David Peterson
Eu pretendia lhe dar a melhor noite e o melhor dos prazeres antes de ir embora, mas seu corpo tenso e parado debaixo de mim dizia outra coisa. Devia ter levado a sério sua indireta de ser inapropriado no primeiro encontro, mas achei que estava brincando ou fazendo cena. No entanto, se for parar para observar, Jennifer nunca foi de fazer cena. Ela costuma ser direta, apesar de sempre sentir-se envergonhada em seguida. Lembro de até comentar comigo mesmo, que muitas moças não se ruborizavam com tanta frequência como ela faz, e isso me agrada.
Mas tê-la tensa debaixo de mim me confundiu. Tinha um pensamento de que ela me queria, me desejava, eu podia sentir isso nos seus beijos e a maneira que suspirava. Então por que freou? Afastei minha mão de sua calcinha e procurei seus olhos que se esconderam em meu pescoço. Outra vez contemplei seu rubor. Talvez ela não esteja acostumada e saber que posso ser seu segundo ou terceiro, me alegra mais que tudo.
— Estou indo rápido demais? — pergunto saindo de cima dela, mas antes me permiti beijar sua testa.
Jennifer se ajeitou sobre a cama um pouco acanhada e sendo sincero, eu adoro seu jeito menina de encarar as coisas e a leveza com que as enfrenta, mas não há motivos para ser tão retraída comigo. Cogito a ideia de fechar completamente as cortinas da sua janela quando olho para elas, a luz da lua cheia clareia o ambiente e penso que talvez esse seja o problema, tem vergonha de seu corpo. Tenho vontade de lhe dar um sermão e dizer o quanto é linda quando finalmente fala.
— Não é esse o problema David, não está indo rápido. — diz inquieta mordendo os lábios e olhando para todo o quarto menos para mim. Fito-a intrigado já pensando que a luminosidade do quarto seja o problema incômodo.
— Então temos um problema?
— Sim... Eu, eu sou o problema. — murmura aflita e me levanto da cama respirando fundo para não explodir.
— Você é linda Jennifer, não tem do que se envergonhar, mas se quiser eu fecho as cortinas. — digo apenas para satisfazê-la, porém amanhã, iríamos ter uma conversa bem longa.
— Você acha que eu tenho vergonha do meu corpo? Oh não David, não é isso. — engole seco ao dizer.
Seu olhar inocente me deixa... Desorientado?
Essa é a melhor palavra para me descrever.
Compreendo que não sente vergonha do corpo e isso elimina a única ideia que tinha para seu corpo tenso, ou talvez não.
— Já entendi. — murmuro sentindo uma irritação me inundar. — Você não quer fazer isso comigo.
— David... Entendeu errado. — ela comenta rapidamente ao ouvir meu tom e fico sem entender nada. Logo em seguida escuto um riso fraco.
E agora? Virei palhaço?
— Pode me esclarecer? — indago tentando manter a calma.
Jennifer sai da cama vindo em minha direção em passos confiante apesar de sua expressão estar indecisa. Parada bem diante de mim, ela respira fundo e ergue o queixo não dando sinal de fraqueza, me olhando profundamente. Isso me deixa alerta e preparado para seja lá o que ela for dizer.
— É mais simples do que parece. — murmura e vejo que nem ela gostou da frase. — Não tão simples assim, mas quero que mantenha a mente aberta. — manter a mente aberta? — David, eu quero que você seja meu último.
As palavras ecoam dentro de minha cabeça.
O último? Sorrio aos poucos. Era esse o problema?
— Bom, eu desejo ser o último também. — digo e acaricio seu rosto. Seus olhos ainda apresentam dúvidas e deito minha cabeça sem entender o que a perturba. — O que está acontecendo Jenny?
— Desejaria também ser... O meu primeiro?
— sua pergunta sussurrada me pega de surpresa.
Eu escutei certo? Ser o primeiro... Testo essas palavras. Fito seus olhos tendo a certeza que ela está falando sério e sua expressão inquieta por minha resposta só facilita as coisas. Senhor, ela é mesmo virgem? Vejo Jenny morder o lábio nervosa e noto que isso é uma mania sua, tenho vontade de sorrir com seu gesto. Encaixo uma mecha de seu cabelo atrás da orelha para ver melhor o rosado em sua face.
— Você é virgem? — pergunto gentil para ter certeza se entendi bem e seu olhar abaixa encontrando o chão.
Ela acena e suspiro. Por onde ela andou todo esse tempo? Eu saí de um lugar horrível e estou tendo a chance de viver ao lado de uma mulher que, não só me atrai, como também me quer. Perguntome o que fiz para merecê-la. Ela tem a chance de ter qualquer um e com certeza há rapazes a sua volta, mas ela escolheu a mim, um homem com tantos defeitos, mas disposto a adorá-la.
— Se você não me quiser... — Jennifer diz chamando minha atenção e seguros seus ombros evitando a vontade de sacudi-la.
— Se eu não te quiser? — arfo não acreditando em suas palavras. Puxo seu queixo para me olhar e sorrio lhe dando segurança. — Desculpa te desapontar Jenny, mas seu detalhe não muda o que sinto. Ainda sigo te querendo.
— E o que quer? — pergunta inocente e a empurro com cuidado, de volta para a cama.
— Você... Mas não hoje. — murmuro e nos deitamos desajeitados.
Trago Jennifer para meu peito e acaricio seus cabelos até suas costas. Ela relaxa em meus braços e me satisfaço apenas com isso. Claro que precisava e queria mais, mas com ela nos braços seria o suficiente para hoje. Relembro o momento em que conversamos sobre filhos. Geralmente fujo disso, mas imaginar uma garotinha com as feições de Jennifer correndo pelo pasto e me chamando de papai me agrada, como também saber que ela quer que eu seja seu primeiro e último.
Isso não me põe medo, na verdade, ela ter me escolhido é que assusta. Sou um cara problemático e fodido da cabeça. Como alguém se interessaria por mim? Fico de lado e encaro seus olhos, ela nota o movimento e levanta a vista para mim, sem demora suas mãos iniciam o toque cálido e suave em meu rosto.
— Por que quer que seja eu? — indago de repente e ela arfa sorrindo como se fosse óbvio, acompanho feito um bobo.
— Porque eu não consigo explicar o que sinto quando estou contigo.
— Talvez quando você finalmente sentir, não vá ser tão bom. — brinco com minha situação e me vanglorio com seu riso. Descanso minha mão na curvatura de sua cintura fazendo círculos suaves e ela suspira fechando os olhos.
— Parece que estou no paraíso toda vez que me toca.
Porra! Ela não deveria dizer isso desse jeito. Eu podia levá-la ao céu e ao inferno pessoalmente se tirasse sua virgindade agora, mas alguma parte acordada em meu cérebro, afirma que quando isso acontecer, terá de ser especial. No entanto, garanto mostrá-la o prazer que havia pensado mais cedo, e talvez ela não se assuste quando eu reclamá-la como minha depois.
— Confia em mim, Jenny? — pergunto fazendo-a abrir os olhos e pensar por segundos.
— Confio. — murmura com certeza e sorrio.
Levanto ficando de joelhos sobre a cama, puxando Jennifer comigo. Tiro a única presilha de seu cabelo vendo os fios castanhos caírem sobre seus ombros. Beijos seus lábios pouco inchado e pego o final de seu vestido. Devagar e tendo o cuidado de tocá-la levemente, vou puxando seu vestido. Separo-me quando ela arfa em minha boca e tiro o vestido deixando-a somente com a lingerie. Dessa vez eu que suspiro. Jennifer é uma deusa intocada. Não sei se ela tem a noção do quanto sexy está nessa posição. Decoro todas as curvas passando meus olhos em cada cor de pele. Abraçoa desabotoando seu sutiã e deito-a com cuidado.
Levanto os olhos para ver os seus e fico louco quando noto a malícia. Ela me quer hoje, agora, mas o prazer será apenas dela. Contento-me em só vê-la se desmanchar para mim. Sua respiração está forte e descompensada, totalmente ao meu dispor. Apoio-me em meus cotovelos e distribuo beijos em sua mandíbula até seu ouvido.
— Vou te levar ao paraíso, amor. — sussurro
e desço por seu pescoço.
Seu corpo se contorce quando chego aos seus seios. Saboreio cada um dando a devida atenção deixando-os rosados como merecem. Quando termino, continuo descendo até chegar a sua calcinha de renda. Prendo em um dos meus dedos e puxo expondo a pele lisinha por debaixo.
— David? — ouço sua voz me chamar e subo meus olhos procurando os seus. Sorrio quando os acho.
— Confia em mim, Jenny. — sussurro.
Tiro a peça que faltava e com carinho beijo sua intimidade. Jennifer suga o ar com força e olho para cima vendo seus olhos fechados. Separo um pouco mais suas pernas e provo-a com vontade. Seu gemido cada vez mais alto me faz continuar com a deliciosa tortura. Suas mãos agarram meus cabelos e assisto sua cabeça tombar para trás.
— David... — pronuncia outra vez e detecto a necessidade.
Fecho meus olhos e continuo bebendo do seu néctar até o momento que ela chega ao limite, suas mãos apertam meus cabelos até sua força quebrar. Sinto Jennifer amolecer e suas mãos desabarem na cama. Quando termino, subo pelo seu corpo nu apreciando cada pedaço. Custa-me acreditar que ela nunca tenha se dado prazer. Talvez, ela estivesse esperando por mim todo esse tempo. Com certeza sou um homem de sorte.
— Falou sério quando disse que me levaria ao paraíso. — murmura cansada e sorrio vendo uma Jennifer sonolenta. Ela teve um dia longo.
— Isso, foi apenas seu primeiro orgasmo. — digo me deitando ao seu lado. Seus olhos forçam para manterem-se abertos.
— Eu gostei. — admite e meu sorriso se
alarga mais.
— É claro! Costumo ser bom nas coisas que faço.
— Bobo! — sussurra e saio da cama para tirar minha blusa, sapatos e calça. — Aonde vai? — pergunta com certo desespero. Ela deve pensar que já estou indo embora e isso parte meu coração.
— Para nenhum canto amor, eu estou bem aqui.
Volto rápido e puxo-a para meu peito. Isso só torna mais difícil minha partida. O contato de pele com pele deixa meu amigo evidentemente com mais força. Não é hoje que vai ter a
libertação! Escuto a respiração suave de Jennifer e pego sua mão antes de me entregar ao sono também.
As bombas não cessaram. Estamos presos
numa armadilha. O fogo consome o restante que sobrou. Parece o fim dos tempos. O inferno na Terra. Olho para o campo escuro e sangrento e me assusto ao ver Jennifer do meu lado. O que ela faz aqui? Uma de suas mãos se abre me mostrando o que há nela, mas assim que percebo do que se trata, a bomba explode em um fogo alto e barulhento.
Acordo suado com o coração batendo rápido e puxando uma respiração presa. Pareço um cavalo bufando inspirando o máximo de ar que consigo. Ouço um gemido de protesto ao meu lado e vejo Jennifer dormir desconfortável. Só então presto atenção na força que estou causando em minhas mãos e uma delas segura a sua. Afrouxo e ponho minha mão para longe. Fecho meus olhos por segundos pensando que podia estar estrangulando seu pescoço.
Minhas conversas com meu terapeuta só comprovam aquilo que ele disse. É perigoso, uma pessoa com tal trauma dormir com alguém. Abro os olhos verificando no relógio que ainda é madrugada. Pesadelos que não me deixam! Jennifer se mexe e me viro para olhá-la. Sei que ela queria que eu ficasse, mas não posso deixá-la em perigo.
— Sinto muito, amor. Queria que fosse diferente, mas o que estou fazendo também é por você. — sussurro e beijo de leve sua testa.
Espero que ela compreenda quando acordar, mas por enquanto fazer o tratamento é a melhor solução. Dou mais uma última olhada nela antes de ir me arrumar.
— Eu vou voltar Jenny, eu vou. — sussurro deixando minhas palavras levadas ao vento.
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Comments
Sarah Mylla
Essa é uma das histórias mais bonitas de se ler. Se é que não é a Melhor!
2024-06-12
0
Vilza de Souza
🤡😠😡🤬
2023-11-03
1