Poucos minutos depois, se despediu e fiquei sozinha. Ao terminar, lavei o que sujei e saí andando pela casa, admirando cada detalhe.
Acompanhei o som da música, até sair do interior e trilhar pelo jardim, ouvindo a melodia ficando mais nítida a cada passo que dava.
A garagem ficava ao lado, num espaço fechado. Ao entrar, havia luzes no teto que iluminavam dentro e avistei dois carros estacionados. O som ali dentro estava um pouco mais alto e logo foi diminuído o volume quando Frederico me viu e acenou para mim.
Fui até ele e parei próximo ao vidro que estava aberto.
— Imagine Dragons? — questionei, e ele sorriu tranquilamente, fitando-me.
— Sim. Gosta? — quis saber.
— É bom, eu gosto. É bem interessante as letras — respondi.
— Verdade.
— Está ouvindo Believer por te lembrar algum trauma ou dor do passado, ou gosta de todas as músicas? — Ele riu e, por um instante, me vi hipnotizada pelo seu riso espontâneo.
Disfarcei ao notar que me encarou outra vez.
— Acha que sou traumatizado? — Suas íreses azuis se concentraram em mim sem titubear.
— Pra um velhote, não parece ter algum trauma — descontraí e dei de ombros.
O assisti parar de rir e fechar seu semblante na mesma hora. Então desligou o som e me afastei quando abandonou o interior do veículo, fechando a porta. Engoli em seco ao perceber que ele não havia gostado nem um pouco da minha brincadeira.
Abri a boca para me desculpar, porém, fui surpreendida ao ser encurralada por ele contra a lataria do outro veículo posicionado atrás de mim.
— Se vai ficar aqui durante três meses, acho melhor me tratar como Frederick, que é o meu nome, não de “velhote”. — Seu tom saiu ameaçadoramente enquanto manteve seus olhos vidrados nos meus.
Sua respiração bateu contra a pele do meu rosto, fazendo com que os pelos do meu corpo se eriçarem. Meu coração pulsava tão depressa que parecia querer sair pela boca a qualquer momento. Tentei me conter e engoli minha saliva com dificuldade, não desviando minha atenção dele.
— E qual é o problema em te chamar de velhote? — desafiei, mesmo sabendo que não devia fazer isso, mas era algo que foi mais forte que eu. Quando vi, já tinha falado.
Ele abriu um sorriso presunçoso e fez menção de me responder, só que pareceu pensar melhor.
— Quer saber… não tenho tempo para ficar perdendo desse jeito. — Soltou um riso abafado ao concluir e me deu as costas, caminhando para a saída.
— Ei! Não acredito que se sentiu ofendido — expus, desacreditada.
— Não me senti — disse, sem se preocupar em cessar seus passos.
— E por que está saindo assim? — rebati, indo atrás dele.
— Tenho coisas mais importantes pra fazer, aproveita e procura algo pra ocupar seu tempo também. — Tentei alcançá-lo, o que foi em vão.
— Disse que ia me mostrar os cômodos da casa — lembrei.
— Pedirei a Mônica que faça isso depois. — Avisou.
— Ok — concordei, parando em meio à saída da garagem, vendo-o se distanciar até entrar na casa.
Notei que de nada adiantaria tentar falar com ele agora e, por ora, decidi deixá-lo em “paz”.
A hora do jantar ia se aproximando quando resolvi ir pra cozinha.
Pensei muito antes de decidir fazer um espaguete com camarão. Fui até a geladeira e encontrei um pacote de camarões no freezer.
Tive que me virar para achar tudo na cozinha. Passei quase todo o restante do dia lendo em meu kindle, deitada no sofá da sala, salvo pelo pouco tempo que a Mônica veio aqui me mostrar os cômodos da casa a pedido do Frederick e nem sequer vi o vulto dele por perto. Talvez ele tivesse mesmo ficado chateado comigo.
Não o procurei, pois achei melhor o deixar quieto. Enfim, já tinha cozinhado o macarrão e foi a vez de preparar os camarões. Abri uma garrafa de vinho tinto branco, porque, na receita, pedia um pouco, então aproveitei e bebi uma taça.
Momentos assim me deixavam nostálgica por conta da falta do meu pai, então tentei me distrair ao máximo enquanto cozinhava. Assim que finalizei, desliguei a chama e misturei o macarrão ao camarão, incrementando com um pouco de salsinha picada, tomate-cereja e queijo parmesão ralado. O cheiro estava divino, e sorri, satisfeita, ao concluir.
Me virei, deparando-me com o Frederick parado próximo à entrada do cômodo, me observando atentamente.
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Atualizado até capítulo 75
Comments
Daniela Sant
Ela é muito folgada, até abriu o vinho do cara aff
2024-01-29
1
Daniela Sant
esta de favor na casa do cara e ainda é folgada e mal educada dessa forma ?
2024-01-29
0
Raquel Ciriaco
velhote essa foi boa 😄😄😄😄
2023-11-28
5