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— Como a minha brincadeira não a agradou, peço desculpas e, também, fingirei que não ouvi a parte que me chama de “velhote” — concluí, e ela sorriu disfarçadamente.

— Ok. Olha, não quero ser um problema, então, se não puder me ajudar… — Me pus de pé ao escutá-la, não deixando que finalizasse a sua fala.

— Não será um problema — ressaltei.

— E isso quer dizer… — incitou.

— A casa tem muitos quartos. Enfim, depende de quanto tempo pretende ficar. — Diane também se ergueu e nos fitamos.

— Não sei exatamente — contou.

— Como não? — interroguei.

Puxou o ar para os seus pulmões e o soltou gradualmente, respondendo posteriormente: — Preciso resolver uma série de coisas, desde concluir a transferência da faculdade a ver um imóvel, pois pretendo comprar um pra futuramente abrir meu próprio escritório de advocacia.

Meu pai sugeriu na carta que te procurasse, pois poderia me dar abrigo por um tempo e me ajudar com sua opinião como advogado, afinal, é experiente na área e sabe melhor como tudo funciona. — Umedeceu os lábios e continuou: — Ainda me falta um pouco mais de um ano e meio para terminar o curso de direito e precisarei de algumas instruções, mas não se preocupe que posso arcar com minhas despesas e prometo que tentarei solucionar tudo em pouco tempo. Não conheço a cidade, muito menos as pessoas por aqui, então pensei que pudesse ficar enquanto me familiarizo com tudo e, quando menos esperar, estarei finalmente indo embora — esclareceu, tentando me convencer a aceitar ficar.

Fiquei calado por algum tempo, pensativo, e Diane não parou de me olhar, aflita por uma resposta. Aproveitei para analisar seus olhos e não identifiquei que estava mentindo. Parecia verdadeira.

— Não vou negar que realmente fiquei surpreso com isso. — Fui sincero.

— Sei disso — anuiu, sem jeito.

— Eu jamais negaria ajuda a você, principalmente pelo seu pai ter sido alguém tão importante para mim e para a minha carreira, no entanto, sabe que perderei minha privacidade ao concordar em dividirmos o, mesmo teto — expus.

— Sim, é verdade — compreendeu.

— Como sabe, sou sócio de uma casa noturna e temos dois estabelecimentos. Sou responsável pela matriz, situada em Val Verde, mas ultimamente não ando ficando muito aqui, porque estamos resolvendo algumas questões sobre a filial que está passando por melhorias, enfim, geralmente venho no finalzinho da tarde na sexta-feira e retorno na segunda-feira pela manhã para Porto Primavera— expliquei.

— Entendi — assentiu.

— Acredito que não será tão ruim assim tê-la por aqui. — Seu semblante anuviou ao ouvir minha resposta e sorriu contidamente.

— Então… — Deixarei que fique aqui — afirmei.

— Obrigada, eu… A impedi de concluir.

— Com uma condição — avisei.

— Certo e qual é? — quis se certificar, apreensiva.

— Três meses — determinei.

— Três meses? — questionou, incerta.

— Sim. Não quero que me entenda mal, entretanto, esse é o tempo máximo que te dou para resolver seus assuntos e procurar outro lugar para ficar, de acordo? — detalhei e estendi minha mão.

Diane voltou a sorrir, aliviada.

— De acordo — confirmou e mais uma vez uniu sua mão à minha, fazendo com que outra corrente elétrica percorresse pelo meu corpo.

Novamente, ela se livrou do meu toque, recolhendo-a com agilidade.

— Agora que estamos entendidos, vou pedir a Mônica que arrume um quarto no andar de cima pra você — informei.

— Ah, mais uma vez, muito obrigada e não precisa se incomodar.

Posso ficar num dos quartinhos no andar de baixo. Não terei problema algum com isso, afinal, já está sendo mais que gentil em me aceitar na sua casa, mesmo eu sendo completa uma estranha — externou.

— É certo que não nos conhecemos, mas não é uma completa estranha. Só por ser filha do Márcio, tenho certeza de que é uma boa pessoa, assim como ele era. — Comprimiu seus lábios em um sorriso ameno.

— Mesmo assim, agradeço a confiança — disse.

— Não foi nada. — Dei de ombros e chamei a Mônica.

Solicitei que organizasse um dos quartos no andar de cima e ela pediu licença antes de sair. Diane quis acompanhá-la, então saiu, deixando-me sozinho. Voltei a me sentar no sofá e passei as mãos entre os fios do meu cabelo.

Não sabia se tinha feito o certo em abrigar uma mulher em minha casa. Puta que pariu! Também não podia negá-la isso, visto ter um grande respeito pelo seu pai.

O que me confortava era saber que sua estadia não ultrapassaria três meses. O que poderia acontecer em míseros três meses, né? Obviamente, nada!

Agora era torcer para que passassem logo e finalmente retornar a minha privacidade. Contaria os dias para isso.

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Comments

Reginice Azevedo Nina

Reginice Azevedo Nina

que bom que acabou o repetições!

2023-12-28

3

Deise diva

Deise diva

q povo chato, é só passar os cap. repetidos e seguir adiante

2023-07-25

1

Rosangela Paula

Rosangela Paula

não entendi nada kkkkkkk

2023-07-21

1

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