Por que você é assim comigo?

— Ele fez algo com você? — Pude perceber que ele estava preocupado comigo, já que ele não queria me soltar.

— Dietrich, eu estou bem.

Não percebi logo, mas ele estava cheirando a bebida.

— Você bebeu?

— Sim… — Ele virou, fazendo com que eu olhasse diretamente para os seus olhos.

— Fico feliz que você esteja bem… Eu estava desesperado, achei que você não voltaria mais.

Ele acariciou minha bochecha, seus olhos estavam inchados, parecia que ele havia chorado…

— O que Rafael disse para que você fizesse aquilo com ele?

Dietrich rangeu os dentes.

— Ele me disse que esteve com você, e que em breve te levaria embora.

— Eu sabia… Por que confiei nesse cara?

Dietrich pegou minha mão e me levou para o quarto.

— Deve estar cansada, durma um pouco…

— Quem deveria dizer isso sou eu, você está parecendo uma múmia!

Ele me fez sentar na cama, e tirou meus sapatos.

— Espera, eu preciso tomar um banho antes de dormir! Pode ir descansar, eu não vou desaparecer.

Dietrich estava relutante em me deixar sozinha, e eu não sabia o que fazer.

— Você… Não vai me deixar sozinha mesmo? Por acaso pretende tomar banho comigo também?

Eu disse isso para que ele finalmente me deixasse, mas não foi uma boa escolha.

— Sim…

Ele estava sério, e isso me fez engolir seco.

— Está tudo bem, eu posso fazer isso sozinha!

Abruptamente, ele me pagou no colo me levando em direção ao banheiro.

— Espera! Você está cansado e eu quero fazer isso sozinha!

— Está tudo bem!

Dietrich me colocou no chão e preparou a banheira.

— Uau… é assim que os ricos vivem?

— Você agora também é, então aproveite!

Ele sorriu e pegou minha mão, me guiando até lá.

Eu pedi para que ele se virasse enquanto eu tirava minhas roupas e entrava na banheira, e na vez dele, cobri os meus olhos.

— Você não precisa fazer isso, você já me viu assim antes!

Ele ficou perto de mim, e sua voz saiu como um gatilho. No susto, acabei tirando minhas mãos dos olhos, então ele puxou meu braço, me fazendo encara-lo.

— Dietrich… agora todo mundo sabe sobre a gente?

— Sinto muito por quebrar o contrato, eu fiquei desesperado e eles não faziam nada a não ser que já tivesse vinte e quatro horas.

— Você sente algo por mim?

Ele não respondeu, apenas olhou fixamente para minha boca. Senti como se estivesse sendo atraída por ele. Dietrich me beijou, e dessa vez, não relutei. Apesar de não ser isso que combinamos, não consegui me afastar, eu me sentia completamente atordoada, e a sensação de estar com ele é tão boa…

Quando percebi, já estava passando a mão pelo corpo dele. Eu me afastei e olhei aquela bela visão de homem, a espuma cobriu o corpo dele por baixo, mas seu peitoral estava completamente exposto.

— Está gostando de me observar?

Sai do meu transe percebendo que ele estava me observando atentamente.

— Sim…

(Eu disse mesmo isso?)

Ele parece ter gostado do que ouviu.

Dietrich mordeu minha orelha, e depois beijou lentamente o meu corpo. Ele me pegou no colo e levou para a cama, sem se importar que estávamos encharcados, nos beijamos de novo e de novo. Cada toque dele foi como se eu estivesse em um sonho.

Um celular de repente tocou.

— É o seu?

Ele negou com a cabeça, acabei me lembrando de que Rafael havia comprado um novo para mim.

— Espera, deixe isso de lado agora!

O celular continuou a tocar.

— E se for algo importante?

Dietrich sai de cima de mim, e eu sigo o som do toque.

— Achei, mas… quem é "meu docinho de coco"? E por que tem tantos corações?

— O que você disse? — Eu corri até Dietrich.

— Esse celular é diferente do que você usava antes, onde conseguiu ele?

— Ah, foi o Rafael que me deu. Ele jogou o meu pela janela do carro, e também me disse que o celular já estava com tudo que eu precisava, acho que isso incluía o que ele quis dizer.

Dietrich tomou o celular da minha mão.

— O que você quer? — Ele atendeu Rafael, e se afastou de mim.

— Espera, coloca no viva voz!

Ele faz o que eu pedi.

— "Que tal passar para ela? Não é com você que quero conversar!".

— Não! Depois do que você fez, nunca mais ouse chegar perto da minha esposa! Se não entendeu ainda, nós estamos casados, então a deixe em paz!

("Minha esposa", por que isso mexeu tanto comigo?)

— "Dietrich, eu espero que entenda que eu não vou desistir dela! Está preparado para perder tudo por essa garota? Meu pai está comigo em relação a esse assunto, enquanto ela estiver com você, sua vida será um inferno!". — Rafael não mediu suas palavras.

Dietrich desligou o celular, e caiu na cama.

Eu não tinha certeza do que aconteceu com ele, mas não perguntei nada, já que ele precisava descansar.

— Ei, você está todo molhado… não é bom dormir assim…

(Ah, ele dormiu…)

Peguei uma toalha e enxuguei o cabelo dele enquanto ele dormia profundamente.

— Deve ter sido difícil para você, me desculpe!

O observei por um tempo, ele estava realmente cansado. Isso fez com que eu me sentisse culpada, eu desapareci do nada sem explicações, e apesar de não sermos um casal real, ainda somos casados.

Outra preocupação me veio à cabeça, o que eu faria no próximo dia? Com toda certeza seria o centro das atenções, e isso incomoda muito. Como vou explicar para minhas amigas que de repente me casei com meu chefe? E pior, vou ter que explicar que ele não é gay em detalhes, pois sei que elas não vão me deixar escapar de nada. Elena também estava uma fera, pela expressão dela, mesmo que não seja minha culpa, não vai me deixar escapar facilmente, vou levar um sermão, mas não é como se eu quisesse ser sequestrada.

Eu dei um beijo na testa dele e voltei para o meu quarto, já que estávamos no dele. Passei a noite inteira preocupada como enfrentaria isso.

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