Que garota estranha!

Ponto de vista - Dietrich

Dietrich Marines… esse nem sempre foi meu nome, até os três anos de idade, era outro.

Desde o começo, eu sabia a minha origem, pois meu "pai" deixava claro que eu deveria atingir as expectativas. Minha mãe sempre foi carinhosa, mesmo não sendo seu filho de verdade, o mesmo era com meus avós.

Eu me lembro bem das palavras deles:

— Dietrich, esse será seu nome! Você sempre deve dizer que nasceu nessa família e que sua identidade foi ocultada por um tempo, tudo bem? — Minha mãe disse isso acariciando minha cabeça.

Eu apenas sorri em resposta, pois eu ouvia aquilo todos os dias para que não esquecesse. Não muito tempo depois, Dayne nasceu. Tive medo que depois disso fosse deixado de lado, mas felizmente isso não aconteceu. Meu irmão também não era filho do meu pai, e apesar de não entender a razão, ele o aceitou sem relutar desde o começo.

Dayne e eu crescemos, desde o começo fomos ensinados a herdar os negócios do nosso pai. Eu, como CEO da H Entretenimento, e Dayne da Corporação D.M.

Sinceramente, achei que meu pai deveria ter sido mais criativo ao escolher os nomes. O que mais estranhei foi que todos os negócios da família eram nomeados como "D.M", mas foi diferente com a H entretenimento. A empresa sempre foi o mais importante para ele, durante toda a minha infância vi ele fazendo de tudo por ela.

Parecia que ele se importava mais com a empresa do que com a família. Fui ensinado a fazer de tudo para que os negócios funcionassem. Acabei me tornando como um tirano, pelo menos é assim que me chamaram a partir do momento que entrei nos negócios.

Meu pai depositou toda a sua confiança em mim, e eu me foquei totalmente no trabalho. A minha primeira secretária era competente, mas ela decidiu sair, pois dizia que estava sobrecarregada. Várias outras se candidataram, mas nenhuma aguentava uma hora de trabalho, ou faziam coisas estranhas como tentar me seduzir.

Com o tempo, o número de candidatas diminuiu, e rumores de que eu odiava mulheres começaram a surgir.

Acabei deixando as entrevistas de lado e colocando as em prática no momento em que passavam pela porta. Tudo somente piorou, e não tive alternativa a não ser trazer pessoas de outros setores.

Não sei ao certo quantas pessoas fugiram de mim, eu não demiti mais de três, elas saiam por si só. O olhar apavorado delas era o suficiente para saber que o problema sempre fui eu. Sendo sincero, não me importei com o que falavam de mim, mas ficar sem secretária acabou deixando os rumores sobre mim piores, e o meu trabalho mais difícil.

Depois de perder várias empregadas de muitos setores, Patrick me disse para tentar a equipe de marketing. Apenas pedi as fichas das funcionárias e esperei que ele trouxesse quem achasse melhor.

Patrick me ligou rapidamente dizendo o nome da escolhida, e que estaria se dirigindo ao meu escritório. Olhei de relance a ficha, percebendo que é apenas uma recém contratada.