11

Poucos minutos depois, se despediu e fiquei sozinha. Ao terminar, lavei o que sujei e saí andando pela casa, admirando cada detalhe.

Acompanhei o som da música, até sair do interior e trilhar pelo jardim, ouvindo a melodia ficando mais nítida a cada passo que dava.

A garagem ficava ao lado, num espaço fechado. Ao entrar, havia luzes no teto que iluminavam dentro e avistei dois carros estacionados. O som ali dentro estava um pouco mais alto e logo foi diminuído o volume quando Frederico me viu e acenou para mim.

Fui até ele e parei próximo ao vidro que estava aberto.

— Imagine Dragons? — questionei, e ele sorriu tranquilamente, fitando-me.

— Sim. Gosta? — quis saber.

— É bom, eu gosto. É bem interessante as letras — respondi.

— Verdade.

— Está ouvindo Believer por te lembrar algum trauma ou dor do passado, ou gosta de todas as músicas? — Ele riu e, por um instante, me vi hipnotizada pelo seu riso espontâneo.

Disfarcei ao notar que me encarou outra vez.

— Acha que sou traumatizado? — Suas íreses azuis se concentraram em mim sem titubear.

— Pra um velhote, não parece ter algum trauma — descontraí e dei de ombros.

O assisti parar de rir e fechar seu semblante na mesma hora. Então desligou o som e me afastei quando abandonou o interior do veículo, fechando a porta. Engoli em seco ao perceber que ele não havia gostado nem um pouco da minha brincadeira.

Abri a boca para me desculpar, porém, fui surpreendida ao ser encurralada por ele contra a lataria do outro veículo posicionado atrás de mim.

— Se vai ficar aqui durante três meses, acho melhor me tratar como Frederick, que é o meu nome, não de “velhote”. — Seu tom saiu ameaçadoramente enquanto manteve seus olhos vidrados nos meus.

Sua respiração bateu contra a pele do meu rosto, fazendo com que os pelos do meu corpo se eriçarem. Meu coração pulsava tão depressa que parecia querer sair pela boca a qualquer momento. Tentei me conter e engoli minha saliva com dificuldade, não desviando minha atenção dele.

— E qual é o problema em te chamar de velhote? — desafiei, mesmo sabendo que não devia fazer isso, mas era algo que foi mais forte que eu. Quando vi, já tinha falado.

Ele abriu um sorriso presunçoso e fez menção de me responder, só que pareceu pensar melhor.

— Quer saber… não tenho tempo para ficar perdendo desse jeito. — Soltou um riso abafado ao concluir e me deu as costas, caminhando para a saída.

— Ei! Não acredito que se sentiu ofendido — expus, desacreditada.

— Não me senti — disse, sem se preocupar em cessar seus passos.

— E por que está saindo assim? — rebati, indo atrás dele.

— Tenho coisas mais importantes pra fazer, aproveita e procura algo pra ocupar seu tempo também. — Tentei alcançá-lo, o que foi em vão.

— Disse que ia me mostrar os cômodos da casa — lembrei.

— Pedirei a Mônica que faça isso depois. — Avisou.

— Ok — concordei, parando em meio à saída da garagem, vendo-o se distanciar até entrar na casa.

Notei que de nada adiantaria tentar falar com ele agora e, por ora, decidi deixá-lo em “paz”.

A hora do jantar ia se aproximando quando resolvi ir pra cozinha.

Pensei muito antes de decidir fazer um espaguete com camarão. Fui até a geladeira e encontrei um pacote de camarões no freezer.

Tive que me virar para achar tudo na cozinha. Passei quase todo o restante do dia lendo em meu kindle, deitada no sofá da sala, salvo pelo pouco tempo que a Mônica veio aqui me mostrar os cômodos da casa a pedido do Frederick e nem sequer vi o vulto dele por perto. Talvez ele tivesse mesmo ficado chateado comigo.

Não o procurei, pois achei melhor o deixar quieto. Enfim, já tinha cozinhado o macarrão e foi a vez de preparar os camarões. Abri uma garrafa de vinho tinto branco, porque, na receita, pedia um pouco, então aproveitei e bebi uma taça.

Momentos assim me deixavam nostálgica por conta da falta do meu pai, então tentei me distrair ao máximo enquanto cozinhava. Assim que finalizei, desliguei a chama e misturei o macarrão ao camarão, incrementando com um pouco de salsinha picada, tomate-cereja e queijo parmesão ralado. O cheiro estava divino, e sorri, satisfeita, ao concluir.

Me virei, deparando-me com o Frederick parado próximo à entrada do cômodo, me observando atentamente.

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Comments

Daniela Sant

Daniela Sant

Ela é muito folgada, até abriu o vinho do cara aff

2024-01-29

1

Daniela Sant

Daniela Sant

esta de favor na casa do cara e ainda é folgada e mal educada dessa forma ?

2024-01-29

0

Raquel Ciriaco

Raquel Ciriaco

velhote essa foi boa 😄😄😄😄

2023-11-28

5

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