7

Mônica fez menção de servi-la.

— Pode deixar que faço isso, obrigado! — Tomei à frente, e ela assentiu ao pedir licença, saindo, nos deixando a sós. — Café ou chá? — inquiri, olhando em seus olhos.

— Chá, por favor — respondeu.

Servi uma xícara e a entreguei, sendo agraciado por seu sorriso contido. Ela parecia não sorrir muito ou talvez fosse impressão minha.

— Aceita? — Ofereci os pãezinhos, que pegou apenas um.

A assisti comer, notando estar incomodada, talvez por conta do meu olhar nela.

— Estava delicioso e o chá também — elogiou, terminando de bebericar o líquido.

— Mônica tem mãos de fada — gracejei e, daquela vez, a vi dar um sorriso espontâneo, o primeiro desde que chegou.

— Não tenho dúvidas. Bem… não sei como isso te soará, mas… — engoliu a saliva com dificuldade e me mantive em silêncio, aguardando que prosseguisse — preciso de um lugar para ficar por pouco tempo. — Foi direta.

De imediato, não havia processado muito bem o que quis dizer com aquela declaração, até que finalmente entendi.

— Quer dizer que… — Será que poderia me abrigar em sua casa por algum tempo?

Posso pagar minhas despesas e tudo mais, não precisa… Antes que desse seguimento, gesticulei para que se acalmasse.

— Diane, respira, tudo bem? Se acalme antes de me explicar direito sobre isso. Imagino que esteja nervosa e, por conta disso, disparou a falar sem ser muito clara — pedi.

— Tem razão, me desculpe — disse ao abandonar a xícara sobre a mesinha de centro, inspirando o ar profundamente.

— Quando sentir-se mais calma, pode começar — salientei.

— Eu sempre quis vir para Val Verde, por ser uma cidade com maiores chances de crescimento tanto profissional, quanto pessoal. Meu pai nunca foi a favor do meu sonho de mudar para cá e, depois que o perdi, me senti desnorteada, sem um rumo certo a seguir. — Deu um sorriso tímido, mirando suas mãos em seu colo. — Então descobri que ele havia me deixado uma carta, onde fez questão de pedir perdão por não ter me apoiado, além de falar para não desistir e correr atrás dos meus objetivos.

— Trouxe seu olhar ao meu quando finalizou e pude ver sua emoção refletida em cada um deles.

— Senhor Márcio sempre surpreendendo — mencionei, lembrando-me do homem magnífico que era.

— Muito — confirmou.

— Espera aí… como ele sabia que lhe aconteceria algo? — interroguei, de repente.

— Na verdade, ele não tinha certeza, mas teve um sonho que o deixou em alerta, então decidiu escrever a carta, deixando-a em posse do padre Agenor, responsável pela igreja que frequentávamos. Isso foi um dia antes da sua partida — explicou.

— Hum, que estranho…— murmurei, encabulado. — E se minha noiva não concordar? — perguntei a fim de testá-la e a encarei, vendo-a arregalar os olhos, verificando ao redor.

— Ó céus! Como assim, noiva? As pesquisas que fiz sobre você na internet não falavam que tinha uma noiva, pelo contrário — confessou. — Será que pulei essa parte? — falou baixinho, e segurei a vontade de rir. — Enfim, posso conversar com sua noiva e tentar fazê-la entender ou… — Soltou o ar pesarosa, desistindo de falar. — Já sei que isso não dará certo.

— Fez menção de se levantar, e me apressei ao acabar com a nossa distância no sofá, segurando uma de suas mãos.

— Então andou pesquisando sobre mim? — especulei, impedindo-a de se pôr de pé.

— Sim. Não podia vir aqui sem saber o mínimo sobre a sua vida, mas agora me diz que tem uma noiva? — Mordeu o canto interno da boca e soltou o ar, preocupada.

Era engraçado vê-la tão pensativa.

Novamente tentou se levantar e não permiti.

— Não tenho nenhuma noiva ou namorada — admiti de uma vez.

Diane me fitou com seus olhos estreitos, e rompi numa gargalhada.

— Seu palhaço! — proferiu, descontente, e desferiu um tapa de leve no meu braço.

— Não sou palhaço, só quis descontrair e te fazer rir. — Ri um pouco mais, e ela recolheu sua mão do meu agarre.

— Quase me matou do coração, isso sim! — exclamou, ajustando sua postura enquanto mantinha uma expressão séria.

— Desculpa, mas foi engraçada a sua reação. — Tentei conter minha risada, e ela revirou os olhos, impaciente.

— Engraçado que, antes de vir, pensei que, por ser um velhote, não tivesse esse ar descontraído. Geralmente encontramos essas características em homens mais novos, se é que me entende — pontuou.

Quem ela estava chamando de velhote? Ninfeta atrevida!

Mais populares

Comments

Rose Carvalho

Rose Carvalho

q saco repetindo td

2023-08-01

8

adri

adri

kkkk quem é Pedro no capítulo 7 e agora está repetindo esse capítulo

2023-07-23

0

Ivajara Souza

Ivajara Souza

repetiu o capítulo

2023-07-20

0

Ver todos

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!