DIANE CLARK
Se há quase dois meses alguém me contasse que eu passaria por tudo isso e que a minha vida tomaria um rumo totalmente diferente do que eu imaginava, certamente eu não acreditaria. Agora, encontrava-me na casa de um estranho, onde tinha o prazo máximo de três meses para morar e precisava me organizar o mais rápido possível. Frederico havia sido generoso ao me dar um voto de confiança, deixando-me ficar, então, faria de tudo pra que ele não se arrependesse por isso.
Saí do meu torpor quando ouvi a voz da senhora Mônica.
— Aqui ficam algumas toalhas, roupas de cama e edredons. — Abriu a porta do armário, mostrando-me dentro dele.
— Ok — assenti.
— O banheiro fica na porta ao lado e pode usar o guarda-roupa para organizar os seus pertences — instruiu. — Quer que eu desfaça a sua mala, querida? — inquiriu enquanto a olhava atentamente.
— Não precisa se preocupar, farei isso. Obrigada! — agradeci a gentileza.
— Tem pouca coisa, tem certeza de que se certificou de trazer tudo que necessitava? — Mônica observou.
Sorri ao olhar pra minha única mala, próxima à cama que ela havia acabado de forrar.
— Sim. Tudo está aqui — afirmei.
— Se você diz… — Me ofereceu um sorriso terno. — Acredito que esteja cansada da viagem que fez de Monte Oeste para cá, então, é melhor que descanse um pouco. Está com fome? — perguntou.
— Confesso que estou mesmo um pouco cansada. Monte Oeste fica a sete horas daqui, mas foi menos desgastante porque vim em um táxi particular. E não, não estou com fome — mencionei.
— Bastante tempo mesmo. Vou descendo, então. Tenho que começar a preparar o almoço e foi bom ter chegado antes, assim coloco mais “água no feijão”. — Fez aspas no ar e rimos suavemente.
— Obrigada. Pode ir, assim não te atrapalho mais — salientei.
— Que isso, querida! Não me atrapalha nem um pouco, aliás… — se aproximou um pouco mais —, estou feliz que terei companhia nessa casa por algum tempo. Os dias aqui são bastante corridos, mas silenciosos, afinal, costumo ficar sozinha durante toda a semana, só quando o Frederick vem aos finais de semana que me sinto menos só, sabe? — confidenciou.
— Não sabia, porém, agora sei bem como é se sentir só. — Comprimi meus lábios, recordando-me do meu pai e da falta que me fazia.
— Me desculpe, esqueci completamente da sua perda recente — pediu.
— Não tem problema. Estou me adaptando lentamente — proferi.
— Sinto muito.
— Obrigada — agradeci.
— Se quiser qualquer coisa, pode me falar que providenciarei — avisou e saiu em seguida.
Olhei ao redor e passei a mão pelos meus cabelos. Inspirei o ar profundamente e tentei pensar positivo. Apesar da minha vida ter dado um giro de trezentos e sessenta graus, quando decidi correr atrás do meu sonho, sabia que nada seria fácil.
Estava em uma cidade completamente nova, não conhecia ninguém e morando com um homem que mal conhecia também. Frederick era um homem bonitão, algo que não podia negar. Mordi o lábio inferior quando imagens de ele descendo as escadas invadiram a minha mente, e nem sequer disfarcei o meu olhar em toda a sua beleza física.
Para alguém de quase quarenta anos, estava perfeitamente em forma, e me peguei pensando no quanto ele seria ainda mais gostoso… Ó, céus! O que eu estava pensando?
Me abanei por conta do calor que correu pelo meu corpo ao empurrar para longe as insanidades que tomaram a minha mente por conta dele e virei em direção à porta que notei estar aberta. O vi passar no minuto seguinte, continuando meu movimento, até ele voltar e parar diante do portal, olhando curiosamente com seus olhos azuis.
— Está com calor? Pode ligar o ar-condicionado para se refrescar melhor — comentou.
— Ah, pode deixar. Obrigada! — Sorri meio sem jeito.
Se ele soubesse o porquê do meu calor, com certeza me colocaria para fora daqui nesse exato minuto.
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Atualizado até capítulo 75
Comments
Lu e a Estante de Sonhos
Duvido muito!!!
2023-10-05
5
Rose Carvalho
ufa até q enfim normalizou
2023-08-01
3
Mercês Braga
vamos vê no qvai da
2023-07-25
0