Choque

Marina acordou, sentindo que estava deitada sobre algo quente. Seu rosto pousado no ombro, os braços levantados abraçando os ombros e a perna direita, sobre a coxa do corpo gostoso, que ela ainda não tinha aberto os olhos para confirmar se era só um sonho. Espreguiçou esfregando o corpo no outro corpo, que de repente se moveu, invertendo as posições e ficando por cima dela.

Ela rapidamente abriu os olhos e encarou o olhar de Douglas, mas não demorou muito apreciando, pois ele logo saiu de sobre ela e pulou fora da cama, indo para o banheiro.

— Bom dia. — Disse ele, entrando no banheiro.

Ela ouviu o barulho da água do chuveiro caindo no chão do box e depois, o corpo dele impedindo a água de cair direto no piso. Não demorou muito e ele saiu, vestindo a mesma cueca preta e catou as roupas do chão e começou a vestir. Ela começou a levantar e foi fazer sua higiene, já que ele não falou nada, ela também não falaria. Viu ele sair, quando fechou a porta, mas quando terminou e sai, ele estava de volta e ela enrolada na toalha. 

— O que? — Ela perguntou.

— Ia trazer o café, mas seus pais estão lá embaixo esperando.

— Então você subiu para ver eu me vestir?

— Não, vim te buscar,as antes quero falar algo.

— Então fala, Douglas e sai, para eu poder me vestir.

— Somos companheiros e embora voce seja nova e inesperiente, vou ter paciência e te aceitar. Espero que você se esforce para aprender, pois preciso muito de uma Luna  meu povo está a muito tempo sem um local onde possamos estar juntos, posso contar com você? — Falou ele, curto e grosso, parado noeio do quarto, de pernas abertas e mãos na contura.

Ela olhou para ele, em sua posição de delegado, parecendo falar com um jovem infrator que foi pego em um delito pequeno, mas merecia uma bronca.

— Porque, ao invés de me dar essa bronca, você não diz que não gostou de eu ter passado a frente do macho Alfa? — Perguntou ela.

— Ainda bem que você sabe. Passei dois anos negligenciando minhas responsabilidades, quando volto, estou pondo ordem na casa e uma guria que mal saiu das fraldas, junto com sua família, tira toda minha autoridade, na grente de minha Alcateia, como se eu fosse um incompetente. Se arrume e venha tomar café, vamos pôr ordem na bagunça. — Ele saiu chispando e deixou ela de boca aberta e sem reação.

Ela desceu, vestindo um vestido rodado, colorido, parecendo a menina que ele acusou ela de ser. Ele a esperava e puxou a cadeira para que sentasse e sentou-se ao lado. Pegou um prato e colocou um ovos mexidos, bacon,  bife e começou a cortar. Ela começou a se servir e ele rosnou.

— Você rosnou para mim? — Perguntou ela aborrecida.

— Primeira lição: eu cuido de você — colocou o prato com a comida que serviu, diante dela não serviu uma xícara de café e um copo de suco. — Coma.

— Mas…

— Coma! Você precisa se fortalecer depois de tanto tempo sem se alimentar corretamente.

— Mas…

— Coma! — Rosnou ele.

— Pare de rosnar para minha filha, você nem sabe se ela come o que você colocou no prato. — Falou Ramón, quase rosnando.

— Ela é minha companheira. Eu a resgatei, alimentei enquanto estava fraca e sei cuidar dela. Chega. — Galou Douglas para seu sogro, tentando ficar calmo.

— Ela é sia companheira para cuidar, não para maltratar. — Reclamou Heili.

— Olha só, ela é minha companheira  qual o macho não sonha em alimentar sua fêmea? Se não foi assim com vocês, sinto muito. Não acham que basta de tanta proteção? Ela sequer sabe como agir como companheira. Mal conseguiu se manter viva e que me consta, ela fugiu de vocês. Agora podem me deixar cuidar de MINHA companheira?

— Você não sabe tido que ela passou e enfrentou, não pode falar de nós. — Disse Heili.

— Eu sei o principal: vocês permitiram que prendessem sua loba. Ao invés de ensiná-la a controlar seus poderes, preferiram controlá-lo, prendendo dentro dela e fazendo ela crescer como uma enjeitada. Não me dê desculpas, eu não vou aceitar. — Virou-se para Marina e viu que ela já tinha comido tudo e sorriu.

— Obrigada, Douglas.

— Quer mais alguma coisa? — Perguntou ele, trocando o prato dela, por outro com um pedaço de bolo. 

— Como você sabe que gosto de bolo de laranja? — Falou ela, sorrindo e começou a comer.

— Você é minha companheira. — Beijou sua testa e começou a se servir.

Ramón e Heili contemplaram a cena e se olharam, pensando no que ele falou, será que erraram em ter permitido o selo?

— Não adianta mais pensar nisso. Tenham em mente, que logo ele vai aparecer aqui, quando descobrir que resgatamos ela e não desistirá de seus intentos. — Falou Douglas, pegando os supremos de surpresa.

— Ainda temos uns dias, não é? — Perguntou Marina.

— Espero que sim, amanhã é lua cheia, acasalaremos e nos marcaremos, espero fazer isso sem ele no nosso rastro. — Falou ele.

— Amanhã, mas já, ela nem teve tempo para se recuperar do sequestro? 

— Segure a língua de sua fêmea, supremo, por favor. — Pediu Douglas.

— Quem disse que eu permitiria algo assim? — Esbravejou Heili.

— Acaso a senhora não fez o que quis, na sua época, mamãe? Concordo com Douglas, vocês me protegem demais, já passei dois anos da maioridade, deixe-me viver a minha vida. — Parecia a primeira vez que Marina se rebelava.

— Então, acho que estamos mais atrapalhando do que ajudando. Nós vamos dar uma volta e iremos embora depois dos festejos de amanhã. Você ficará bem, minha filha? — Perguntou Ramón.

— Acho bom, papai, obrigada.

Os supremos se levantaram e saíram. Douglas continuou comendo como se nada tivesse acontecido, mas estava preocupado com os festejos, o acasalamento, a perseguição a Marina, a realocação da Alcateia e todos os processos na delegacia.

— Preciso falar algo importante, com você. — Falou sem olhar para ela, envergonhado.

— Pode falar, tudo que diz respeito a você me interessa.

— Essa casa é sua mesmo? Você vai querer morar aqui?

— Essas terras eram da família de minha mãe e foram deixados em herança para os descendentes. Eu levei os documentos para o juíz, quando fui raptada e não sei o que aconteceu com eles, mas eram cópias.

— Entendi. E quanto a Alcateia? — Perguntou ele.

— Me diz o que você quer, exatamente. — Perguntou Mariana, percebendo que ele estava com vergonha de falar.

— Nossa Alcateia é muito grande e está espalhada pela cidade. Nossas terras são pegadas a estas, mas são poucas, não cabem todos e gostaria de formar nossa propria cidade.

— Você gostaria de unir nossas terras e trazer todos para morar juntos?

— Sim. Poderiamos morar aqui, se você quiser.

— Sim, seria bom. Eu fiz muitos planos para esta casa e seria perfeito, utilizar ela como ponto de partida, construindo a volta, só não muito junto. — Sugeriu ela, percebendo o alivio dele.

— Então, o que você falou ontem, é o que realmente quer fazer? — Perguntou ele, olhando para ela.

— Sim, estava sendo sincera, só não sabia que estava passando sua frente e te humilhando.

— O problema é que você ainda não foi apresentada e eu tinha planejado fazer isso amanhã. É como se uma pessoa de fora viesse dar palpite sem ser chamado. Entendeu?

— Sim entendi. Desculpe, só queroa ajudar. 

— Eu sei, só esperava uma companheira mais experiente e você, sendo filha dos Supremos, parece não saber nada. Mas isso não será problema, se você me escutar e não tomar atitudes precipitadas.

— Eu li tanto sobre Alcateias e sua organização, não entendo.

— Aos poucos você entenderá. Vai dar tudo certo, quero muito você, entende isso. — Ele se levantou e se afastou.

— Não se afaste, por favor.

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Comments

Marfisa Torres Ferreira

Marfisa Torres Ferreira

eita, mas eu achei ele um pouco arrogante, o Douglas

2024-05-11

1

Joselia Freitas

Joselia Freitas

espero que ela fica mais forte do que ele 😁😁😁😂😂😂😂😂👏👏👏❤️💋🌹🐺🐺

2024-05-01

2

Julia Graziella

Julia Graziella

muito bom

2024-04-22

3

Ver todos

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