Quem é essa garota?

Depois do que aconteceu, tudo ficou uma bagunça. Eu estava tentando manter a calma, mas ficava mais complicado.

— No que está pensando tanto? — Ele me olhou curioso.

— Apenas que, pela descrição que eu recebi do seu pai, ele já deveria ter vindo até aqui, feito um escândalo e te obrigado a se divorciar de mim.

— Ele não entrou mais em contato comigo desde o dia que veio aqui. Seria possível que ele gostou de você? — Ele sorriu, sabendo que a probabilidade é baixa.

Ainda assim, era estranho o sumiço repentino de Dante, pelo menos para Dietrich, já que eu não convivo casualmente com o pai dele, ou tenho algum contato.

— É bom que ele permaneça imóvel, não vou me separar de você! — Havia convicção na sua voz.

Sempre que tinha a oportunidade, Dietrich dizia isso. Não somente para mim, mas também para quem quer que fosse. Ainda não tínhamos um mês de casados, mas nossa convivência estava sendo tranquila, tirando os momentos em que Rafael interferia.

— Está com fome? — Ele disse já se levantando.

— Estou. — Eu olhei para os papéis na minha mesa.

— Fique tranquila, esses documentos são para a próxima semana, não precisa fazer hora extra hoje! — Ele pegou suas coisas e foi até a porta.

(Como é bom ser casada com o chefe!)

Nós saímos da empresa.

— Acho que teremos que pedir comida outra vez…

— Hoje não, vamos a um restaurante! — Ele abriu a porta do carro para mim.

Como o esperado de Dietrich, era um lugar extravagante e luxuoso.

— Sejam bem-vindos! — Nós fomos recebidos e encaminhados até a nossa mesa.

O restaurante estava vazio, e pela reação de Dietrich, ele deve ter alugado o lugar.

— Você já percebeu, certo?

— Sim… — Eu suspirei.

(Não gosto que ele gaste tanto comigo, mas talvez ele tenha suas próprias razões, algo como odiar estar cercado de pessoas? Mas ele normalmente não participa de eventos lotados?)

O menu estava repleto de pratos que eu desconhecia, então eu apenas pedi o mesmo que Dietrich.

— Então, por que alugou esse lugar? Tem fobia a lugares lotados? — Eu enchi minha taça de vinho, mas Dietrich a tomou de mim.

— Você não deve beber, e eu apenas queria um momento a sós com você!

— Mas nós sempre estamos a sós!

— Apenas quero agir como um bom marido.

— Você vai cumprir todas as suas obrigações de marido?

Ele de repente virou a taça de vinho.

— Não estou falando daquela forma, quer dizer, mais ou menos… apenas quero saber se vamos ser como um casal de verdade daqui para frente…

— Eleonor, nós já somos um casal de verdade! Eu vou cuidar de você, então conte comigo para o que precisar!

(Eu deveria dizer que ele também pode contar comigo? Mas por que as palavras não saem?)

Eu queria assumir o que sentia, mas me senti tão nervosa que acabei hesitando. Se eu continuasse dessa forma, Dietrich poderia acabar esquecendo de mim.

Os pratos chegaram, e a apresentação estava perfeita, mas fiquei chocada pela pouca quantidade.

— Eu acho que não consigo me adaptar à vida de pessoas ricas… — Deixei escapar sem querer.

— Você pode pedir mais se quiser.

— Não, está tudo bem!

Eu encarei meu prato, já com a certeza de que iria permanecer com fome.

(Não me diga que Dietrich come somente essa pouca quantidade? Quando ele cozinha, os pratos são mais recheados.)

Ele começou a rir do nada.

— É apenas o primeiro prato, eu já percebi o quanto você come nesses últimos dias!

(Eu estava comendo demais? Maus hábitos nunca mudam…)

Fiquei envergonhada e provei um pouco da comida.

Era bom, mas logo entrei em desespero ao sentir um enorme gosto de pimenta. Dietrich estava normal mesmo após provar sua refeição.

— Eleonor? — Ele veio até mim.

Eu peguei a garrafa de vinho para virar na boca, mas Dietrich não deixou. Ele pediu ao garçom água, e eu tomei tanto que minha barriga ficou enorme.

Enquanto eu estava tentando me acalmar e processando tudo, Dietrich provou um pouco da minha comida, e acabou pegando água.

— Você, venha até aqui! — Ele chamou o garçom. — Por que tem pimenta no jantar da minha esposa? — O tom dele foi duro.

— Não tem como isso ter acontecido! — O garçom pegou um garfo e experimentou, e logo foi ele quem entrou em desespero.

Eu percebi uma garota observando de longe.

— Dietrich, quem é aquela? — Eu apontei em direção a ela.

A garota veio em nossa direção.

O olhar de Dietrich mudou para um semblante de ódio assim que a notou.

— Merda, sabia que estava muito silencioso! — ele sussurrou.

A garota não escondeu sua hostilidade para mim, desde já me olhando com desprezo.

— É uma honra finalmente te reencontrar, meu pai te elogiou inúmeras vezes! — A garota estendeu a mão para Dietrich, mas ele não pegou.

— Tsk, seu pai me elogiou? Mariano nem ao menos convive comigo, apenas sabe coisas que o meu pai diz. — Ele não escondeu seu descontentamento.

Ela sorriu sem graça.

— Quem é… essa daí? — Ela apontou para mim e me olhou com nojo.

— "Essa daí"? Deveria ter mais cuidado em como fala, ela é a minha esposa! — Ele me puxou.

— É um prazer! — Eu disse.

(Não, não é um prazer,! Mas devo ser educada…)

Ela simplesmente me ignorou.

O garçom voltou sem fôlego.

— Sinto muito pelo ocorrido, não foi culpa dos nossos chefes, fomos sabotados!

— Sabotados com tantas pessoas dentro de uma cozinha? Se querem que esse estabelecimento continue de pé, me traga o responsável.

Eu tive uma súbita sensação de que a culpada era a garota à nossa frente.

— Nós temos câmeras na cozinha, irei trazer as imagens.

A garota pareceu apavorada, e simplesmente se retirou. Depois de um tempo, nós a vimos na gravação.

Dietrich ficou ainda mais irritado pela falta de segurança, já que ela conseguiu entrar no restaurante e ainda sabotar minha comida. Se não fosse por mim, ele teria fechado o lugar.

— Nora… — Ele abriu a porta do carro para mim.

— Sim?

Ele entrou, e depois ficou em silêncio.

— Dietrich?

— Aquela é a pessoa que eu teria um encontro…

(Bom, devia ter desconfiado, ela parecia gostar dele.)

— Parece que consegui uma inimiga nova, já não bastava possuir tantas dentro da empresa.

— Eu sinto muito… você passou por tudo isso hoje apenas por estar comigo...

— Está tudo bem…

Na verdade não estava, mas se isso o tranquilizasse, deixaria baixo. Eu não quero depender sempre dele, preciso me defender sozinha. Não adianta ser protegida apenas, já que em algum momento estarei sem ele por perto.

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Comments

Hilda Pereira Correa

Hilda Pereira Correa

cada capítulo a Cada Eleanora fica chata e idiota

2023-08-27

3

ARMINDA

ARMINDA

VD ELA TEM QUE APRENDER A SE DEFENDER SOZINHA. 🤔🤔🤔🤔🤔🤔

2023-06-17

2

ARMINDA

ARMINDA

NOSSA OUTRA INIMIGA NINGUÉM MERECE.😐🤨🤨🤨🤨🤨🤨🤨

2023-04-10

2

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