"Irmãos"?

Dietrich recebeu um convite de última hora para uma festa. Ele queria que eu o acompanhasse, mas não como secretária, mas sim como sua esposa. As intenções dele estavam claras, ele queria mostrar para a mídia que eu sou aquela que estará ao seu lado, já que aos olhos de todos sou praticamente invisível.

Eu me arrumei bastante para ocasião, mas senti um frio na barriga, com medo do que estava por vir.

A festa era realmente chique, mas eu não estava acostumada a esse ambiente, acabou sendo um pouco desconfortável.

— Nora, está se sentindo mal? — Dietrich me olhou preocupado.

Estávamos na entrada.

— Eu só preciso me preparar um pouco… — Respirei fundo, e depois puxei a mão dele.

Nós dois entramos, e obviamente fomos atacados por uma enxurrada de repórteres. O motivo disso acontecer, é porque Dietrich normalmente não comparece a tais lugares, e agora que todos sabem que ele não é gay, é o homem mais falado do momento.

— Senhor Marines, poderia nos conceder um minuto? — O homem me empurrou ficando ao lado de Dietrich.

Eu caí no chão, morrendo de vergonha. Dietrich empurrou o homem de volta e veio até mim.

— Nora… vamos para casa! — Ele queria me pegar no colo.

— Não, vamos continuar!

Eu estava determinada a deixar de ser invisível, serei reconhecida como esposa dele. O olhar de ódio dele foi direcionado aos repórteres, que se afastaram imediatamente.

(Sem pedido de desculpas?)

— Quer que eu consiga a demissão de quem te empurrou?

(Demitir? Não quero fazer isso, mas acho que tenho uma boa ideia para começar a demonstrar minha presença.)

— Eu quero que ele me peça desculpas! — Eu apontei para o homem que me empurrou.

Ele me olhou torto, e Dietrich não escondeu sua raiva, fazendo com que o homem murchasse.

— Se não quiser ficar desempregado, peça desculpas a ela!

O homem hesitou, demonstrando total relutância logo em seguida. Dietrich partiu para cima do homem, e o arrastou até perto de mim, fazendo-o se ajoelhar.

(Se ele continuar assim, vai receber muito ódio das pessoas, afinal tudo está sendo gravado.)

— Eu disse para você pedir desculpas! — Dietrich estava prestes a bater no homem.

(Ele está muito agressivo…)

— Espera! Eu resolvo isso!

Eu precisava dizer com as minhas palavras, e fazer aquele homem falar.

Eu abaixei um pouco e sussurrei perto do ouvido dele.

— Se ainda quer ter uma vida digna, é melhor pedir desculpas. Sim, Dietrich pode acabar com seu emprego, e não deixar você não ser contratado por ninguém, mas… escute bem, se mexer comigo, farei pior, então é melhor tomar cuidado, pois eu sou completamente maluca! — Eu exagerei nas palavras.

Tenho certeza de que fiz uma expressão assustadora, já que o homem ficou em completo choque. Eu não estava sendo sincera, mas aquele blefe foi o suficiente para que ele se desculpasse.

— Sinto muito por agir de forma tão imprudente!

Dietrich sorriu, mesmo sem saber o que eu disse para o homem.

Ainda era o início da festa, e aquilo já havia acontecido. Mal sabia eu que os problemas estavam apenas começando.

Depois daquela confusão, todos se afastaram de Dietrich e eu, os paparazzis, quero dizer. Os parceiros de negócios de Dietrich chegavam a cada segundo, alguns não me cumprimentavam, fingiam que não me viam, mas Dietrich não deixou barato. Quando não falavam comigo, ele mesmo me apresentava, e fazia questão de dizer "minha amada esposa".

Não entendo a razão de tanto ódio por mim, mas não pretendo deixar isso continuar.

Depois de um tempo, um homem pediu para conversar com Dietrich a sós, pois era algo muito urgente. Ele não queria me deixar, mas eu insisti, já que eu também não poderia ficar grudada nele durante toda a noite.

Eu também já sabia que estar sozinha era sinônimo de perigo, por isso me preparei antecipadamente, e eu fiz bem.

— Eleonor Vinturinne, certo? — A garota do restaurante apareceu ao meu lado.

Eu estava tomando uma bebida sem álcool, já ela pegou uma taça de vinho.

— Sim, e você seria?

O olhar dela era de ódio evidente, tive ainda mais certeza de que é apaixonada por Dietrich.

— Não acho que precise saber meu nome, afinal não quero ouvir alguém como você dizendo-o.

(Alguém como eu?)

— Jura? Eu digo o mesmo sobre você.

Eu continuei tomando minha bebida.

— Quanto você quer para deixá-lo? — Ela colocou sua mão na bolsa.

— Sabe, essa já é velha! Está assistindo filmes demais, sabia?

Eu fiz questão de provocá-la.

— Como ele pode estar com alguém assim? Uma interesseira… — Me aproximei dela, e coloquei um petisco na boca dela, fazendo com que ela se calasse.

— Se eu fosse interesseira, eu já teria dado um pé na bunda dele, mas não foi isso que aconteceu. Vendo o tipo de pessoa que você é, já não tenho dúvidas da razão de Dietrich não querer nem ao menos ter um encontro às cegas com você! — Eu comecei a andar.

Ela ficou muito irritada, e se virou jogando sua taça de vinho em mim. Literalmente foi a taça, juntamente com o líquido, e a mira foi a minha cabeça.

Eu estava atenta, por isso consegui desviar a tempo. O som da taça caindo e quebrando fez todos olharem para nós duas. De repente, a garota tentou me acusar.

— Por que você tentou jogar a taça em mim? Era realmente necessário me provocar tanto? — Ela chorou falsamente.

Eu entendi o que ela queria fazer, por ser rica, todos iriam acreditar nela, já que ninguém me considera. Mesmo que a taça jogada estava bem atrás de mim, todos ainda diriam que ela foi a vítima.

Nem ao menos cogitei deixar barato.

— Ha… é hilário, como você consegue ser tão hipócrita? Em primeiro lugar, quem é você?

— Eu sou filha do…

— Xiii… Eu não quero saber realmente, porque você não tem a mínima importância para mim! Não tentaria machucar alguém que nem conheço, mas pela sua atitude, tenho certeza de que merecia que alguém fizesse isso com você!

(Agora todas as pessoas vão pensar que sou mal, a forma que falei foi bem rude.)

Eu sabia que somente aquilo não era suficiente, então olhei para a peça principal, meu marido que estava observando e estava vindo em minha direção.

— Você realmente está ficando mais feroz, Eleonor. — Dietrich passou os braços sobre mim.

Quando ele olhou para a garota, ficou furioso.

— Senhorita Amanda, espero que saiba que você poderia ter matado a minha esposa com sua ação imprudente. Agradeça a ela por eu não mandar prendê-la nesse momento!

Eu vi a reação de Dietrich quando isso aconteceu, ele quase veio com tudo, mas eu fiz sinal para que ele ficasse em silêncio, pois eu mesma queria resolver.

(No final, ainda precisei da presença dele.)

— Die, ela é uma interesseira, você não consegue enxergar isso?

("Die"? Apelidinhos justo agora?)

— Quem você pensa que é para me chamar assim? Quando te dei tal liberdade?

— Nós dois deveríamos nos casar! Se essa coisa não tivesse aparecido.

— Se a Eleonor não aparecesse na minha vida, eu jamais olharia para você de qualquer forma! Ela não é interesseira, e por mais que não aceite o que eu a ofereço, eu ainda daria de tudo apenas para continuar ao lado dela!

As palavras dele fizeram meu coração tremer.

— Não… eu não vou aceitar isso!

(Sério? Já cansei dessa história… ela é uma criança? Mas parece ser mais velha que eu pelo menos…)

— Vamos embora… — Dietrich me puxou.

Nós andamos calmamente, mas o pior veio logo depois.

Sim, ela tinha uma arma dentro da bolsa. Dietrich me puxou para trás dele assim que ouviu os gritos das pessoas, pois ficaram alarmados no segundo que viram. Ela apontou para o alto e atirou, depois apontou para a nossa direção.

— Por favor, Die, saia da frente! — Ela estava chorando de verdade dessa vez.

(Amar alguém obsessivamente, este sentimento está a deixando fora de controle, me sinto mal por ela.)

— Amanda, abaixe essa arma! — Dietrich gritou.

— Não, se quer que ela viva, se divorcie e case comigo! Se não, vou matá-la aqui mesmo! — Ela parecia estar falando sério.

— Eu não vou permitir isso! — Ele estava determinado a me proteger.

— Escutem todos aqui presentes, eu posso matar qualquer um de vocês agora. Nunca se sabe quem será o escolhido…

(Ela vai fazer o que eu tô pensando?)

— Se querem evitar uma tragédia, me entreguem aquela garota! — O olhar dela era de uma psicopata.

Qualquer um poderia fazer isso, e pelo olhar das pessoas para mim, eles me jogariam de qualquer jeito.

Passou alguns minutos, quando Amanda começou a apontar a arma em direção a todos lentamente, várias começaram a agir. E sim, foi Dietrich contra todos eles, ao mesmo tempo que me protegia, ele tentava não sair da minha frente, mas em um dado momento ele não foi capaz, e acabou caindo. Alguém me agarrou, me jogando em frente a Amanda. Olhei para Dietrich, percebendo que duas pessoas estavam o segurando.

(É sério que vou morrer por causa de uma pessoa obsessiva? Ela não percebe que se me matar vai entregar a própria vida, e as chances de Dietrich ama-lá.)

Ela apontou a arma para mim, e eu fiquei indignada ao perceber que ninguém iria fazer nada.

— Já vai tarde, sua interesseira! — Antes que ela pudesse atirar, Patrick a agarrou.

— Amanda, pare!

Ela se debateu contra ele, tentando recuperar a arma.

— NÃO, EU ESTAVA QUASE LÁ!

— Para com isso, você tem dezenove anos, quando vai amadurecer? Ela é mais nova que você, e ainda sim não caiu nas suas criancices, agora está tentando matá-la?

— Por que você está defendendo ela? Por acaso se apaixonou por essa interesseira também?

Patrick ficou em silêncio por um segundo.

— Não é nada disso, por favor, pare! O papai vai ficar decepcionado se souber dessa cena que você fez!

(Eles são irmãos?)

— Patrick, eu estava quase conseguindo me casar!

— Não, você não estava! Amanda, vamos para casa!

Pela forma que ele estava falando, pude perceber algo, mas confirmaria depois com Patrick. Depois de um certo tempo, ele conseguiu a levar embora.

Dietrich me obrigou a ir ao hospital, apesar de não ter acontecido nada. Eu nem precisei esperar Patrick para perguntar, Dietrich mesmo me confirmou que Amanda tem problemas mentais, e que já foi internada várias vezes.

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Comments

Maria Luiza Giuliani

Maria Luiza Giuliani

O nome do livro deveria ser: Eleonor ...a invisível rs ou Eleonor, sinônimo de confusão.

2024-01-20

3

ARMINDA

ARMINDA

ESTE PATRICK TINHA QUE LEVAR UMA COÇA DEIXAR A IRMÃ DESTRAMBELHADA COM UMA ARMA. PODIA TER ATIRADO EM ALGUÉM 😬🤨😐🤨🤨😬

2023-06-17

3

Sandra BBarreto

Sandra BBarreto

Que situação horrenda, dois com problema mentais só pode. Autora não separe o casal por favor é lindo o amor deles é mais capítulos

2022-10-18

5

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