Brecha

Dois anos se passaram e ninguém conseguiu saber que paradeiro de Marina. O Supremo Alfa tinha visitado todas as Alcateias, a Peeira havia pedido socorro a todos os seus filhos, incluindo os desgarrados e todos os lobos esquadrinharam todo o mundo e não encontraram nem sinal da filha dos Supremos.

Neste instante estavam em uma reunião na casa onde Marina estava, na Escócia. A família e os principais amigos estavam presentes, sentados na sala, nos sofás e cadeiras e cada um contava o que tinha feito e não dera resultado.

— Não é possivel! Como não conseguimos encontrar Marina, nem sua loba responde. Deve estar sendo muito bem presa e para isso é necessário um feitiço muito poderoso. Alem de utilizarem prata para não deixarem a loba sair. Você tem certeza que não encontrou nada, Supremo Darío?

— Tentei tudo o que sei e tenho, passei por todos os clãs e convoquei várias bruxas para ajudar a tentar ver a localização. — Respondeu o Supremo dos bruxos.

— Entendo, confio em você. E Nithrá, porque não veio com você? — Perguntou  Heili.

— Ela está grávida, finalmente conseguimos e ela tem passado muito mal.

Todos se alegraram com a notícia e o parabenizaram.

— Meu amigo, você nem devia estar aqui, obrigada por sua lealdade, mas vá ficar com sua fêmea. Esse é um período difícil para a grávida e para o bebê. Obrigada, por sua incansável ajuda. — Falou Heili.

O Supremo não esperou outra oferta, despediu-se, abriu um portal e se foi.

Soraya sentiu a energia do portal e lembrou-se de ter sentido ela em algum lugar, mas não lembrava onde. Deixou isso para lá e prestou atenção no que Heili perguntava para ela.

— Aquele lugar em que você foi seguindo a energia do portal, Soraya, voltou lá?

Nesse momento um raio caiu sobre Soraya, era dessa energia que Soraya lembrou quando sentiu ainda agora  quando o Supremo se foi. 

— Quem foi verificar o local, foi o Supremo Darío, mas posso ir lá novamente, afinal, já fazem dois anos que verificamos. — Ela achou melhor não contar o que descobriu e saiu da sala.

Precisava saber sobre por onde andava o Supremo. Nunca soube onde ele mora com Nitrhá, sua companheira e também nunca teve intimidade com ele. Abriu um portal e saiu no mesmo lugar que esteve naquela época, na Lapônia, foi até a beira da floresta, ocultando sua presença e ficou observando o local. Passou horas lá, com olhar fixo no lugar e de repente sentou um pulso e viu a barreira de proteção do castelo, cair e imediatamente, sumiu e apareceu dentro da torre, que viu aparecer por um instante, no topo do castelo.

Entrou sem perder a proteção que a deixava invisível. O castelo, que era bem grande, estava coberto com várias camadas de feitiço para não ser visto. Mas não era só isso, também sentiu, fraco, pois era só um resquício de magia de contenção de lobos. Com certeza Marina estava ali, mas não conseguiria tirá-la de lá, com a quantidade de magia que foi utilizada ali. 

Foi descendo a escadaria da torre até chegar no térreo e ver duas bruxas espantando animais do castelo, ainda tinham muitos e ela aproveitou e seguiu a energia forte, que fazia um caminho até o lugar que devia ser o mais frequentado e chegou a um quarto com um equipamento completo de audiovisual e lá estava a imagem ao vivo, de Marina. No subsolo, onde era a masmorra. 

Saiu do quarto e viu as duas tolas ainda expulsando os animais. Ouviu quando uma delas proibiu a outra de usar magia, para não atrapalhar as que já estavam ali. Não pode ser delas, toda essa magia. Teria de se organizar para poder salvar Marina e também encontrar um jeito de saírem dali. Desceu as escadas até a masmorra e não tinha nada trancado, elas eram muito confiantes.

Chegou a cela e viu Marina presa, exatamente como Heili falou. Com tantas barreiras de proteção, não teria como enviar nenhuma mensagem para eles e nem abrir um portal. Pegou uma chave na parede e abriu a porta. Foi até Marina e examinou-a. Ela estava muito magra e ferida, mas tomava soro. Cheirou a mangueira e sentiu o cheiro de narcótico. Fechou a válvula e  retirou o soro, ainda faltava a metade, apertou, tirando tudo que faltava e lembrou da câmera.

Saiu deixando tudo no lugar. Subiu as escadas e foi para o quarto dos visores e apagou as imagens que tinham ela, ficou parecendo uma falha. Saiu a tempo de ver as duas fechando toda a casa e se jogando no sofá.

— O mestre não nos paga pra isso.

— Não, vou ter que falar com ele.

— Infelizmente aquela bruxa chata companheira dele, está prenha e dando piti e ele não virá aqui até a semana que vem.

" Que bom, tenho uma semana para tentar desfazer tudo isso e dar forças para Marina escapar." Pensou Soraya. Saiu dali, seguindo a energia masculina que ainda sentia ali. Primeiro chegou a um grande quarto, muito bem mobiliado e luxuoso. Entrou e examinou tudo, até debaixo dos travesseiros e da cama. Examinou melhor a magia do local e percebeu que ali não era sobrecarregado de proteção.

Ela estalou os dedos e

— Revelate.

Um livro surgiu flutuando no meio do quarto e ela pegou e saiu dali, indo para outro quarto que parecia não ser usado. Dedilhou-o para ver onde estava sendo mais lido e abriu exatamente em um feitiço de ocultação em seis camadas. Para desfazê-lo, precisaria do sangue de bruxos e lobos. A única loba no castelo era Marina e ela estava muito fraca. Soraya leu o livro e os feitiços e bruxarias mais lidos.

Encontrou no final do livro, algo macabro, feito com magia negra, para domínio dos lobisomens. Ela franziu a testa, pensando que aquilo era o motivo, mas parecia um absurdo sem precedentes e que aquele feiticeiro estava dominado pela sua própria ganância e narcisismo. Preocupou-se com Nithrá nas mãos daquele doente.

Desceu novamente, tomando cuidado para não cruzar com as bruxas e foi até a cozinha. Verificou toda a comida que havia armazenada e era muita. A geladeira estava cheia, o freezer lotado e a despensa também. Não poderia usar o fogão, o cheiro a denunciaria, então pegou pacotes de biscoito, enlatados, frios e pão. Era tanta comida, que as tontas não dariam falta.

Depois de encher varias bolsas, subiu para o quarto e fez alguns sanduíches. Comeu, bebendo suco de caixinha e depois, embalou alguns e pegou uma caixa grande de água de côco e levou para a masmorra, tomando o cuidado de passar no quarto do audiovisual e paralizar as imagens, gravando e programando para repetir a mesma gravação, o tempo todo. 

Desceu rápido e entrou na cela, foi até Marina e falou com ela suavemente, para não assustá-la. Ela acordou aos poucos e quando viu Soraya, achou que estava sonhando. Fechou os olhos, tentando voltar a razão e ouviu aquela voz suave falando com ela.

— Sou eu, Marina, Soraya. Consegui entrar por uma brecha.

— Eu também. — Uma voz grossa saiu da sombra, no canto da cela.

— Douglas? — Perguntou Soraya.

— Sim, estou na sombra porque estou nu. — Respondeu ele.

Soraya fez uma roupa para ele e ele surgiu das sombras.

— Agora tem uma reunião de estranhos no meu sonho. — Disse Marina, ainda de olhos fechados.

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Comments

Marfisa Torres Ferreira

Marfisa Torres Ferreira

ele estava o tempo todo escondido lá!? kkk

2024-05-10

1

Joselia Freitas

Joselia Freitas

Espero que eles consigam tirar ela de lá 🤔👏👏👏🌺

2024-05-01

2

New Biana

New Biana

Dois anos céus ela agora tem 20 anos

2024-04-04

4

Ver todos

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