Ana correu para abraçar a irmã e percebeu que ela estava muito roxa, onde dois dias atrás sua cabeça estava enfaixada, e seu rosto inchado, então parou perto da cama e segurou novamente a mão dela.
O médico acalmou a mãe depois de uma crise de choro, após explicar os verdadeiros procedimentos e as sequelas que o acidente e até mesmo a cirurgia poderiam provocar e foi falar com Leya.
—Vamos ver como está sua cabeça. Ela chegou aqui bem ferida, teve que fazer uma cirurgia para parar o coágulo nos vasos sanguíneos, no seu cérebro perto da região dos olhos.
Foi conversando com ela e desenrolando a faixa dos olhos que ela estava lentamente.
Leya estava até calma com as explicações do médico apesar da dor de cabeça, sentia que estava bem, tinha medo de ficar paraplégica, mas mexeu os dedos do pé, e mesmo com dificuldades levantou as pernas, ao acordar até chamar sua mãe.
Tinha acordado ciente que estava no hospital, se lembrava vagamente do acidente, apesar de não saber como caiu ou como foi pega pelo ônibus.
Agradecida por está viva e pelo jeito bem.
—Faz dois dias que você estava dormindo. - Leya agora ficou perplexa, mas não demonstrou, não queria que sua mãe tivesse outra crise.
—Você está sentindo alguma dor? - o médico depois de examinar as pernas e os movimentos de todo corpo perguntou e ela apontou a cabeça.
— Só na cabeça? -Pergunta o médico.
Leya balança a cabeça em negativa. Enquanto o médico começava a retirar a faixa.
Apesar do corpo está dolorido, ela sabia que era da pancada que deveria ter levado, porém tinha algo que estava doendo mais que a cabeça.
— Meus olhos parecem que estão pegando fogo.
Quando ele acabou de tirar a faixa dos seus olhos, Leya ainda não tinha notado que ele havia tirado.
— Quando o senhor vai tirar todas as faixas?- perguntou ela assim que sentiu o médico se afastar.
Ele voltou perto dela, mesmo com olhos abertos Leya sentiu que havia alguma coisa nos olhos, pois não conseguia ver.
O médico pegou sua lanterna no bolso do seu jaleco e abriu a pálpebra, mas Leya não viu nada, então nem se quer mexeu direito os olhos. E sua irmã ficou mais preocupada vendo o semblante do médico, ainda abraçada à sua mãe, agora a abraçou com toda força ao escutá-lo.
— Vamos fazer um exame!
Quando o médico disse que iria fazer os exames para ver se era permanente, aí sua ficha caiu "cega" .
— NÃOO ! - gritou.
Leya passou pelos exames e tudo que parecia óbvio foi confirmado, estava cega.
Precisaria fazer outros exames, para saber se seria permanente, mas quando se recuperasse mais da cirurgia, porque sua cabeça ainda estava inchada e de nada resolveria fazer agora.
O médico a deu alta no dia seguinte e mandou ela retornar em uma semana, onde provavelmente seu cérebro estaria desinchado e os exames dariam maior resultado.
Leya, ficou triste apesar de muito agradecida por estar viva, afinal não foi fácil de acostumar andar com ajuda da mãe e irmã, até aprender a se locomover sozinha sem esbarrar em nada.
Tinha que aprender agora a decorar onde tudo estava e no escuro de seus olhos.
Sua mãe não tirava nada do lugar, e que não era de muito uso se desfez.
Carlos estava triste pela filha apesar de não demonstrar, culpava o mundo por querer fazer as mulheres ser independente, ele ainda não aceitava que elas podiam.
Leya durante a noite quando ninguém ouvia chorava muito, e quando com passos lentos foi para o quintal que tanto amava, que tinha uma bela árvore de jabuticaba com um vida longa, pois quando seu pai comprou a casa ela já estáva ali, que rodada por um jardim que sua mãe cultivava e do outro lado um canteiro de hortaliças, dês de pé de tomates, a cebolinha.
Sem ninguém perceber ela abriu a porta e com os braços estendidos ela caminhava , e quando descalça sentiu as gramas no pé, ela rodopiou e se sentou no chão, mesmo que não pudesse ver, fechou os olhos, permitindo sentir a noite.
Então ela escuta os pequenos grilos barulhentos, junto a outros pequenos insetos, as folhas da árvore balançando calmamente com a pequena brisa que soprava.
Sente o cheiro da brisa que a envolvia no frescor da noite, com aromas misturados dês de flores, as ervas da mãe e até da terra pouco molhada pelo sereno.
Ela não estava com frio, mas ao parar de chorar e começar a escutar as batidas de seu coração, sentiu um arrepio gostoso.
Leya então percebeu que escutava através do coração. E graças a ele seus sentidos ,seus outros sentidos ficaram mais fortes.
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Atualizado até capítulo 75
Comments
Aldenice Costa
leya,seja forte,não se deixe abalar vc vai vencer essa batalha
2022-10-15
2
ʎqǝᗡ 🐝
UAU💔😭
2022-10-05
1
Maria Izabel
emocionante 😍❤️
2022-09-14
1