David Peterson
Havia ficado bravo de início por saber que ela andou pesquisando sobre o que tenho, mas tudo mudou de raiva para mágoa, porém nada que pudesse mudar o que sentia toda vez que estava perto de Jennifer.
Cuidei dela a noite toda e não me arrependo de ter ficado acordado a maior parte do tempo velando seu sono. Principalmente depois de ter sentido a maciez de seus lábios por segundos. Ela é intrigante para mim, me deixa frágil e vulnerável, algo de que não gosto. Nunca me permitir ficar perto de uma mulher por tanto tempo assim. Admito que quero beijá-la do jeito certo, sentir seu corpo e seu sabor até perder o fôlego. Estava preparado para fazer isso quando entrei no quarto, mas tudo mudou.
Eu poderia ter lhe contado sobre o meu problema e como sons altos e até mesmo os silenciosos me assustam, mas me calei. Jennifer não tem culpa de nada, não é possível ficar magoado tanto tempo, não quando se trata dela. Minha mágoa está mais por não beijá-la e apesar de tudo, fiquei aliviado em saber que não havia a machucado. Não me perdoaria se algo acontecesse a ela por minha culpa. Toques suaves e fracos tremeram minha porta tomando minha atenção.
— David? Está aí? — a voz preocupada e receosa de Jennifer me faz sorrir instantaneamente. — Se estiver eu... Bem, quero falar com você. Sei que ficou chateado comigo, mas não tive a intenção. — segundos se passam e quando penso em falar algo ouço seu arfar. — Me desculpa! Sei que errei e não quis te ofender... Eu realmente espero que esteja aí dentro.
Levanto de minha cama e faço uma cara carregada. Abro a porta impondo meu rosto passivo e me desarmo com seu tom vermelho de vergonha.
— Me desculpa? — ela pede e encosto-me à lateral da porta.
— Pelo que exatamente?
— Por ter dado a entender que você era um projeto científico? — indaga perdida e cerro meus olhos.
— Isso foi uma pergunta?
— Não, foi uma afirmação. — diz ao perceber seu erro. Seu jeito me faz ter uma vontade súbita de rir e viro-me de costas escondendo meu rosto.
— Está tudo bem, não é como se eu pudesse ficar com raiva de você. — afirmo e escuto seus passos próximos.
— Então, já que está tudo bem e hoje é minha folga, que tal eu te ensinar a montar num cavalo? — sua pergunta me traz satisfação e giro curioso encontrando-a mais perto do que pensei.
— Se lembra de ter prometido isso?
— Eu não estava bêbada quando prometi isso, além do mais, lembro de muita coisa sobre ontem à noite.
— É? Do que mais sabe de ontem? — interrogo cruzando os braços gostando de seus olhos percorrerem meus músculos e se afastar poucos centímetros. Dou um passo como se não fosse nada demais e continuo como antes, perto dela. — Então, do que lembra?
— Que você me pôs na cama e...
Minhas mãos coçam para tocá-la e tenho vontade de repreendê-la por morder o lábio nesse exato momento. Retomo o pouco controle e fito seus olhos.
— E... — incito para que continue.
— Eu acho que dormi. — desvia o olhar acanhada. Ela realmente não lembra?
— Você apagou literalmente. — digo decidindo ficar com a verdade apenas para mim.
Seus olhos piscam se lembrando de algo.
— Você tirou meu sutiã. — acusa de modo atrevido e inspiro forte com a memória.
Eu tive apenas o vislumbre de sua barriga e comprovei com as mãos a delicadeza de sua pele. Resisti à vontade de moldar seus seios, não seria capaz de fazer isso com ela desacordada, penso que isso seria mais prazeroso com ela acordada ouvindo seus gemidos.
— Não se preocupe, não toquei em você.
Quis apenas que ficasse mais confortável.
— Obrigada por se preocupar. — murmura sarcástica e clareio minha garganta sorrindo em seguida na tentativa de livrar a tensão.
— Então, vamos ou você já desistiu de me ensinar a montar?
Jennifer cruza os braços fingindo estar ofendida, mas seus olhos divertidos me fazem crer que ela está brincando. Não me lembro de um dia ficar tão ansioso por alguma coisa. Ela continua calada e sai pela porta confiante. Olho para cima pedindo calma para ficar tanto tempo perto dela.
— E é assim que se prepara um cavalo para a montaria. — Jenny explica envolvente e me perco entre seus ensinamentos e movimentos.
Sua expressão tranquila e delicada ao se mover ao redor do cavalo chamam atenção. Ela tem jeito e prazer de fazer o que faz. Noto a desenvoltura com que desliza as mãos no corpo do animal mantendo-o calmo e em seu lugar. Os olhos intercalam entre mim e o bicho, mas toda vez que é para o animal que olha, eles transbordam um carinho imensurável.
— Acho que se você repetir mais umas quatro vezes, serei capaz de equipar um cavalo sozinho. — ela ri e olho por cima apreciando o som.
— Amanhã faço de novo e você pega o jeito.
— Por mim tudo bem, posso montar agora?
— Eu quero que você sinta os movimentos primeiros... Que vá se acostumando com os galopes já que nunca montou antes.
Deito minha cabeça pressentindo meus lábios esticarem. Isso está parecendo coisa de sua cabeça. Não há problema em montar num cavalo sem ter feito isso antes, mas resolvo entrar no seu jogo.
— E como pretende fazer isso?
— Te disse um dia que iria te levar no coração da fazenda. Vamos fazer isso a cavalo e juntos.
O lugar mencionado não parece ter mais a objeção no início quando comentou tal fato. Não sei exatamente o que mudou, mas o fato dela querer mostrar me faz sentir parte dela.
— Não tenho nenhuma reclamação quanto a isso.
Jennifer sorri com certa timidez e me afasto indo ficar ao seu lado. Ficar constrangida agora não rola. Jennifer sobe com leveza no cavalo cinzento e admiro seu corpo se mexer com desenvoltura. Como deve ser na cama? Foco! Após subir, avisa que posso fazer o mesmo e procuro repetir os mesmos movimentos. Com um pouco de dificuldade, monto me posicionando atrás.
— Se segure David. — ela avisa e estimula o cavalo aos primeiros passos.
Meu corpo está tão colado ao dela que posso reconhecer todas as curvas. Deslizo minhas mãos pela sua cintura ouvindo-a suspirar. Sorrio e fecho o círculo com um braço deixando-a totalmente junta a mim. O cavalo anda num ritmo gostoso... Ou será que está bom assim por que estou com Jennifer? Basicamente, não importa. Contanto que isto dure mais.
Os cabelos de Jennifer sacodem em meu rosto impedindo minha visão, com a mão livre junto para um lado de seu pescoço e que os anjos me ajudem, mas eu não planejava deixar uma pele branquinha tão exposta. Aproximo dessa área notando Jennifer se arrepiar e paro, não encostando.
— Onde estamos indo? — murmuro alto.
— Eu já lhe disse. — diz gozando da minha curiosidade e resolvo provocar deslizando meu nariz em sua nuca por acaso.
— Estava apenas testando para saber se falava mais desse tal lugar.
— Está me distraindo Sr. Peterson. — murmura nervosa e sorrio. Sei que ela está provavelmente sentindo isso.
— Não é em cima de um cavalo que tenho a intenção de distraí-la, Jennifer.
A respiração encurta e me delicio com seu silêncio. Como ela pode me provocar e logo depois ser tão tímida? Isso está me deixando maluco e louco por essa mulher. Meu coração só falta dar piruetas quando penso em tê-la, mas vejo que tenho que ter um pouco mais de paciência e isso, eu aprendi no exército.
Não demora para a grama se tornar um pouco mais escura devido à sombra de algumas árvores. O cavalo segue um caminho estreito e pouco usado por alguns minutos e logo depois sou presenteado com uma maravilha do mundo. No meio de toda vegetação, um paraíso feito pela natureza. As águas da cachoeira caem sobre uma piscina verde transparente, sendo possível ver algumas pedras grandes dando uma elegância ao lugar. As rochas ao redor, algumas cobertas com musgos, dão uma aparência de antiguidade e as árvores com suas folhas caídas, transmitem flashes de luz, tornando o ambiente mágico e intocado.
Desço do cavalo com mais facilidade do que subi, e no mesmo instante pego Jennifer em meus braços descendo-a. Mal percebo meu ato encantado com a beleza.
— Esse lugar é incrível. — digo absorto.
— Eu sei. Costumo vir aqui para pensar, ou nadar ou até mesmo esfriar a cabeça. É bom para passar o tempo.
— O coração da fazenda. — repito suas palavras entendendo o significado.
Volto para ela que está sentada sobre uma pedra não muito longe, onde a luz do sol atinge sua pele. Jennifer sorri antes de esconder o rosto outra vez mirando a cachoeira. Ela combina com esse lugar e me imagino vindo aqui todos os dias. Sem agitação da cidade ou buzinas e vizinhos barulhentos... É realmente um bom lugar para viver.
— Meu lugar preferido no mundo. — murmura distante e me aproximo.
— Deve ser de todos que conhecem. — afirmo e ela me olha novamente.
— Acho que ninguém conhece. — sussurra.
— Ninguém? — indago surpreso. Apenas ela conhece esse mundo? Bem, não só ela agora. — Mas você me trouxe aqui. Por quê?
Jennifer dá de ombros sorrindo e me espia por detrás dos cílios envergonhada.
— Tem que ter um por quê? — indaga me deixando surpreso e percorro a cachoeira com os olhos.
— Só estou intrigado.
— Não fique. Sua mãe nunca lhe disse para não tentar entender as mulheres?
Meu riso sai solto com sua inquisição. Minha mãe nunca falou isso, mas sempre tive consciência para não tentar compreender as mulheres. E de fato nunca tentei, até agora. Esqueço os porquês para agradá-la. No fundo estou feliz de ter um lugar apenas nosso. Nosso? Pego-me confuso com meus pensamentos. Desde quando estou pensando em nós? O que esta pequena criatura faz comigo? Preciso esfriar minha cabeça, melhor, meu corpo que já está dando sinais de vida.
De onde estou, tiro minha camisa deixando-a de lado. Sinto seus olhos sobre mim e é impossível não sorrir. Se tem uma coisa que descobri foi que gosto de provocá-la. Estico meu corpo elevando meus braços. Sei que tenho um corpo bonito e apesar de algumas cicatrizes pequenas nas costas, sempre ouvi as mulheres dizerem que tenho costas largas e bonitas.
— O que está fazendo David? — ela engasga e a olho por sobre os ombros.
— Acha que vou embora sem experimentar esta água?
— Mas ainda está cedo, ela deve estar muito fria.
— Exatamente do que meu corpo precisa.
Mergulho nadando e imerso verificando estar longe da margem. A água não está tão gelada e penso que isso pode ser explicado por meu corpo estar quente demais. Viro para Jennifer a tempo de vê-la dobrar minha camisa com cuidado e deixar ao seu lado. Por alguma razão, isso me deixa excitado. Preciso arranjar uma forma de tocá-la. Não sou capaz de ficar longe dela e acho que nunca quis tanto uma mulher quanto essa a minha frente.
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Comments
Vilza de Souza
Tem que puxar ela pra água
2023-11-03
1
Vilza de Souza
Esse jogo de sedução já deu, quero fogo 🔥 no 🔥 parquinho 🔥
2023-11-03
0
Vilza de Souza
Esse jogo de sedução já deu, quero fogo 🔥 no 🔥 parquinho 🔥
2023-11-03
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