Esclarecimentos

— Eu não consigo ficar perto de você, sem tocá-la e não quero te assustar. — Respondeu Douglas.

— Você não precisa me ter como uma porcelana que irá se quebrar com apenas um toque. Sou forte e minha loba, mais ainda. — Falou ela, indo atrás dele.

— Você nem me conhece.

— Somos companheiros. 

Ela se aproximou e tocou seu antebraço, subindo e descendo a mão, acariciando de mansinho. Ele deixou e pousou os olhos nela, deixando ela ver o desejo que mudava a cor de seus olhos, deixando-os amarelos. Ela se colocou nas pontas dos pés e encostou os lábios nos dele, convidando-o.

Ele enlaçou sua cintura fina e puxou-a, fazendo com que subisse e tirasse os pés do chão e beijou-a, sem pressa, mas com paixão, saboreando a boca daquela que ele esperara por toda a vida. Marina correspondeu, sentindo algo profundo se expandindo dentro de si e sua loba pulando, satisfeita.

Ele puxou ela, firme, forçando seu corpo para cima e ela abriu as pernas rodeando os quadris dele e enlaçou seu pescoço. Ele sustentou-a pelo traseiro e segurou sua cabeça mantendo-a no lugar, aprofundando o beijo, com ardor. Ela sentiu a força de seu desejo através do roçar de seus corpos. Prendendo ela na parede, ele esfregou seu membro, na intimidade dela e quase perdeu o controle, mas lembrou que deveria acasalar na lua cheia e encostando o rosto em seu pescoço.

Aspirou fundo aquele aroma que o enchia de prazer, parando seus movimentos e tentando acalmar sua libido, mantendo ela ainda presa em seus braços. 

— Desculpe — falou ele em seu ouvido.

— Eu gostei e estou ansiosa para amanhã. — Ele se afastou para olhá-la nos olhos e sorriu, feliz por ela o querer.

— Então estamos indo bem. — Deu beijinhos em todo seu rosto, provocando risadas. 

Soltou-a e se afastou, mesmo não querendo e puxou-a pela mão para sentarem no sofá.

— Onde está Soraya? Confio mais quando ela está aqui. — Perguntou ele.

— Ela é a Luna da Alcateia francesa e seu companheiro não aguenta ficar sem ela por muito tempo.

— Entendo perfeitamente. Mas como fica a casa, você consegue protegê-la sozinha, sua magia é suficiente? — Quis saber ele.

— Nenhuma magia é suficiente para deter o Supremo dos bruxos e feiticeiros, Dario. Com ele precisamos de astúcia e a melhor maneira, no momento, é fingir que não sabemos o que ele quer.

— Agora que te encontrei, tenho muito medo de te perder. Se ele aparecer amanhã, posso cometer uma loucura.

— Vai dar tudo certo, não se preocupe. Agora, que tal você me contar seus planos para a Alcateia?

Continuaram conversando e Marina ficou sabendo que Douglas já tinha uma planta de como quer que seja a cidade dos lobos. Depois de conhecerem o que cada um queria da própria vida, descobriram que seus planos se encaixavam. Marina só queria poder ter sua casa, com o espaço para cultivo de suas plantas e experimentos como sempre sonhou ter. 

Douglas precisou ir à delegacia e verificar o andamento da festividade. A delegacia continuava a mesma, seus subordinados não prenderam ninguém e nem resolveram nada. Não fizeram nenhuma investigação e a vida corria como se nada de interessante tivesse acontecido. Os criminosos agindo a vontade e o povo reclamando da falta de segurança. Precisou dar algumas ordens com rudeza e convocar os guardas que estavam de folga, para conseguir colocar ordem e acabar com a bagunça.

Enquanto isso, os pais de Marina voltaram a casa e ela explicou a situação da Alcateia de Douglas.

— É semelhante a minha Alcateia, quando ainda estávamos na cidade. — Lembrou Heili.

— Sim, mas para removê-los para a Alcateia, foi um êxodo e você planejou tudo por anos. — Também lembrou Ramón.

— Douglas também tem planejado essa locomoção por muito tempo e tem até a planta, com toda a arquitetura necessária, só faltava o território. — Explicou Marina.

— Agora não precisa mais esperar, essas terras são extensas, não sabemos nem onde é o limite delas. — Concluiu Ramón.

— Será que ele se incomodaria se trouxéssemos nossos batedores e construtores para ajudar? — Perguntou Heili.

— Já perguntei isso a ele e ele garantiu que qualquer ajuda será bem vinda. Na verdade, notei que ele está temeroso com alguma coisa e não com o supremo bruxo. — Afirmou Marina.

— Então chamarei-os agora mesmo. — Disse Ramón.

— Faça isso papai e avise quando estiverem prontos, abrirei o portal.

— Como assim, filha? Você consegue abrir um portal? — Perguntou Heili, intrigada.

— Só vocês sabem agora, não sou uma simples bruxa mamãe, carrego em mim a magia das geminas e da peeira e essas duas juntas, faz de mim a suprema de todos os seres que utilizam magia.

— Como assim, não entendo isso? — Ramón perguntou.

— Vou explicar. Os bruxos possuem o dom da manipulação da magia, mas precisam de matéria para manipulá-la, como ervas e uma varinha. Os feiticeiros manipulam aagia em um grau mais elevado, só com a mente e alguns fazem gestos, mas podem criar coisas manipulando os elementos. A peeira utiliza magia mental, que funciona no comando da vontade de outros seres, podendo paralisar, manipular e ordenar, sendo que só pode ser usado para o bem.

— Excelente explicação, filha. Mas onde você entra em tudo isso? — Perguntou Ramón.

— Eu possuo tudo, papai. Manipulo toda essa magia e meu corpo só suporta tudo, por causa da minha loba maravilhosa e forte. Ela é uma Alfa poderosa e só não é uma peeira como a mamãe, por causa da magia das geminas. — Explicou Marina.

— Como assim, Marina, você se refere à magia negra delas? — Perguntou Heili.

— Não, mamãe. Não existe magia branca ou negra, existe magia e ela é como um ser vivo, sua ação depende da pessoa que a manipula. Se a pessoa é boa, a magia é boa, se a pessoa é má, a magia será má, sendo que há uma consequência, quando se usa a magia para a maldade ou para subjugar os outros, a pessoa que a manipula sofre a maldade em seu próprio corpo que se degenera mais rapidamente e até apodrece em vida, como aconteceu com as trigêmeas. É a lei do retorno.

— Então, porque o Supremo Dario, quer tanto seus poderes? — Perguntou Ramón.

— Não sei, papai. Precisamos descobrir, ou ele se perderá para sempre. — Falou Marina.

— Conhecemos ele há tantos anos e ele sempre foi bom e um grande amigo. Lutamos juntos em várias ocasiões e nunca percebi alguma ganância nele. — Disse Heili.

— Sim, ele sempre foi justo e bom. A não ser quando selou a sua magia,arina e prendeu também a loba.  — Completou Ramón.

— Talvez venha daí a mudança. Ele pode ter percebido o potencial magico e das duas uma, ele foi contaminado pela ganância do poder ou está querendo me proteger, achando que serei contagiada a dominar o mundo.

— Se for esse o caso, esqueceu de quem você é minha filha. — Argumentou Heili.

— Exatamente. Se ele quiser toda essa magia para si, como homem que é, não a suportará e se estiver querendo me proteger, com tudo o que fez minha loba sofrer, ela não o perdoará, de qualquer forma, se ele não desistir de seu intento, perecerá. — Disse Marina.

— Agora fiquei preocupada com Nithrá. — Falou Heili.

— Quando ele vier, junto com Soraya, tentaremos descobrir onde ela está. Afinal, nós nunca soubemos onde mora o supremo.

— É verdade, ele nunca nos informou ou sequer convidou para conhecermos sua moradia. É estranho isso. — Comentou Ramón.

— Se pensarmos no grau de perseguição que ele deve sofrer por conta de seus poderes, é perfeitamente compreensível que ele não queira que ninguém saiba. — Disse

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***