Eu me recuso a seguir as ordens dele!

Alguns dias antes do casamento:

Meu pai entrou em contato com Dayne e eu. Nós nos encontramos, mas as notícias não eram boas.

— Vocês dois receberam propostas de casamento, não espero exatamente que Dayne vá, mas você, Dietrich…

Meu pai empurrou uma foto junto com papéis.

— Ela é filha do Mariano que acabou de voltar da Europa. — Ele estava sorrindo enquanto falava, algo que era raro.

Mariano é o melhor amigo do meu pai há muitos anos, e também parceiro de negócios.

— Dayne, essa é a caçula dele, Vocês podem escolher qual querem. Apenas quero que vocês possam ir a pelo menos um encontro! Já que Dayne tem a Elena, se ele não quiser tentar, não impedirei, mas somente se já estiver casado com ela! Afinal, ele nem mesmo a apresentou oficialmente ainda.

— Pai, por que de repente quer fazer essas coisas? — Dayne olhou irritado.

— Será um grande negócio para nós, Mariano investe muito na nossa empresa!

— Mas o que nós temos haver com isso? — Eu fiquei irritado.

Meu pai me olhou surpreso, eu nunca o respondi antes ou sequer questionei suas decisões.

— Eu não vou a esse encontro, e muito menos terei um casamento arranjado! — Bati na mesa com força.

— Dietrich, não se esqueça que você deve muito a essa família! Você nem mesmo tem uma namorada, se for ficar um solteirão para a vida toda, é melhor estar em um casamento arranjado!

— Se você estivesse dizendo isso por querer minha felicidade, eu até entenderia, mas somente pensa na empresa! — Me levantei. — Eu não vou a esse encontro, sei muito bem que no momento em que eu aceitar, entrarei em um caminho sem volta.

Mariano é alguém super protetor, que faz de tudo por suas filhas. Se alguma delas se apaixonar, ele faria de tudo para casá-las, eu não tenho um ego alto para dizer que isso aconteceria em apenas um encontro, mas prefiro não correr riscos.

O eu do passado não se importaria, já que é pela empresa, mas agora… eu tenho alguém que quero proteger desesperadamente, por isso não vou ceder aos desejos do meu pai.

Dayne me seguiu logo depois.

— Hey, o que vamos fazer agora? Nosso pai é insistente, sei que não vai desistir fácil.

— Eu me recuso a seguir as ordens dele.

— Dietrich, você está diferente, aconteceu alguma coisa?

— Ah, nada demais, apenas tenho alguém que gosto.

— "Apenas"? Isso é uma grande surpresa, quem é? — Dayne aparentava estar ansioso de curiosidade, mas também parecia feliz.

— Minha nova secretária.

— Nova secretária, não era a Nora? Espera… Você está apaixonado por ela?

Eu acenei com a cabeça.

— Como isso aconteceu? Não, espera! — Dayne saiu me arrastando para longe.

Nós paramos em uma praça por perto.

— Me explique tudo!

Subitamente, me senti um pouco envergonhado.

— Nós… passamos uma noite juntos…

Dayne arregalou os olhos, completamente chocado.

— Você ficou doido? Ela acabou de completar dezoito anos… Eu não estou dizendo que você está errado, mas não acho que Elena vá concordar com isso, Eleonor é imatura!

— Dayne… ao invés de reclamar, me faça um favor… Se ela te pedir um emprego, não a ajude. Eu não quero ser assim, mas não consigo controlar.

— Ver você é assim, é impressionante… Mas se a Nora me pedir muito, provavelmente Elena vai querer que eu ajude. Apesar de não demonstrar, ela se importa com a irmã.

— Dayne, é melhor você fazer o que eu falei! Se Elena interferir, invente que não tem influência o suficiente para levar mais uma pessoa, ela nem mesmo sabe que o hotel é seu!

— Você está me ameaçando?

— Sim. Seu sobrenome é "Andrade" para elas, não é?

Eu saí deixando Dayne para trás. Eu ainda estava me perguntando por que ele mentiu, mas não quis me intrometer, provavelmente ele tinha os próprios motivos.

Quando cheguei em casa, mandei inúmeras mensagens para a Eleonor, mas ela não viu

Acabei me complicando por causa dela, já que precisava que ela entrasse em contato com o fornecedor. Em uma situação normal, eu já teria a demitido, mas eu entendo que ela é inexperiente, apesar de não ter considerado isso com minhas outras secretarias.

E por ter demorado demais, tive que fazer tudo às pressas.

Mesmo assim, eu não a demiti, e no final, ainda acabei tomando uma decisão precipitada, casamento? Bom, não tinha certeza se poderia me arrepender um dia dessa decisão, mas tudo que eu sabia, era que jamais seguiria as ordens do meu pai!

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