que não me leve a mal, mas essa garota… não poderia cedê-la? Meu filho pode parar de te incomodar, e os negócios prosseguiram de forma rápida!

(E minha opinião não importa? Meus sentimentos não são nada para ele?)

— Essa "garota", é minha esposa! — Dietrich me puxou para trás.

O homem ficou sorrindo.

— Vamos conversar sobre o projeto, falaremos sobre ela depois.

Todas as pessoas ali presentes começaram a sussurrar.

— Não terá próxima conversa, pelo menos não em relação a minha esposa!

— Eu não sinto nada pelo Rafael, mesmo que eu me separe de Dietrich, jamais teria algo com ele! — Foi quando eu decidi falar.

Ao invés de ficar irritado, o homem continuou sorrindo.

— Você me lembra a mãe de Rafael, teimosa… ela também não gostava de mim no começo.

— Você a obrigou a te amar?

— Não, e com você também não será assim, meu filho irá te conquistar. Por enquanto, preciso deixar o caminho livre para ele. — Seu olhar foi direto para Dietrich.

— Negócios são negócios, mas minha esposa está totalmente fora disso! Se quer que tudo continue, deixe-a em paz. Não tolerável essa falta de respeito por mais tempo!

O homem começou e encarar minhas roupas, ao invés de responder Dietrich.

— O que houve com suas roupas? — Dietrich notou apenas depois.

(Ah…)

— Aquela mulher fez isso! — Eu apontei para ela, que pulou longe.

— Você é tão incompetente, deixou que maltratassem a sua esposa? — Rafael riu..

— Patrick… eu te disse para me avisar se algo acontecesse a Eleonor, mas você não fez nada outra vez?

(Ele pediu isso? Agora que parei para pensar, Patrick esteve por perto todas às vezes que alguém fez algo comigo. Acho que ele simplesmente decidiu não me ajudar.)

— Sinto muito pelo inconveniente, chefe! — As palavras de Patrick não demonstraram arrependimento ou qualquer outra coisa.

— Acho que terei que voltar depois. — O homem saiu, e Rafael piscou para mim, seguindo-o logo depois.

— Seja lá de qual área você esteve trabalhando, está demitida! — Dietrich olhou friamente para a mulher que derramou café em mim.

Ele me puxou e disse para Patrick que eles teriam uma conversa séria mais tarde. Nós voltamos ao escritório, e o humor de Dietrich estava no limite.

— Tranque a porta, Eleonor!

(O que ele pretende?)

Eu fiz o que ele pediu e me sentei no meu lugar.

— Tem uma pequena sala ali, entre e vista alguma roupa que tem lá.

— Desde quando tem roupas no escritório?

— Elena me disse que às vezes acontecem emergências com as mulheres, e nunca se sabe o momento.

(Quando esses dois tiveram tempo sozinhos?)

— Tudo bem.

Não poderia esperar outra coisa de Dietrich, havia várias roupas, e todas elas custavam o olho da cara. Ele tem bom gosto, mas desperdiça muito dinheiro atoa, eu poderia acabar nem usando nada aqui se isso não acontecesse.

Roupas extravagantes, algumas eram tão exageradas ao meu ver. Peguei o mais simples que achei e voltei para lá.

Dietrich me observou com a mão na bochecha.

— Você está linda!

— Quem te ajudou a escolher essas roupas?

— A sua irmã… ela me mandou fotos de referência, e comprei tudo parecido.

(Ah, como não pensei nisso? Só poderia ser a Elena mesmo.)

— Você acha que o pai de Rafael vai continuar insistindo com esse assunto?

— Espero sinceramente que não. O problema é que Rafael está se aprovado dos rumores para me provocar abertamente. Agora que é público que é minha esposa, o pai dele sabe que não pode investir em você sem prejudicar os negócios. É exatamente o que Rafael quer, ele está manipulando o próprio pai.

— Isso está ficando complicado.

— Nora, confie em mim! Eu vou te proteger, tudo bem?

Senti um pequeno conforto no meu coração, mas também preocupação. Eu acabei entrando no meio de tantas coisas, minha vida se desviou completamente dos meus planos.

Um tempo atrás, eu enxergava Dietrich como um erro, mas agora é diferente. Deveria estar feliz por isso, mas sinto que minha presença está sendo prejudicial. Meu maior medo era Dante, se ele interferir tenho certeza de que Dietrich e eu não conseguiremos continuar. Apesar de tudo, ainda continua sendo o pai dele…

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