Rebecca se manteve quieta com o lençol branco e macio cobrindo seu corpo desnudo.
Sem poder presumir o que Azazel pensava agora. Isso a atormentava. Analisou-o, ele estava sentado na beira da cama dela, pensativo e parecendo arrependido pelo modo que encarava uma das bonecas dela. Ele era uma figura branca, de cabelo preto longo e com costas e corpo que parecia esculpido. Jovial demais e ela sabia que esse era mais um dos mistérios que sua mente racional resolveu ignorar.
Ela se sentou também, segurando a coberta para tapar o corpo nu, o abraçou com o rosto nas costas dele e beijou a pele alva dele, deixou as unhas traçarem as costas fortes sentindo o aroma primitivo de sexo preencher a inocência do quarto cheio de bonecas dela.
Azazel se virou para ela como se queimado pelo carinho. Mas a beijou docemente no rosto como quando ela era criança e os exibia suas excelentes notas.
— Trarei algo para comer. O que quer, senhorita? — Questionou-a eficiente. — Fondue de chocolate com morangos?
— Eu estou sem fome por agora.— Ela garantiu suave e gentil no ouvido dele . Havia um certo charme nela agora que era intrigante. Ele tocou o rosto dela com a palma da mão e a encheu de beijos suaves no rosto, mordendo a bochecha dela na mesma brincadeira maldosa de quando ela era uma menina.
Rebecca apenas o abraçou mais forte, enroscando o pescoço dele com os braços. Ele apenas correspondeu o abraço dela, envolvendo a cintura dela com seus braços, surpreso. Pegou a mão bonita dela e a beijou.
— Você está muito dolorida, boneca? — A questionou gentil e sem ignorar o fato de quando a penetrou ter saído sangue.
— Isso importa? — Rebecca resmungou defensiva e se desvinculou dele muito irritada.
Ela deu de ombros, insegura, mas dando a impressão a ele de que isso não importava.
Apenas o beijou, o puxando pelo cabelo longo o impedindo de escapar fácil porque estava com medo dele recusá-la. E quando finalmente a língua de ambos se encontrou, ela gemeu contra a boca dele, entregue. Azazel sentiu um suave poder o percorrer. Era uma carícia tímida de amante, uma vibração muito leve, mas era bom também mesmo não sendo uma onda de poder como seria com Gertrudes. A deitou na cama de novo e ficou por cima dela, contemplando o longo cabelo cor de ouro dela espalhado pela cama e a viu sorrir o tocando no rosto. Arrancou o cobertor e vislumbrou o corpo macio da moça com as marcas que deixou nela. Um belo corpo ampulheta. Ele tocou a menina no rosto e a beijou levemente nos lábios.
— Rebecca — Chamou-a sedutor.
— Hm… — A menina respondeu.
— Você, por acaso… — Ele começou, mas negou com a cabeça. — Deixa para lá. — Azazel observou mais para si mesmo.
— Você pode me dar banho? — Ela pediu a ele delicada e docemente. Acariciou o rosto macio dele que não tinha nem a sombra de barba.— Eu tenho aula daqui a pouco e eu preciso me arrumar. Mas não quero que vá ainda. Isso que aconteceu, não vai se repetir, não é?
Azazel a estudou, e ela desviou os olhos do dele, encarando a grande janela com estilo francês onde as cortinas rosas pomposas estavam fechadas impedindo a luz de entrar.
— Está dizendo que quer que aconteça mais vezes? — Ele perguntou a estudando atentamente, notando a vermelhidão nas bochechas ficarem ainda piores, parecendo blush exagerado.— Rebecca, eu basicamente criei você. Isso não é estranho?
— Bem, você me criou e conhece tudo sobre mim. Não foi ruim ou foi? — A moça o sondou mudando de assunto. Ela ganhou outra ligeira onda de cor nas bochechas. — Você conhece tudo sobre mim. — Repetiu. — Eu não tenho que fingir ser adorável e meiga com você. Posso ser eu mesma e…
— Não foi ruim. — Ele comentou sincero, a calando. Ela respirou aliviada, sem perceber que prendia a respiração antes. — Você me deixou incrivelmente satisfeito.
— Eu também estou… satisfeita. — A moça comentou com a voz muito baixa e deixando o nariz ir ao pescoço bonito dele, ela soltou um rosnado gostoso. — Podemos continuar assim. Não precisamos nos envolver emocionalmente e podemos só nos aliviar dessa forma.— Ela ofertou sem deixar os olhos encontrarem os dele.
— Sim. — Concordou Azazel. — Sem vínculos emocionais.
— Sim. — A moça acatou e o beijou.
…
Madeline deixou a surpresa a dominar quando pegou seu celular na manhã monótona de domingo e viu as mensagens recebidas em seu Line.
Viu na tela do Celular:
Você tem 5 mensagens.
Deslizou o dedo.
Mensagens On:
3:00 a.m: (Senhorita Delacour, a peça que me cedeu na minha aula, foi mesmo a senhorita que escreveu? )
3:15 a.m: ( Por tudo o que é mais sagrado, responda assim que ler! )
3:33 a.m: (A peça sobre o caído que me cedeu é de uma profundidade e profanidade assustadora. Como teve essa ideia perturbadora e genial? )
4:30 a.m: (Pesquisei na internet e não achei nada igual além do nome do caído. Suponho que seja mesmo sua. O grupo de teatro ficou alucinado por ela.)
5:30 a.m: ( Estou pensando seriamente em encenar sua peça se você permitir. Vai chocar os pais mais conservadores, no entanto, os olheiros das universidades vão ficar impressionados. Se me deixar encenar a peça com o grupo de teatro, te dou uma carta de recomendação para a universidade. O que me diz?)
Mensagens Off
Madeline saltou da cama, trêmula. Estava mesmo acontecendo? Estava mesmo… procurou por Dantalion com o celular com capinha do Nirvana em mãos, agitada, querendo mostrá-lo as mensagens! Se inquietou em não vê-lo. A alegria se desfez. Começou a achar ser tudo um sonho muito louco, o vazio em sua alma voltou junto a crise existencial, até que sentiu o abraço dele em sua cintura e o pequeno embrulho que era Dante, seu pequeno filho aos seus pés miando.
— Só o começo da nossa jornada. — Dantalion garantiu. — Não desanime que ainda seja uma pequena conquista. Ainda há muita coisa para acontecer que vão testar seus limites, o universo tende a testar você, antes de me deixar te presentear. E mesmo eu não posso intervir nessa ordem. Mas posso te guiar e te ensinar a burlar ela… esse é o propósito do pacto.
Madeline se virou para ele e o encheu de selinhos.
— Obrigada, querido.
— Foi seu próprio esforço. — Dantalion garantiu suavemente. — Eu só dei o empurrão necessário te mostrando minha história. Mas o jeito que a contou foi que cativou seu professor.
Mad parou então.
— Aliás… Quem é a mulher da história? Quem é Lilith? — Madeline se lembrou do romance intenso na peça com dissabor.
— Uma ex amante. — Dantalion contou.
Mad apenas se afastou dele. Ela pegou Dante do chão, abraçando seu bichano e foi até a cadeira giratória de frente ao seu laptop, sentando-se, analisando a vista na 'janela. Dantalion a estudou sem entendê-la.
— Você fez bem, me deixou feliz. — Mad comentou distante. — Tem algo que queira?
Dantalion a estudou. Os olhos dela estavam sombrios. O clima lá fora tornou-se nublado mesmo que antes o sol brilhasse.
— Está com ciúme? — Ele avaliou surpreso o estado de espírito possessivo dela. — Isso foi antes de você sequer pensar em dar sua primeira respiração no mundo e…
— Tem algo que queira em troca do favor que me fez ao me dar a dica da peça? — Madeline repetiu entre dentes. Abraçou mais seu pequeno bebê.
— Está mesmo com ciúme? — Ele insistiu sem ar.
— Por que eu estaria com ciúme de um demônio com quem fiz um pacto, sendo que está tudo dando certo para mim? — Ela revidou dando de ombros. — Você mesmo disse que foi antes de eu nascer. E você é só meu gênio da lâmpada. E eu só durmo com você para te fortalecer e para as coisas acontecerem mais rápido. Eu…
— A Lilith…
— Não diga esse nome na minha frente. — Madeline ordenou.
— Ela é companheira de Lúcifer agora.— Dantalion a deixou ciente.
Mad respirou fundo, e tirou os olhos lacrimejantes do vidro da janela.
— Verdade?— Ela exigiu num fio de voz.
— Sim, minha amada. — Confirmou ele docemente.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 82
Comments