Agora todos sabem...

Não sabia ao certo que horas eram, mas Rafael não parecia querer me levar de volta. Pensei em fugir dele algumas vezes, mas não é como se eu conhecesse essa cidade, ou estivesse com dinheiro.

— Sabe, eu achei que você fugiria na primeira oportunidade.

— Só para você saber, eu ainda nem completei um mês trabalhando, então não recebi meu salário ainda.

— Isso é ótimo, posso ficar com você o tempo que eu quiser. — Ele sorriu de orelha a orelha.

— Se fizer isso, irei sair gritando que você me sequestrou!

Já era noite, e eu estava mais preocupada.

— Se eu for demitida, se prepare, pois não vou pegar leve com você!

— Fique tranquila, meu pai te daria um emprego sorrindo.

— Não quero algo dele, depois vai querer que eu me case com você.

— Não é perfeito?

— Com certeza não! Aliás, quando você vai me levar de volta?

— Amanhã cedo.

— Eu não posso esperar tanto tempo!

— Quero passar mais tempo com você, e tenho certeza que Dietrich está prestes a enlouquecer, então não posso deixar que acabe tão rápido! — Ele direcionou seu olhar para o celular dele.

— Ele não ficaria assim porque eu sumi algumas horas, apesar de sermos casados, nós dois não somos nada além de desconhecidos que moram embaixo do mesmo teto.

— Você é realmente lerda! Normalmente tenho raiva de pessoas assim, mas no seu caso é uma vantagem para mim.

— Por que seria?

— Assim você não vai estar consciente de que é uma ovelhinha cercada por um lobo. É bom para mim, assim você não vai se apaixonar por ele.

— Bom para você? Não vejo chance disso.

— Nunca se sabe, minha dama! Talvez você me ame no futuro, tenho certeza de que sou melhor que Dietrich em vários aspectos! — Ele piscou.

— Você é tão brega… por acaso você dizia coisas assim para todas as mulheres que ficou?

— Não, na verdade elas vinham até mim.

De repente, uma curiosidade me veio à cabeça.

— Você sempre fica com as mulheres que Dietrich demonstra interesse? Isso significa que você nunca se interessou verdadeiramente por alguém..?

Apesar de ser algo que eu não deveria perguntar, acabou saindo.

— Meus gostos são bem parecidos com os dele, então não é como se fosse uma desvantagem!

— Entendo…

— Está na hora de irmos dormir.

— Não, apenas me leve embora!

Rafael, saiu me puxando até um hotel.

(A última vez que fui em um, acabei entrando em problemas.)

— Eu não vou!

Ele ignorou minhas palavras e me pegou no colo. As pessoas que estavam perto nos encararam, e eu fiquei envergonhada. Rafael me levou até o quarto, mas deixou claro que não pretendia fazer nada que eu não quisesse. Eu estava cansada o suficiente, então acabei dormindo rapidamente.

No dia seguinte, quando acordei, Rafael estava me abraçando enquanto dormia. Eu quase o bati no susto. Mais tarde, depois do almoço, ele finalmente decidiu me levar de volta. Eu falei o endereço para ele, que me levou até lá.

— Me deixe aqui perto, não quero que me vejam com você. Não gosto da ideia de estar ao menos relacionada com você.

— Sempre dura, Eleonor… mas não posso fazer isso, quero ver um pouco do rosto desesperado de Dietrich.

Eu revirei meus olhos, e assim que chegamos perto da casa, vejo vários carros de polícia estacionados em frente.

— Não me diga que…

— Ah, como você estava sem celular provavelmente não sabe, mas sua foto está à solta em todas as notícias, e como esposa de Dietrich.

— Ele contou? Isso é tudo culpa sua! — Eu o olhei furiosamente.

Rafael me entregou um celular.

— Isso é um presente por quebrar o seu antigo, já tem tudo que precisa, inclusive, coloquei crédito caso queira pesquisar agora. Ah, e mais importante, o meu número.

(Quando ele teve tempo para fazer tudo isso?)

Eu puxo o celular com tudo e pesquiso o nome de Dietrich.

— "Esposa misteriosa de Dietrich Marines está desaparecida. Segundo informações, ela estava atualmente trabalhando como secretária do empresário, e a relação entre eles era algo que somente a família sabia. Ao notar a falta de sua companheira no trabalho, Dietrich correu imediatamente para casa, mas não a encontrou, acionando imediatamente às autoridades."

— Parece que ele não esperou que se completassem às vinte e quatro horas.

— É nisso que você está pensando agora? Eu posso ser demitida, e se isso acontecer, provavelmente Dietrich me colocaria para fora!

— Não acho que ele faria isso.

— Aah… Elena com certeza vai me matar… — Eu suspirei, batendo com força a mão na minha testa.

Nós dois descemos do carro, e eu fico preocupada pelas consequências que estão por vir.

— Agora que penso bem, é bom que você venha comigo. Assim posso jogar a culpa toda para você, já que em primeiro lugar ela é toda sua!

— Apenas faça isso, vai ser mais divertido!

Com o coração a mil, eu entro, e Rafael vem logo atrás de mim. Ouço vozes de várias pessoas, mas não entendo bem o que estão dizendo.

Eu conto até três antes de abrir a maçaneta.

— Espera, deixe que eu vá primeiro, assim posso contar tudo com calma. Não quer que fiquem com raiva de você, certo?

Eu aceno com a cabeça em resposta.

Rafael entrou e eu fiquei esperando com o coração na mão. Tudo estava bem quieto, até que ouço barulho de objetos caindo juntamente com um grito que parece ser de Elena. Eu corri para dentro, percebendo a bagunça, com objetos quebrados. Rafael estava caído no chão, com o braço sangrando.

Os policiais estavam imóveis, já que Dayne correu para frente deles pedindo que não fizessem nada com Dietrich.

(Eles pararam por causa da influência da família Marines?)

Desviei meu olhar por um segundo, e já não vi mais Dietrich.

— Onde está Die… — Subitamente, braços me agarraram por trás.

Meu corpo se arrepiou, tinha certeza de que era ele.

Ao olhar para nós, Dayne pediu para que todos se retirassem e nos deixassem a sós. Ele puxou Rafael pelo outro braço, enquanto Elena sussurrou que nós duas teríamos uma conversa séria mais tarde. Assim que eles saíram, o aperto de Dietrich se intensificou. Ele sussurrou no meu ouvido, a sua voz estava trêmula e cansada.

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