17

 Jennifer Dunnes

Mergulhei na água cristalina atrás de David. Hoje é meu último dia de folga antes de voltar às atividades. Depois do acidente voltamos para fazenda. Apesar de termos tido a sorte de o carro bater na traseira do nosso, o médico recomendou repouso, algo que David levou a sério até agora, porém ele não conseguiu vencer depois de eu implorar para darmos um mergulho.

Subi a superfície e não vi David. Só havia um lugar para se esconder. Nadei até a cachoeira, porém antes de atravessá-la, fui puxada e imprensada nas pedras. Sorri ao ver David tranquilo e relaxado. Seus braços rodearam minha cintura e circulei seu pescoço.

— Esse lugar te lembra algo? — levanto meu queixo pensando e sou agraciada com seus beijos.

Esse lugar me lembrava muitas coisas e também as consequências. Foi o dia que ele decidiu ir embora, que ele teve um de seus ataques e o principal, o dia em que nos beijamos pela primeira vez. Baixo meus olhos encontrando os seus, a ternura e o amor esquentam meu coração.

— Nosso primeiro beijo. — digo preferindo lembrar de um momento feliz.

— Muito bem mocinha, e por acaso a senhorita não gostaria de fazer uma demonstração daquele dia? — pergunta divertido e seguro o riso.

— Para isso acontecer meu jovem e caro senhor, eu teria que beijá-lo agora.

Minhas palavras pesam sobre nós. Ele separa os lábios suspirando e se aproxima mais, colocando uma mecha de cabelo atrás da minha orelha. Seu rosto está tão perto que consigo ver os pingos deslizarem por sua mandíbula. Às vezes não consigo entender como ele é meu.

— Eu te amo. — ele sussurra e suspiro pela terceira vez hoje. Pergunto-me se isso sempre vai acontecer quando ele falar que me ama.

— E eu também te amo. — murmuro devagar e ele me toma por completo.

Estamos quase sem ar quando nos separamos, sinto algo me cutucar lá embaixo e sei que isso é uma demonstração do seu desejo. Movome fazendo fricção e ele arfa surpreso com minha atitude, beijo seus lábios outra vez distraindo-o. Eu o quero tanto que está difícil conter a tentação que existe em mim. Poderia sentir vergonha, afinal nunca fiz nada parecido, mas tudo o que penso é nele, do quanto o necessito. Desço minhas unhas pelo seu tórax e ele geme.

— Amor... Pare. — ele pede ofegante e paro.

Fiz algo errado?

Encolho-me e olho para baixo, mordo meu lábio pensando sobre onde errei. Talvez minhas unhas, eu devo ter o machucado.

— Me desculpe. — murmuro envergonhada.

Dedos gentis levantam meu queixo para ficarmos olho no olho, no entanto não vejo raiva e dor, sua expressão é de carinho e compreensão.

— Não peça desculpas por algo que estava tão bom. — ele diz e enrugo minha testa.

— Mas você me pediu para parar, eu não entendi...

— Só Deus sabe de onde tirei tanta força. — ele bufa me prendendo de novo. — Eu quero muito você, mas não vou tirar sua virgindade aqui, tem que ser especial.

— Oh! — é tudo que consigo expressar.

— Você merece mais amor. Venha, vamos

voltar.

Ótimo! Estraguei o passeio. Tento esconder a decepção em meu rosto e o quanto estou ficando irritada com a graça que David está sentindo. Ele não vai me tocar hoje e encerro minha liberdade por meu afoito. Ponho meu vestido e me dirijo ao cavalo esperando por ele. Desde que aprendeu a montar não me deixa mais tomar as rédeas, no fundo eu sei que ele gosta quando me seguro nele, só não reclamo porque também gosto da sensação. Após pararmos em frente à casa, desço tendo a ajuda de David.

— Vou deixar o cavalo em sua baia e depois volto. — avisa e aceno. — Não vai me dar um beijo? — indaga e o olho perplexa.

Como ele quer um beijo depois de ficar zombando da minha cara com risinhos de quem sabe tudo? Ignoro cruzando os braços e ele desce ficando um degrau abaixo de mim.

— Sabe que fica linda com esse biquinho. — zomba outra vez e olho séria. — Se é pelo que falei na cachoeira, foram apenas verdades...

— Vá colocar o cavalo em seu lugar. — disparo e ele gargalha. Reviro os olhos e vou em direção a casa. Não acredito que estamos brigando.

Você que está! Grita meu cérebro. Ele tem razão, eu sou a única fazendo escândalos, mas tudo porque tem uma coisa involuntária apertando meu útero. Tenho a sensação de que isso seja desejo reprimido. Abro a porta e o cheiro forte de rosas me atinge. Minha boca se abre em surpresa com o que vejo. Há vários buquês de rosas vermelhas pela sala e pétalas no chão formando o caminho. Logo lembro que minha mãe saiu para... Para onde ela disse que iria? Oh, isso deve ser coisa de David.

Sinto meus olhos arderem em lágrimas e faço

o trajeto das pétalas indo direto para meu quarto. Suspiro com o lugar. A luz de velas preenche o ambiente, assim como mais buquês e pétalas sobre o colchão. Aproximo-me da cama pegando uma pétala e fecho meus olhos quando seu corpo se junta ao meu. Nem percebi quando ele chegou, mas não importa.

— Eu avisei amor, tem quer especial. — sussurra em meu ouvido e suspiro acariciando seu braço.

David traça beijos por meus cabelos e me gira para ficar de frente a ele. Seus olhos sagazes e ambiciosos fazem meu peito inflar de amor e alegria, ele me pega no colo e me deita com cuidado sobre a cama, consigo sentir suas mãos em cada lugar do meu corpo. Minha respiração aumenta com rapidez por conta da ansiedade e não do medo. Sei que David é o homem certo.

Aos poucos ele foi tirando cada peça de roupa do meu corpo, sempre beijando e acariciando a pele que ficava exposta, me fazendo contorcer nos lençóis macios. Eu me sentia amada e sexy com os olhares que ele me dava.

Depois de me deixar nua, ele se afastou tirando a camisa. Suspirei ao ver novamente seu torso nu, a cicatriz do acidente já era uma linha fina e a tatuagem provocativa já não era tão interessante para mim, eu queria na verdade ver outra coisa, uma que ainda estava coberta. David pareceu ler meus pensamentos e abriu o botão da bermuda, mordi o lábio inferior na expectativa e assisti sua boxer ir junto com o calção. Meus olhos aumentaram gradativamente e fiquei nervosa. Ele é bonito, mas também grande. Como vai caber em mim? Ele caminha em minha direção e captura minha boca distraindo-me.

— Me olhando desse jeito, ficarei encabulado. — brinca e meu riso sai estranho e provavelmente foi pelo nariz. Vejo seus olhos em compreensão. — Não se preocupe, eu vou com calma.

Apenas assenti confiando completamente nele. Em cima de mim, ele iniciou sua tortura com meus seios. Minha tensão é aliviada por um momento, até quando sinto seus dedos me tocarem lá. Suavemente ele me coloca de lado ainda me acariciando e sinto sua ereção acomodar em minha bunda, arfo quando um dedo é introduzido em mim. É tão erótico e parece tão certo. A tortura é aumentada aos poucos, quero segurar a pressão em meu ventre por mais tempo, mas não sou capaz. David sussurra que me ama diversas vezes e em minutos me desmancho em suas mãos, gritando seu nome.

Meus olhos tremem para ficarem abertos com o relaxamento que sinto. David se mexe ficando sobre mim e se posicionando. Sei que agora chegou o momento. Respiro fundo e sinto-o entrar devagar. Não dói, há somente um desconforto, mas muito pouco. Acho que o fato de eu estar relaxada ajuda, assim como meu lubrificante natural. De repente ele para e abro meus olhos vendo seu rosto molhado, os olhos cerrados e a mandíbula firme. Sei que ele está gostando assim como eu, mas noto uma ponta de preocupação.

— Vai doer amor, mas farei rápido. Prometo que vai passar e logo sentirá prazer.

Não entendo suas palavras, mas sinto o momento em que ele entra totalmente dentro de mim. Aperto meus dentes e fecho meus olhos agarrando seu corpo com força. Tudo o que senti foi desconforto por ele ser grande demais, porém ele parado me faz perder a paciência. Preciso sentilo. Movo meu quadril e isso é um incentivo a David que se mexe saindo lentamente. Senhor! Estou pasma com minha elasticidade. Ouço-o gemer na curvatura de meu pescoço e viro meu rosto para beijar seus cabelos. Ele sobe seu rosto ofegante e beija meus lábios rapidamente.

— Por céus Jenny, vai me levar ao inferno. É tão apertada! — ele murmura deslizando para dentro de mim outra vez.

Não sei se o que disse foi um elogio e busco qualquer expressão de raiva ou dor que ele esteja sentindo, mas tudo que ele transmite é desejo e prazer. David investe mais uma vez e agarro o lençol da cama. Não estou mais em condições de pensar. Sua boca bate em meus seios sugando-os de vez em quando, me levando ao delírio. Meu ventre está tão apertado e com formigamentos que tenho vontade de arrancá-lo de mim e me ver livre, porém isso está tão agradável que só quero que perdure.

— David... Por favor... — peço sem saber o que realmente quero.

— Calma... — sussurra e investe mais rápido.

Abraço seu corpo quando sinto que vou quebrar outra vez, é como se meu corpo interpretasse minha necessidade, me desmancho jogando a cabeça para trás. Dessa vez é mais forte e dura mais tempo. David ainda me penetra quando chega ao ápice urrando palavras ininteligíveis. Seu corpo convulsiona ofegante, reparo seus olhos fechados e a boca entreaberta, como uma prece e tenho vontade de beijá-lo, mas não tenho força para levantar meu tronco. Devagar ele sai de dentro de mim se deitando ao meu lado. Sinto meu corpo mole e cansado. Sorrio ao pensar que ele me esgotou totalmente.

A cama fica vazia e abro meus olhos rapidamente para ver onde ele foi e vejo-o tirar uma camisinha de si. Fecho meus olhos outra vez um tanto tímida, nem percebi ele pôr isso. Depois de segundos ele volta e sinto um pano molhado em minhas partes que estão sensíveis. Franzo um pouco a testa e verifico o que ele está fazendo. Creio que minha vergonha transforma minha face em tomate vermelho, quando vejo o pouco sangue e ele me limpar tão cortês. David sorri admirado e deito de novo na cama ignorando o que ele faz. A cama se mexe outra vez e ele entra em meu campo de visão.

Seu rosto agora limpo do suor tem uma expressão leve e satisfeito. Sorrio tímida e seus braços me rodeiam me puxando para perto. Somos um emaranhado de pernas e braços, o lençol cobrindo nossas partes inferiores. Aconchego-me ao seu peito, com seus dedos trilhando carinho pelas minhas costas.

— Isso foi bom. — murmuro acanhada depois que nossos corpos entram em um ritmo calmo.

— Não considero bom como um elogio, se é o que está pretendendo dizer. — noto o toque de diversão e alargo meu sorriso virando o rosto para beijar seu peito. — Te machuquei? — ele pergunta agora preocupado e nego.

— Não... — digo sincera — Você foi incrível David, não sei porque demorei tanto para fazer isso.

David se mexe me fazendo deitar e olhá-lo apoiado no cotovelo, um braço descansa em minha barriga com posse assim como seus olhos azuis brilhantes e intrigantes. Ele parece uma visão do inferno, com todo esse músculo e pele pulando sobre meus olhos.

— Eu realmente sinto muito que você tenha esperado. — diz zombeteiro e ergo uma sobrancelha.

Oh David! Isso é ciúme?

— Não, você não sente! — afirmo e me alegro com um sorriso surgir discreto.

— Tem razão, não sinto. Mas se quiser recuperar o tempo perdido, estarei a sua total disposição. — oferece e abro o sorriso atrevida, só então me lembro de algo importante.

— David, e a minha mãe? Ela disse que iria sair, mas quando voltar vai ver as pétalas e vir direto para o quarto. — penso com assombro que isso não é como a mãe deseja ver sua filha.

— Eu conversei com sua mãe ontem e disse que queria um momento a sós com minha namorada. — diz tranquilo e o olho desconfiada. Quando ele fez isso?

— E onde ela está agora?

— Na outra fazenda. — sou pega totalmente de surpresa.

— Na outra... Não acredito que fez isso! — balbucio ainda sem acreditar.

— Amor, eu não queria ter sua primeira vez com sua mãe do lado. — sua resposta me faz imaginar a cena e libero meu riso.

— Isso não seria nada legal.

— Temos que ter uma casa só nossa. — uh? Ele já está pensando no futuro? — Isso é, se sua mãe não se incomodar com seus gritos. — murmura vantajoso e abro a boca chocada. Eu não grito, grito?

Fecho a boca, pois realmente não sei se grito

ou não durante meus orgasmos ou durante todo o processo. Penso na possibilidade de morarmos junto, mas acho isso muito cedo. É como se estivéssemos nos casando. Argh, o quanto se é cedo para quando está se amando? Admiro o rosto do homem sobre mim e acaricio seus lábios que morde meus dedos de vez em quando. Quem diria Jennifer que um dia você estaria amando tão perdidamente.

— Eu fico feliz que você tenha sido meu primeiro. — murmuro mudando por enquanto o assunto sobre uma futura casa.

— O primeiro e último... Diga, eu gosto quando diz. — ele pede manhoso e sorrio com sua insistência de posse.

— Meu primeiro e meu último, para toda a vida. — beijo seus lábios rapidamente para em seguida ver sua sobrancelha erguida com uma expressão perdida.

— Toda a vida? — repete testando a frase, extasiado com minha declaração.

Será que ele não quer? Mas ele mencionou uma casa agora pouco! Estou ficando confusa e resolvo abrir logo o jogo de uma vez.

— Se depender de mim, sim... Quero você David, apenas você, para toda a vida.

Meus olhos transmitem confiança assim como minha voz. Acho que tive a certeza de que o queria, desde o momento que o vi parado na sala com seu sorriso simpático e ao mesmo tempo arrogante. Eu não percebi que naquele momento meu coração havia mudado de lugar e habitava em outro ser. David colou nossas testas e raspou seus lábios no meu, os olhos azuis quentes como fogo, não havendo combates interiores e apenas certezas.

— Do inferno ao paraíso. — sussurrou quase em oração e sorriu me fazendo ir junto. — Meu amor... Meu amor para toda a vida.

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