— Dayne, você poderia conseguir um emprego para mim no hotel? Não importa qual seja! — Foi a primeira coisa que disse a ele quando o encontrei.
Claro, mesmo não sendo próxima, eu pensei que talvez ele pudesse me ajudar, Elena não estava ciente que eu o chamei para uma conversa no intervalo do almoço.
— Me desculpe, Eleonor, mas se eu fizer isso ele vai me matar com certeza. — ele? A quem se refere?
— De quem está falando?
— Ah, provavelmente você não sabe, mas Dietrich e eu somos irmãos. — Dietrich, esse é o nome do CEO!
— Ahn? Mas ele disse que o pai dele era estéril! E você não me disse que seu sobrenome era Andrade?
— Calma, Eleonor. Na verdade, minha mãe é casada com Dante, o traiu e acabou me gerando. Como Dante não se importava, acabei vivendo com eles, mas ninguém sabe exatamente sobre mim, já que minha mãe não quer holofotes sobre os atos passados dela. Por isso o hotel é bem protegido contra os paparazzis, e o nome "D.M" serve tanto para Dietrich, quanto para Dayne ou Dante. Nossas iniciais são as mesmas, por isso todos pensam que o Hotel é do meu pai.
— Dayne, porque disse que ele te mataria? Por acaso você…
— Se eu sei sobre vocês? É claro! Afinal, eu sou o dono do hotel.
Eu fico sem saber onde me esconder.
— Não precisa ter vergonha, afinal isso é normal. No começo eu realmente pensei em te dar um emprego quando Elena me disse que você tinha ido para o "matadouro", mas quando eu soube que você ficou lá por um dia, tinha certeza que não precisava mais da minha ajuda.
— Mas eu ainda preciso… não posso continuar essa relação com ele…
— Por que? Essa é a primeira vez que meu irmão arruma alguém. E também, se eu te desse um emprego, Dietrich iria interferir nos meus negócios.
— Acha mesmo que ele faria algo assim por mim? Eu sou apenas um caso que ele teve.
— Disso eu não tenho muita certeza… — a expressão de Dayne era como se estivesse preocupado.
— O que ele te disse?
— Olha, não conta para ele, mas Dietrich me disse que se caso eu te oferecesse um emprego, ele iria atrapalhar meu casamento com a Elena, e ainda iria parar de patrocinar o hotel.
— Não acredito… ele não vai mesmo me deixar ir?
— Se eu fosse você, nem tentaria…
Eu ando de um lado para o outro sem saber o que fazer.
— Enfim, por que vocês não vão morar juntos?
— Dayne! — Elena aparece do nada. — Eh? Era por isso que desmarcou nosso almoço, Dayne?
— Você me seguiu?
— Não, você que veio ao lugar onde sempre almoçamos juntos. Enfim, está sugerindo que ela more com alguém? Está maluco?
Eu olho para Dayne suplicante.
— Sua irmã está namorando com o meu irmão.
— Dayne! — eu grito.
— Com seu irmão? Nem mesmo eu o conheço, como se tornaram próximos?
— Ei, ei… ele está mentindo!
— Eu não estou! Não posso mentir para a minha Elena.
— Ah, é? E você contou para ela que é dono do hotel D.M?
Elena nos olha sem entender. Dayne fica sem reação.
— Espera… como assim? Quero uma explicação dos dois agora!
Nós nos sentamos, e Dayne e eu contamos nossa versão dos fatos.
Elena ficou um pouco brava por Dayne mentir. Mas quando foi comigo, ela virou uma fera, me dizendo que eu não deveria beber, nunca se sabe quando algum estranho pode fazer algo. Nesse momento eu entendi que ela realmente se preocupava comigo, apesar de tudo.
Depois de tanto sermão, eu fui dormir.
No dia seguinte, eu estava acabada, não consegui pregar o olho a noite. Eu dou um rápido bom dia para as meninas, e vou para o escritório.
Antes que eu abrisse a porta, Dietrich apareceu bem na minha frente como no primeiro dia.
— Bom dia, Senhorita Vinturinne!
— Bom dia, chefe!
Eu evitei o olhar dele.
— Venha!
— Para onde?
— Você é minha secretária, tenho uma reunião, então você virá comigo!
(Sério que eu não esperava por isso?)
— Sabe que você deveria ter marcado essa reunião, certo?
— E-Eu?
— Por acaso não viu seu celular ontem a noite? Pedi para que entrasse em contato com nosso fornecedor, escolhesse o local e marcasse a reunião para hoje cedo. Como percebi que não viu a mensagem e nem atendeu minhas ligações, eu mesmo o fiz.
(Ai não… eu não peguei no celular ainda…)
— Eu sinto muito!
— Senhorita Vinturinne, espero que não esqueça o que eu disse sobre odiar pessoas incompetentes, você não é uma exceção. — “Eleonor”, “Senhorita Vinturinne”, ele não sabe como me chamar? Sempre fica alternado.
Eu mal percebi quando ele saiu e me deixou para trás.
— Você não vem?
— A-Ah… sim…
Eu corro e o acompanho.
Depois da reunião, tudo que eu queria era ir para casa, mas acabou sendo um dia extremamente puxado. Recebi várias ligações, revisei muitos documentos e propostas, além de que o "bonito" do meu chefe me fez buscar café para ele umas quinhentas vezes.
— Não… eu não aguento mais!
Eu grito sem perceber. Ele me olha parecendo querer rir. Ao ver o rosto dele, sinto determinação. Bati a carta de demissão que fiz há pouco tempo atrás, bem na mesa dele.
— Eu cansei, me demito! Você é um tirano malvado!
O rosto dele muda para uma expressão estranha.
— Ah é? E onde vai trabalhar?
— Em qualquer lugar que não seja aqui! Nem que seja uma padaria!
Ele pega o celular e liga para alguém.
— Gavin, mande fechar todas as padarias da cidade. É claro que estou falando sério.
— Espera! Não faça isso! — eu corro para trás da mesa dele e tomo o celular. — Esqueça, não precisa fazer isso! — eu digo e puxou o telefone, desligando.
Ele fica me encarando.
Estou frente a frente com ele, depois de um certo tempo…
— Por que fez isso? Ficou louco?
— Você não vai sair da empresa.
— Vai me prender aqui?
— Se prevenir que você fuja de mim, sim!
(Completamente louco, é o que esse homem é!)
— Não me importa onde você for, terá que voltar para mim!
— Qual é, cara? Eu não sou casada com você para querer mandar na minha vida! Nem mesmo a minha irmã faz isso, quer dizer… só às vezes… mas mesmo assim!
Ele me puxa, e eu acabo sentada no colo dele.
— Me solta!
— Você quer isso? — ele me olha tão intensamente que sinto minhas palavras desaparecendo.
— Não… foco!
— Ahn? Você é tão engraçada! Acho que escolher você não foi tão ruim.
— Tão ruim? Você é mesmo um tirano obsessivo!
— Ah… eu sou um tirano? Você sabe o que eles fazem?
— O que?
— Matam e morrem pelas pessoas que amam obsessivamente…
— Ok, retiro o que eu disse… você não é um tirano obsessivo!
Ele ri, e depois simplesmente morde minha boca.
— Ei!
Então ele me beija lentamente. Eu resisto a princípio, mas logo não consigo evitar de cair na armadilha.
De repente, empurra os papéis que estavam na mesa e me coloca lá em cima.
Não, não… se for igual aos programas que vi, isso não vai acabar bem!
— A-A porta… está aberta!
— Fique tranquila, ninguém entra sem a minha permissão.
Ele me beija ferozmente dessa vez, e logo começa a desabotoar minha camisa. Dietrich soltou o meu cabelo que estava amarrado, e depois me beijou de língua.
Hum… é tão bom…
De repente, ouvimos um baque na porta.
— Você não disse que ninguém entrava sem sua permissão? — eu sussurro.
— Eu vou matá-lo… — ele também sussurra.
Envergonhada, desço da mesa e consertei minhas roupas.
— Essa garota... sua nova secretaria?— Rafael se aproximou, sorrindo. — Seu batom está borrado, e por "coincidência", a boca dele está manchada de batom! — olhei pra o CEO, e realmente era verdade.
— O que faz aqui? Desapareça!
— Ah, atrapalhei vocês? Bem que eu estranhei que ninguém atendeu quando a recepcionista ligou inúmeras vezes.
Ele ligou?
Eu corri para o telefone, realmente tinha várias ligações perdidas, mas nós nem sequer ouvimos.
— Viu? — Rafael me olhou estranho. — Estou aqui para falar do contrato, meu pai não quer cancelar. Desista desse protejo, ou juro que te farei se arrepender! — ele ameaçou, parecia que realmente odiava Dietrich.
— Eu posso simplesmente contar ao seu pai que está tentando me ameaçar!
— Haha, você não tem jeito. Eu já te disse que jamais irei aceitar a decisão do meu pai de juntar as empresas, não quando você será o maior beneficiado nessa história!
— Se está reclamando, deveria falar com seu pai, ele não começou essa proposta por que sua família está em crise?
Rafael rangeu os dentes de raiva.
— Eu prefiro morrer do que entregar minha empresa nas suas mãos! Eu vou reerguê-la sozinho!
— Se já terminou, pode sair! Essa decisão não é minha, você sabe. Enquanto seu pai concordar, eu vou continuar com os planos!
Rafael bateu na mesa com força.
— Certo, foi uma escolha sua, Dietrich! Agora saiba que eu vou tomar o que você mais ama. Eu já te odiava, e agora odeio ainda mais! — ele veio em minha direção e me beijou do nada.
Eu não consigo sentir outra coisa se não repulsa, tentei empurrá-lo, mas ele era forte demais. De repente, Dietrich o empurra e depois começa a bater em Rafael sem parar.
— Espera! — eu tento separá-los mas não adianta.
Eu corri desesperadamente e chamei Patrick. Os outros funcionários nos olharam curiosos quando corremos em direção ao escritório. Dietrich ainda estava batendo em Rafael sem parar, Patrick o puxou, mas precisou da minha ajuda para conseguir, já que Dietrich é muito forte.
— Pare! Assim você vai matar ele!
— Essa é a minha intenção!
Rafael se levanta cambaleando.
— Sabe… — Ele cospe sangue. — eu realmente gostei disso, sabia? Sempre tomei as garotas que você gostava, com essa não será diferente! — Rafael lambe os lábios ensanguentados.
Credo!
O olhar furioso de Dietrich aumenta.
— Agora eu tenho uma nova obsessão. — ele me olha de cima a baixo como se estivesse esfomeado.
(CREDO DE NOVO!)
Antes que acontecesse uma tragédia, eu saí empurrando Rafael até o lado de fora. Dietrich tentou me impedir, mas Patrick o prendeu com força.
— Vá embora! Por acaso perdeu a noção do perigo?
— Sabe, eu estava preocupado de que não teria uma forma de contra-atacar Dietrich, mas você veio no momento certo! — ele pretendia me usar de qualquer jeito.
— Só vai embora logo!
— Nos vemos por aí…
Ele sai.
De onde surgiram tantas pessoas loucas?
Percebo todos os funcionários me olhando de longe. Voltei rapidamente para o escritório, e assim que achamos que Rafael estava longe, Patrick soltou Dietrich.
De repente, ele me abraçou bem forte.
— Saia daqui agora! — ele olha para Patrick.
Ele acena com a cabeça e sai.
— Você… por que eu fico tão irritado quando é algo relacionado a você? Eu não entendo…
— Chefe… por favor, me solta!
— Pode me chamar pelo meu nome?
— Por que eu faria isso?
— Eleonor, por favor…
— Dietrich, poderia me soltar?
Ele o faz.
— Droga… por que ele tinha que mexer justo com você? — ele passa a mão pelo cabelo.
— Esquece isso, apenas aconteceu…
— Eu não vou esquecer isso! Ele mexeu no que não devia!
Logo, ele vem até mim novamente.
— Beijo…
— Ahn?
— Ele beijou você com aquela boca nojenta… eu quero te beijar, e apagar essa horrível memória da minha mente, e da sua!
— Se isso fizer você se acalmar, pode fazer… — era melhor do que ele ficar nervoso.
Então ele me beija, mas bem devagar. Não durou muito tempo.
— Eleonor, você pode ficar comigo esta noite?
— Não!
— Espera, não é para fazer nada, apenas quero que você esteja por perto.
Eu sei que eu não deveria, mas acabei aceitando. O estado dele estava muito lamentável, e isso me fez ter pena dele, apesar de quem deveria estar assim era eu.
— Tudo bem… mas promete que vai ouvir o que tenho para te dizer quando estivermos lá?
— Prometo…
Ele sorriu, mas ainda parecia triste.
— Vai ficar mesmo tudo bem? Afinal, você bateu no Rafael.
— O pai dele me conhece e sabe que não sou alguém que faria coisas impulsivas.
— Para mim isso pareceu um pouco impulsivo.
— Não, ele mexeu com você… não poderia deixar isso de lado!
Por que você age assim comigo? Não somos nada um do outro.
É o que eu queria dizer, mas acho que terei que deixar para a noite. Esse lado do meu chefe me deixou intrigada, não parecia que ele me amava, era mais como se ele me quisesse por eu ser a primeira na sua vida.
Não acreditaria que fui a primeira se não fosse por Dayne. Se Dietrich se apaixonou por mim, deve apenas estar enganado por nunca ter tido alguém na vida. Eu não sei ao certo como me sinto sobre ele, tudo que sei é que sou atraída por ele de alguma forma, mas é apenas isso.
Eu tive medo de continuar isso, pois Dietrich é muito mais do que eu esperava, e nossas condições de vida são completamente diferentes. Por alguma razão, não consigo me ver em uma relação com ele, além do mais, nós começamos de um jeito que não deveria…
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Atualizado até capítulo 50
Comments
Sebastiana Sena
qual será o segredo dele?
2024-03-30
3
VÓ CICI
🤣🤣🤣🤣🤣
2023-12-28
5
Leia Ribeiro
Nossa que história estranha, não consegui me interessar pulei os capítulos para ver o final
2023-01-10
1