Companheira

— Ááááááááááhhhhh

Hilia levou a mão ao coração, em uma agonia e dor únicas. A peeira semtia a morte de seus filhor e a fêmea olhou para seu companheiro, atormentada e percebeu que ele também havia sentido. Estavam todos sentados na sala, conversando sobre o sequestro de Marina, quando Hilia deu o grito.

— Está acontecendo uma chacina…— Murmurou ela, quase não conseguindo falar.

— Sim e não é dostante daqui. — Confirmou Ramón.

— Douglas! — Exclamou Marina  levantando-se em umpulo e correndo pela sala, abrindo a porta e não o encontrando.

— Douglas? — Perguntou Hilia.

— Sim — Respondeu Marina — é o meu companheiro. Como pude esquecê-lo, como?

Hilia se levantou, ainda mais preocupada, ao ver sua filha tão preocupada. Soraya também se levantou e Ramón tomou uma atitude.

— Não podemos ficar aqui parados. Acaso esse Douglas é o Alfa fa Alcateia desta área?

— Sim, papai. Ele conseguiu me encontrar aoesmo tempo que Soraya e veuo conosco, mas — começou a chorar — eu o esqueci. Que companheira esqueceu seu macho?

— Calma, filha. Vocês acasalaram? 

— Não, mamãe. Nem havia condições disso.

— Então o laço ainda não foi completado, fique calma. — Explicou Hilia.

— Precisamos verificar o que está acontecendo, não é longe. Você cuida dela, Soraya? — Perguntou o supremo.

— Sim. Se eu soubesse onde é, podia abrir um portal para vocês. — Disse Soraya.

— Não precisa, só protejam a casa e fiquem seguras, nós vamos. — Falou Hilia e saiu com Ramón.

Depois de saírem, correta e não eram mais o casal de Alfas e sim A peeira e o supremo, subiram ao morro próximo e uivaram alto. A lua estava quase cheia e já brilhava no alto e com os uivos deles, ouve resposta de outros e o terror que sentiram antes chegou até eles, assim como o odor ferroso do sangue dos mortos e feridos. Os dois seguiram naquela direção e logo chegaram.

Entraram na clareira e se depararam com a visão aterradora. A peeira gemeu e o Supremo tomou a frente e foi até o Alfa, que estava coberto de sangue, a frente de três machos de joelhos, mostrando o pescoço e suplicando. Antes do Supremo falar, a grande loba branca uivou novamente e seu uivo lamentoso, falou ao coração de toda a Alcateia. Só então o Supremo falou:

— O que está acontecendo aqui, Alfa Douglas? 

— Estive fora por dois anos, procurando minha companheira, mantendo contatos esporádicos e cheguei hoje e vi o bando infringindo a principal regra da Alcateia, não tomar para si, fêmeas que não sejam suas, a força e principalmente, não pegar humanas. Pode olhar a sua volta, aí está a prova da selvageria e os machos fui eu, como exemplo, para que nunca mais infrinjam esta lei. — Explicou o Alfa, com dominância, mas também, triste.

Aos poucos, chegavam lobos de todos os lados e paravam para ver o que estava acontecendo. Alfa Douglas uivou alto, e toda a Alcateia estava ali reunida e ele começou a falar com a voz rouca e lupina:

— Reconheci o cheiro da minha companheira, em uma fêmea sequestrada e passei os últimos dois anos seguindo seu rastro, agora que enconyrei-a e vim preparar tudo para poder apresenta-la na Lua cheia, encontrei essa cena repugnante …— ele continuou contando o que aconteceu.

Os lobos começaram a ficar inquietos, não suportando a atrocidade e o estado em que estava degradado o centro que usavam para seus festejos à lua. Foi quando um portal se abriu e Hilia passou, seguida de Soraya. Aquela figura pequena e singular, trajando um vestido branco, solto de crepe e rendas, seguiu até ao lado do Alfa e se voltou de frente para o povo.

— Eu sou Marina, filha dos Supremos Alfas, companheira do Alfa desta Alcateia e quero que saibam que pretendo unir mais a todos e acabar com a desigualdade. Está na hora de prosperar e unir a nossa raça, para isso, não podemos ter comportamentos de selvageria, que conspiram para o medo e a rejeição humana. 

Om rosnado forkye e raivoso soou ao lado dela, que a assustou, era o Alfa, que não gostou da interferência dela e estava em posição de ataque, pronto para subjugá-la, liberando sua dominância, mas de repente, se virou e correu, passando da forma crinus para a lupus e correndo em direção a floresta e sumindo.

— " Filha, você o ofendeu, passou a frente do Alfa, quando ele orientava sua Alcateia ". — Falou o Supremo, mentalmente, só para ela.

— Ó, papai, eu só queria ajudar, apoiá-lo, mostrar que estou ao seu lado.

A peeira veio a frente e liberou seu poder de renovo e amor, que não dominava, mas atraía pelo amor. Falou mentalmente, usando.a ligação:

— " Esta Alcateia passará por uma grande mudança, o Alfa Douglas é um líder digno e terá nosso apoio, além de uma Luna, que é nova, mas poderosa e com a união de todos e apoio, fará tudo para que sempre estejam bem. Nós vamos deixar tudo limpo e vocês irão preparar os festejos da Lua Cheia. Agora corram!" 

Os lobos antes de se virarem e sairem,  abaixaram uma das pernas dianteiras e se inclinaram em consideração e respeito a família Suprema e então se foram. Marina olhou para seu pai, chorosa.

— " Não fique assim, querida, ele é seu companheiro e logo se acalmará e voltará". 

Soraya começou a arrumar as coisas, fez os corpos flutuarem até a fogueira e deixou-os cair, subindo o fogo. O corpo das mulheres, guardou em sacos próprios, para que fossem periciados e entregues às suas famílias. O delegado finalizaria. Depois ela abriu um portal e todos passaram, por último seguiu Marina, fazendo passar um vento e fazendo chover para lavar a terra.

O uivo do Alfa se fez ouvir, no pico do monte, ao longe, as cores da Aurora Boreal parecia se mover conforme as emoções do Alfa conflitavam dentro dele. Não podia aceitar ser diminuído diante de seu povo por uma fêmea, ele era o macho, dele era a liderança e ela agiu como se ele não fosse capaz de cuidar do seu povo. Ao mesmo tempo, a força do laço de companheiros, parecia socar seu coração, batendo forte em cada compasso, como se cobrasse a presença dela ao seu lado.

Correu até cansar e foi para sua cabana. A clareira já estava toda limpa e a fogueira apagada, seguiu e entrou, naquele que tinha sido seu abrigo, por todos os últimos anos em que esteve sozinho. Tomou um banho frio e vestiu-se. A chuva já havia parado, depois de cumprir seu trabalho e ele caminhou até seu veículo, deixado na beira da estrada.

Entrou e dirigiu de volta a casa de sua companheira. A porta estava aberta, mas não havia ninguém. Seguiu o cheiro de sua companheira e abriu a porta do quarto principal, onde viu ela deitada. Despiu-se, ficando só com sua box preta e deitou, puxando o corpi pequeno para si, cheirou seu pescoço, enquanto ela se ajeitava junto ao seu corpo e sossegou, dormindo enfim. 

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