É o melhor a se fazer

É final de semana já, fui dar uma volta pelo bairro e comprar algumas coisas pra abastecer a geladeira de casa.

Entro no prédio e Jerome me dá bom dia, abro um sorriso pra ele e sigo para as caixas de correio. Minha primeira semana de trabalho foi intensa e eu não olhei minha correspondência dia nenhum. Abro a do meu apartamento e sigo para o elevador, enquanto dou uma olhada nos envelopes eu equilíbrio as quatro sacolas na minha mão esquerda.

- Bom dia!

Ouço a voz de Noa e me viro pra ver o rosto dele. Está voltando da corrida.

- Bom dia pra você também.

Ele me olha estreitando os olhos e enquanto entramos no elevador eu continuo olhando a correspondência. Ainda não sei como encarar ele.

Um envelope me chama atenção. É diferente, como se fosse feito em um papel antigo e envelhecido, não tem remetente.

Enfio os outros em uma sacola e abro ele curiosa.

Sinto o sangue fugir do meu corpo quando leio a mensagem.

📝- Alex, essa bilhete é para deixá-la ciente da decisão tomada por nossa família. Wolf falhou na missão dele de vingar o sangue de Will, por tanto, você está oficialmente absolvida pelo nosso conselho. Contudo, devemos lembrá-la de que estamos em muitos lugares e que as coisas que você sabe são estritamente sigilosas. É uma mulher inteligente o suficiente para saber o que isso significa. Aproveite a nova oportunidade de vida que ganhou dos senhores Alencar e Manson, junto com todo o dinheiro que agora possui. Adeus.

^^^Família Montenegro.^^^

Que inferno!

Minha visão escurece e a última coisa que eu consigo ouvir é a voz de Noa bem longe.

- Alex, está tudo bem?

**********

Pisco os meus olhos encarando o teto que não reconheço. Tem um espelho, e eu consigo ver que estou deitada em uma cama grande e forrada com uma roupa de cama cinza bem costurada.

Sento devagar e olho ao redor. É um quarto grande e masculino, com móveis em tons de cinza, tem um baú de nessa cor no pé da cama, duas luminárias bonitas e redondas ligadas ao teto, em uma boquilha lateral, por dois fios bem trabalhados de cobre. As mesinhas de cabeceira são feitas de vidro e madeira, e a janela do quarto é na verdade uma porta que fica coberta com uma cortina clara de sarja.

Coloco meus pés pra fora da cama e sinto o tapete macio na cor do ambiente. Presto atenção nas fotos em cima da mesinha perto de mim, e vejo que estou na casa de Noa.

Calço as rasteiras e me levanto pra sair do quarto, dou de cara com um corredor que tem uma escada de mármore com um guarda corpo feito de vidro. Desço devagar e quando chego na sala eu chamo por ele, não demora muito e ele aparece. Está com o cabelo úmido e vestindo uma bermuda branca e camiseta de mangas curtas na cor azul.

- Tudo bem com você?

Não, não está. Acabei de ser ameaçada via bilhete e estou morrendo de vergonha de você.

- Está sim. Hãn... obrigada por me ajudar mais uma vez.

Noa me encara por uns instantes, está olhando bem no meu rosto e sinto que quer ter resposta de alguma coisa, mas só diz:

- Não precisa agradecer. Eu trouxe você pra cá porque não tinha ninguém no seu apartamento. Me desculpe se foi demais.

Nego com a cabeça e passo a língua pelos meus lábios antes de responder.

- Está tudo bem, não tem porque se preocupar. Sharon foi cuidar da avó que ficou doente, por isso estou sozinha.

Um silêncio constrangedor se instala.

Estou com medo de saber, mas preciso perguntar.

- Você viu o bilhete?

Noa não me responde com palavras em um primeiro momento, só confirma com a cabeça.

Ah, que droga!

Não sei onde enfiar a cara.

- Me desculpa, mas você ficou nervosa e logo em seguida desmaiou. Eu sei que não é o certo, mas acabei vendo pra saber o que havia te feito ficar daquele jeito.

Respiro fundo enquanto fecho meus olhos por alguns segundos.

- Te agradeço mais uma vez por me ajudar. Preciso ir agora, onde estão as minhas coisas?

Não consigo encarar ele, não sei o que Noa está pensando de mim, e eu juro que não queria que ele soubesse de nada dessa merda toda. Qualquer chance de alguma coisa, foi pro espaço agora.

- Tem certeza de que está bem pra ficar sozinha?

Confirmo com a cabeça e continuo sem conseguir olhar nos olhos dele.

- Está aqui na cozinha.

O acompanho, e sinto um cheiro bom vindo de uma panela borbulhando no fogão.

- Eu apaguei por muito tempo?

Ele faz um gesto balançando a mão direita.

- Mais ou menos. Por umas três horas, está quase na hora do almoço.

Dou um sorriso sem mostrar os dentes e me viro pra pegar as sacolas na bancada da ilha. Noa tem uma cozinha enorme e moderna, toda em mármore e armários em cinza chumbo. Um dos lados da cozinha é tomado por uma espécie de cristaleira embutida na parede, é um armário com portas de vidro que tem sete prateleiras tomadas por louças de diferentes tipos.

Ponho a mão esquerda nas sacolas e sinto ele segurando meu braço esquerdo de um jeito delicado. O encaro totalmente sem jeito.

- Fica pra almoçar comigo, você termina de se recuperar e depois desce.

Baixo meus olhos.

- Eu realmente preciso ir.

Ele estende a mão direita e levanta meu rosto de um jeito suave.

- Fica, você não está bem. Está dando pra ver nos seus olhos que precisa de algo pra distrair a mente. Prometo não te perguntar nada, sua vida é sua, quando quiser e se um dia quiser, você me conta. Estou muito interessado em você, é algo que com certeza já percebeu, mas vou te respeitar.

Presto atenção nos olhos dele. Noa é um bom homem, já percebi isso, talvez seja bom demais pra mim.

Tomo coragem e puxo o ar para os meus pulmões.

- Noa, eu acho melhor nós não nos vermos mais. Você é um homem muito legal, tem um coração de ouro, sei porque se dispôs a me ajudar em um momento horrível sem ao menos me conhecer. E é justamente por todas essas qualidades que gritam em você, que não é bom que esteja próximo de mim.

O vejo franzindo a testa e inclinando um pouco a cabeça.

- Você quer me afastar sem nem tentar. Por que? Eu olho pra você e vejo muitas coisas boas, Alex, isso que você acabou de me dizer não se encaixa na minha cabeça.

Passo as mãos no meu rosto e inclino minha cabeça um pouco pra cima, enquanto busco inspiração Divina.

- Nem tudo que reluz é ouro...

Seguro no rosto dele com as duas mãos e dou um beijo, ele me envolve em um abraço e faz carinho nas minhas costas enquanto corresponde. Quando nós nos separamos eu volto a olhar em seus olhos.

- Acredite em mim quando eu digo, é melhor assim.

Ele não diz nada mais, eu pego as sacolas, minha bolsa e saio.

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Comments

ARMINDA

ARMINDA

É TA FUGINDO EM ALEX .

2024-05-04

2

Maria Pinheiro

Maria Pinheiro

Pronto deu gatilho de novo!! 🤦‍♀️
Ela está se substimando de novo.
Por que é melhor pra ele ter que se afastar dela ??, 🤔 o bilhete que ela recebeu deixou claro que a família Montenegro vai deixá-la em paz . Acabou !! Ela não precisa mais se esconder , não precisa mais fugir , não precisa andar nas sombras
pode viver a vida dela em paz ,
ter uma vida normal ser feliz então por que está pedindo pra ele se afastar dela ?? 🤷‍♀️
Deixa de ser boba Alex não deixe os fantasmas do Will e do Wolf tornarem a te aprisionar não dê a eles poder depois de mortos.

2023-05-03

3

Vivi

Vivi

Tadinho do Noa...

2022-08-20

0

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Atualizado até capítulo 62

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