Mônica fez menção de servi-la.
— Pode deixar que faço isso, obrigado! — Tomei à frente, e ela assentiu ao pedir licença, saindo, nos deixando a sós. — Café ou chá? — inquiri, olhando em seus olhos.
— Chá, por favor — respondeu.
Servi uma xícara e a entreguei, sendo agraciado por seu sorriso contido. Ela parecia não sorrir muito ou talvez fosse impressão minha.
— Aceita? — Ofereci os pãezinhos, que pegou apenas um.
A assisti comer, notando estar incomodada, talvez por conta do meu olhar nela.
— Estava delicioso e o chá também — elogiou, terminando de bebericar o líquido.
— Mônica tem mãos de fada — gracejei e, daquela vez, a vi dar um sorriso espontâneo, o primeiro desde que chegou.
— Não tenho dúvidas. Bem… não sei como isso te soará, mas… — engoliu a saliva com dificuldade e me mantive em silêncio, aguardando que prosseguisse — preciso de um lugar para ficar por pouco tempo. — Foi direta.
De imediato, não havia processado muito bem o que quis dizer com aquela declaração, até que finalmente entendi.
— Quer dizer que… — Será que poderia me abrigar em sua casa por algum tempo?
Posso pagar minhas despesas e tudo mais, não precisa… Antes que desse seguimento, gesticulei para que se acalmasse.
— Diane, respira, tudo bem? Se acalme antes de me explicar direito sobre isso. Imagino que esteja nervosa e, por conta disso, disparou a falar sem ser muito clara — pedi.
— Tem razão, me desculpe — disse ao abandonar a xícara sobre a mesinha de centro, inspirando o ar profundamente.
— Quando sentir-se mais calma, pode começar — salientei.
— Eu sempre quis vir para Val Verde, por ser uma cidade com maiores chances de crescimento tanto profissional, quanto pessoal. Meu pai nunca foi a favor do meu sonho de mudar para cá e, depois que o perdi, me senti desnorteada, sem um rumo certo a seguir. — Deu um sorriso tímido, mirando suas mãos em seu colo. — Então descobri que ele havia me deixado uma carta, onde fez questão de pedir perdão por não ter me apoiado, além de falar para não desistir e correr atrás dos meus objetivos.
— Trouxe seu olhar ao meu quando finalizou e pude ver sua emoção refletida em cada um deles.
— Senhor Márcio sempre surpreendendo — mencionei, lembrando-me do homem magnífico que era.
— Muito — confirmou.
— Espera aí… como ele sabia que lhe aconteceria algo? — interroguei, de repente.
— Na verdade, ele não tinha certeza, mas teve um sonho que o deixou em alerta, então decidiu escrever a carta, deixando-a em posse do padre Agenor, responsável pela igreja que frequentávamos. Isso foi um dia antes da sua partida — explicou.
— Hum, que estranho…— murmurei, encabulado. — E se minha noiva não concordar? — perguntei a fim de testá-la e a encarei, vendo-a arregalar os olhos, verificando ao redor.
— Ó céus! Como assim, noiva? As pesquisas que fiz sobre você na internet não falavam que tinha uma noiva, pelo contrário — confessou. — Será que pulei essa parte? — falou baixinho, e segurei a vontade de rir. — Enfim, posso conversar com sua noiva e tentar fazê-la entender ou… — Soltou o ar pesarosa, desistindo de falar. — Já sei que isso não dará certo.
— Fez menção de se levantar, e me apressei ao acabar com a nossa distância no sofá, segurando uma de suas mãos.
— Então andou pesquisando sobre mim? — especulei, impedindo-a de se pôr de pé.
— Sim. Não podia vir aqui sem saber o mínimo sobre a sua vida, mas agora me diz que tem uma noiva? — Mordeu o canto interno da boca e soltou o ar, preocupada.
Era engraçado vê-la tão pensativa.
Novamente tentou se levantar e não permiti.
— Não tenho nenhuma noiva ou namorada — admiti de uma vez.
Diane me fitou com seus olhos estreitos, e rompi numa gargalhada.
— Seu palhaço! — proferiu, descontente, e desferiu um tapa de leve no meu braço.
— Não sou palhaço, só quis descontrair e te fazer rir. — Ri um pouco mais, e ela recolheu sua mão do meu agarre.
— Quase me matou do coração, isso sim! — exclamou, ajustando sua postura enquanto mantinha uma expressão séria.
— Desculpa, mas foi engraçada a sua reação. — Tentei conter minha risada, e ela revirou os olhos, impaciente.
— Engraçado que, antes de vir, pensei que, por ser um velhote, não tivesse esse ar descontraído. Geralmente encontramos essas características em homens mais novos, se é que me entende — pontuou.
Quem ela estava chamando de velhote? Ninfeta atrevida!
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Atualizado até capítulo 75
Comments
Rose Carvalho
q saco repetindo td
2023-08-01
8
adri
kkkk quem é Pedro no capítulo 7 e agora está repetindo esse capítulo
2023-07-23
0
Ivajara Souza
repetiu o capítulo
2023-07-20
0