Transformação

A lua estava alta no céu e todos os jovens que esperavam por sua primeira transformação, estavam sentindo seus efeitos. Marina estava mais afastada, com receio, mas esperava que sua vida mudasse com a transformação e o reconhecimento de seu companheiro.

O Supremo Ramón, uivou, chamando os lobos a se manifestarem e assumirem suas formas. O barulho de ossos se quebrando misturado a rosnados  de dor, seria estranho para quem não conhecesse aquele som. Mas não para os espectadores que aguardavam ansiosos pata conhecerem os novos lobos da matilha.

Heili não se aguentava de ansiedade, esperando a transformação de seus filhotes. Viu Joshua se contorcer e mel, um pouco mais distante, também. Tentou localizar Marina, mas não a encontrou. Sabia que sua filha era tímida e provavelmente estava em um lugar mais afastada, oculta dos olhares, mas esperava uma grande transformação dela, nessa noite.

Os primeiros lobos surgiram, eram os grandes Alfas, entre eles Joshua, Castilho e Mel. Mas não encontrou Marina. Terminada a transformação, os novos lobos correram em direção a floresta, supervisionados pelos professores e Supremos Alfas. Era a primeira e mais importante das corridas.

Marina, percebendo que a transformação iniciou para os outros e não acontecia nada com ela, correu para se esconder em seu quarto, não queria sentir os olhos de piedade dos outros sobre si. Teria que se conformar com sua condição de menor de todos. Uma quase humana, já que sentia um pouco da magia, mas sem uma loba.

Sentiu-se inferior e indigna de Castilho e se encolheu na cama, debaixo do edredom. Não se exporia a ele ou a qualquer outro que pudesse cobrá-la ou se penalizar por sua situação. Já ouvira a vida toda, sobre o quanto ela é fraca e nem parecia filha de seus pais, os Supremos Alfas. 

Lá fora na floresta, os novos lobos brincavam entre si, alguns encontraram suas companheiras, incluindo Castilho, que logo a marcou sua fêmea, mas não acasalou com ela e nem deixou que o marcasse, antes, correu de volta ao casarão, a procura de Marina. Ele tinha um propósito e não fugiria dele, mesmo a fêmea em questão, sendo inferior e fraca. Voltou a forma humana, assim que entrou no prédio.

Seguiu seu cheiro suave, até o quarto dela. Percebeu que ela não se transformou e sabia que não teria forças contra sua dominância. Entrou no quarto e viu-a enrolada sobre a cama. Seguiu até lá, depois de fechar a porta e verificar se havia alguém espiando. Puxou o edredom e ela olhou para ele assustada.

— MINHA

Ela ouviu, mas não respondeu, pois não tinha sua loba para reconhecê-lo.

— Não sei…não consigo reconhecê-lo. — Respondeu ela. 

— Eu sinto por nós dois, você é minha e vou tomá-la para mim. — Ele falou e subiu sobre a cama, avançando sobre ela.

Aproximou-se, nu e pronto para possuí-la. Ela ficou parada, assustada, olhando para ele, arrancando seu lindo vestido, movia-se sobre seu corpo, para que se abrisse para ele. Aproximou seu rosto do dela e cheirou seu pescoço.

— Minha — sussurrou em seu ouvido.

Ele continuou se posicionando sobre ela, usando seus joelhos para lhe abrir as pernas e com a mão esquerda por baixo de seu traseiro, o levantou e posicionou seu membro em sua entrada. Marina estava paralisada, tal era seu pavor pelo que estava acontecendo e não conseguia entender e nem fugir do que estava acontecendo.

Castilho deixou sair suas presas e forçou o quadril para impulsionar seu membro para dentro dela e mordê-la, quando, com um estrondo, a porta se abriu e uma jovem o empurrou, derrubando-o da cama. Neste instante, Marina pareceu despertar e se ergueu envergonhada e olhou para a jovem que o empurrou da cama, horrorizada.

— Seu idiota, o que pensa que está fazendo com essa inútil? — Gritou a jovem.

Ele se levantou, muito irritado e enfrentou a jovem.

— Você não tinha o direito de me atrapalhar, saia daqui, ela será minha companheira! 

— Sua companheira sou eu, eu! — Se aproximou da cama, onde estava sentada Marina, assustada e mostrou a mordida em seu ombro. — Tá vendo aqui? Ele me marcou essa noite, me reconheceu como sua companheira. Tá mentindo pra você, sua sonsa.

Marina olhou para ele horrorizada e perguntou para ele, olhando.em seus olhos:

— É verdade, o que ela está falando?

Ele abaixou a cabeça, sem responder e ela entendeu a verdade.

— Porquê? Qual a necessidade de me enganar? O que você queria? Me tirar a virgindade?

Ele olhou para ela, com um sorriso cínico no rosto e escarneceu:

— Você é uma tolinha mesmo, não é? Porque eu, um macho alfa, iria querer comer uma coisinha inferior como você? Se olhe no espelho garota. Olha para Lavínia, — apontou para sua companheira — ela é linda e é uma loba Alfa, digna de ser minha luna. Eu só queria destruir você, para vingar meu pai, pelo que os seus fizeram com ele.

— Você mentiu para mim? Não sou sua companheira? — Perguntou Marina, sem acreditar em tanta maldade.

— Olha para mim, garota. Jamais teria uma companheira fraca e inútil como você. Eu iria mordê-la para desgraçá-la e nunca mais você seria aceita por outro lobo. — Ele jogou a verdade na cara de Marina, como se ela não fosse nada.

— Se enxerga, garota. Castilho é meu e não será de mais ninguém. — Lavínia cuspiu as palavras em Marina e não satisfeita, aproveitou que estava perto e espalmou um tapa bem forte em sua face, a arremessando para fora da cama, fazendo-a bater na parede.

Marina gemeu, mais pela dor da humilhação e da rejeição, do que a do corpo. Olhou para os dois e ouviu vozes no corredor. A vergonha era tanta, que abriu as portas de vidro que levavam a varanda do quarto e saltou, de lá de cima, uma altura de cinco metros. Entraram no quarto, a tempo de vê-la pulando, seus pais e alguns jovens, amigos de Castilho e Lavinia.

Os Supremos correram até a janela e avistaram o corpo frágil da filha, correndo para a floresta, pelo caminho lateral da casa, que levava ao cemitério.

— Vou atrás dela, cuide deles. — Disse Ramón e pulou pela sacada.

— Pelo menos ela não se feriu…— murmurou Heili e ficou um tempo observando o lobo de Ramón correndo atrás da filha.

Voltou ao quarto e olhou para todos, dispersou os que chegaram junto com ela e depois que saíram, soltou sua dominância sobre o casal e fê-los contar o que havia acontecido e a tristeza da peeira, ao saber da vingança de Castilho, fez doer o coração de Heili.

Ela reteve a dominância e chamou dois seguranças e mandou que retivessem o jovem em seu quarto, até que resolvesse o que faria com ele. Uma coisa era certa, o caráter daquele jovem estava deturpado e isso exigiria um exame completo em todo corpo docente e discente da escola.

No entanto, agora, sua preocupação maior era com sua filha, que não sabia onde estava e como reagiria a toda aquela mágoa que lhe causaram. Fora o fato do selo não ter se rompido e sua loba continuar presa. Sua vontade era de esfolar o supremo e jogar sua pele para os jacarés.

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Comments

Mi Rocha

Mi Rocha

Como puderam fazer isso com ela, era só ter ensinado ela a dominar seus poderes. passou muitas coisas, sendo humilhada por culpa dos próprios pais que foram fracos demais e aceitar isso

2024-05-04

3

Marfisa Torres Ferreira

Marfisa Torres Ferreira

mas que desgraçado querer que um inocente pague pelo erro de outro

2024-05-10

1

Joselia Freitas

Joselia Freitas

Coitada fiquei muito triste por ela, tomara que ela se recupere e se transforma e da uma surra neles,😡😞😁👏👏💋💋💯🌹

2024-05-01

1

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