FIM DA HISTORIA DO DAVID

Epílogo — Seis meses depois — Jennifer Dunnes

Olho-me no espelho mais uma vez checando a roupa, cabelo e maquiagem. As meninas acabaram de sair daqui rindo para encontrar seus rapazes e eu fiquei para dar mais um tempo de suspense. Não que eu quisesse matar meu noivo de nervoso, porque sei que ele está, mas uma noiva que se preze tem que se atrasar um pouco.

Sorrio lembrando das mil mensagens que ele mandou hoje. Isso porque ficamos o dia todo separados. As meninas fizeram questão que eu tivesse um dia de SPA e tenho que confessar que foi maravilhoso.

Os meses que passaram só fortaleceu o que tínhamos, e apesar de David ainda ficar ansioso com multidões e filmes de guerra, ele estava muito bem. Mal acredito que estou a um pé do altar.

Desde que ele me pediu em casamento que venho sonhando com esse momento. Sei que sou dele, mas ser declarada como sua mulher e carregar seu sobrenome, realmente me faz uma mulher muito feliz.

A porta do meu quarto se abriu e minha mãe entrou com um sorriso no rosto e olhos lacrimejantes. Sorri indo ao seu encontro.

— Mamãe, não chore! Irá borrar a maquiagem.

— Está tão linda! Como eu queria que seu pai estivesse aqui.

Eu também queria meu pai aqui. Ser levada por ele até o altar e ter sua benção para minha escolha. Sei que papai aprovaria David.

— Eu lhe trouxe uma coisa filha. — diz e a solto. Ela vai até sua estante pegando um cordão onde um pequeno relógio habita. – Eu usei esse cordão no dia do meu casamento, sua avó também usou. É uma relíquia de família. Agora é seu.

Pego o cordão em minhas mãos, analisando o objeto antigo com um valor simbólico. O pingente em forma de relógio tinha suas bordas em amarelo e os ponteiros parados em meio-dia ou meia-noite. Era lindo e especial. Sorri entregando de volta a minha mãe e virando de costas.

Olhando-me agora no espelho, foi como se essa fosse a única peça que faltava em meu corpo. O vestido com decote em V e estilo princesa, ficou mais realçado com o cordão.

— Obrigada, mãe. — digo abraçando-a.

— Oh meu Deus, minha menina vai casar! — fala um pouco alto me recebendo.

— Pronta para me levar até altar senhora Mary?

Meu coração batia cada vez mais rápido a

cada passo que dava em direção ao celeiro. Ouvia as conversas e risadas das pessoas lá dentro. Minha mãe apertou minha mão e sorri nervosa ao olhá-la. Enfim parei em frente à porta que já estava aberta e o avistei.

Ele estava de costas e sem muito esforço lembrei-me do dia em que o conheci. Sorri com a lembrança, pois hoje eu não usava uma regata simples e uma calcinha de cachorro. Ele se virou devido às exclamações que eu mal conseguia ouvir, só queria admirar seu rosto surpreso e apaixonado. Só queria beber do seu sorriso tímido, mas confiante. Ele deu um passo, mas Noah o segurou impedindo-o de vir até mim. Minha mãe e eu rimos com sua pressa e finalmente a música começou a tocar.

— Por que estamos indo para a cachoeira

David? – pergunto depois de sairmos de fininho da nossa festa de casamento.

— Para começarmos a nossa lua de mel!

Andamos pela grama sendo guiados por uma lanterna. Apesar da lua estar cheia, o ambiente não está muito iluminado.

— David, o que você aprontou dessa vez?

— Fica calma, deixei avisado aos meus irmãos que fugiria então ninguém precisa se preocupar.

Franzo o cenho ao ver luzes no lugar. David desliga a lanterna e para na minha frente.

— O que você...

— Feche os olhos. – pede e aprofundo mais meu cenho.

— O que fez David? – me afasto para o lado tentando ver, mas ele impede com seu corpo.

— Seja boazinha Jenny e feche os olhos. – pede outra vez e sorri. – Por favor?

Suspiro sem chances. Sei que não vou sair daqui enquanto não fechar os olhos. Suas mãos pegam as minhas e sinto ele andar de costa me guiando.

— Se me jogar na água... – deixo uma advertência e ouço-o rir.

— Não faria isso, amor. – diz e para de andar. David se posiciona atrás de mim. – Agora abra os olhos.

Uau! É a primeira expressão que tenho. A segunda é sorrir largamente e a terceira é virar para David e pular em seus braços. O lugar estava todo iluminado com luzes pequenas e amarelas. Havia uma cama no canto com véu e rosas pelo lugar. Revivendo outra vez o dia em que fizemos amor pela primeira vez.

— Gostou? – ele pergunta enquanto tento engolir as lágrimas de felicidade. Malditos hormônios.

— Eu amei! Está tudo lindo, perfeito. Como conseguiu colocar energia aqui?

— Muitas extensões. – diz fingindo cansaço e sorrio.

— Você é maluco!

— Nossa primeira noite como Sr. e Sra.

Peterson tinha que ser especial.

— Hum, verdade é?

— Absoluta.

David me pegou nos braços me levando para a cama e quando ele começou a tirar meu vestido eu parei. David percebeu e se afastou com cuidado.

— O que aconteceu? – indaga preocupado e mordo meu lábio.

— É que eu preciso te perguntar uma coisa. – digo saindo da cama deixando-o inquieto.

— Pergunte o que quiser, amor.

Com o cenho franzido eu viro de lado e ponho minhas mãos em minha barriga.

— Acha que minha barriga está grande?

— O quê? – pergunta confuso e seguro o riso. – Amor, você é linda e está maravilhosa.

— Mas e se daqui alguns meses minha barriga crescer? – falo com insinuações.

— Ela só crescerá quando você... – se interrompe e viro meu rosto vendo o seu pasmo. – Está querendo dizer que... Não brinca com isso, Jennifer.

— Por que eu brincaria? – digo rindo e vou para seus braços, quando ele se aproxima.

— Grávida? – indaga e aceno positiva.

David gargalha me pegando em seus braços e nossas risadas ecoam juntas pelo ambiente. Sou colocada no chão com cuidado e David me olha com amor enquanto sua mão toca minha barriga. Rodeio seu pescoço com um braço tomando sua boca.

— O que acha de me amar agora? — pergunto em sussurro tendo nossas testas coladas.

— Com prazer, Sra. Peterson.

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