19

DIANE CLARK

— Eu tenho uma ideia — comentei, eufórica.

— Qual? — Me encarou.

— Por que não fazemos um, hum? — sugeri.

Seus olhos se arregalaram.

— Sabe fazer bolo de chocolate?

— Claro!

— Que legal! — exclamou, contente.

— E, se quiser, pode me ajudar também, o que me diz? — propus.

— Quero sim! Vamos? — Pôs-se de pé no mesmo segundo, entusiasmada.

— Vamos! — afirmei e saímos do cômodo.

Atravessamos o corredor e descemos as escadas. Alheia, vi que Frederico ainda não estava por ali e seguimos até a cozinha. Tratei de procurar, com a ajuda dela, tudo que precisaríamos e os agrupei em cima da mesa.

Peguei o avental e Alice reclamou, querendo ser a “chef de cozinha”. Sorri ao ouvir sua exigência e o coloquei nela. Rimos quando vimos que ficou grande pra ela, mas não se importou e tratamos de nos concentrar na receita, despejando as medidas necessárias em uma tigela redonda de vidro.

— Agora preciso de mais farinha de trigo — avisei depois de misturar tudo, e ela começou a despejar na tigela, deixando uma boa quantidade cair na mesa e no chão.

— Ops! Fiz bagunça — observou, rindo de modo sapeca.

— Depois limpamos tudo. Temos que terminar isso logo — anunciei.

— Certo — concordou.

Ficamos tão inertes enquanto aprontávamos o bolo que sequer percebemos que o seu tio estava demorando demais para retornar. Assim que terminamos, coloquei o bolo pra assar e Alice falou que iria lavar suas mãos, melecadas por conta da massa crua que estava comendo. Tratei de ir limpando tudo, até me virar e deparar com o Fred parado na porta, me observando.

— Oi! Eu e a Alice preparamos um bolo — enfatizei e, silencioso, caminhou até mim.

Seus olhos se mantiveram fixos aos meus e parou em minha frente.

Estava sorrindo, mas parei quando levantou uma de suas mãos até o meu rosto. Não fazia ideia do que estava tentando fazer, só sabia que meu coração disparou no peito, tornando difícil até de respirar.

— Estava sujo — disse ao esfregar seu polegar em minha bochecha, limpando-a.

Sorri, meio sem graça.

— Obrigada — agradeci, passando minha mão no mesmo local e me distanciei, indo até o armário.

— Obrigado por ter ficado com ela. O Edgar é um pé no saco quando se trata de negócios, e tive que analisar alguns papéis com urgência.

Demorei mais que o esperado, desculpe por isso — pediu.

— Não precisa agradecer. A Alice é um amor de criança, não dá nenhum trabalho, pelo contrário, estou adorando tê-la aqui. Está me distraindo, evita que eu pense na falta que meu pai me faz também — revelei, sentida.

— Então é bom, apesar de ela falar demais — pontuou e sorrimos.

— Não fale assim dela — defendi minha mais nova companheira pra passar o tempo nessa casa. — Edgar é seu sócio? — perguntei, mudando de assunto.

— Sim — disse, recostando–se na bancada da pia ao meu lado, enquanto me ocupei em misturar os ingredientes pra levar ao fogo e preparar a calda de chocolate pra colocar no bolo quando assasse. — A esposa dele teve gêmeos há alguns meses. Acredito que se dariam bem — insinuou.

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Comments

Fatima Vergueiro

Fatima Vergueiro

Acho que um nasceu para outro

2023-07-20

7

Ruth Simone Andrade

Ruth Simone Andrade

É isso aí. essa Diane é folgada, mais ele não fica atrás

2023-07-14

9

Rita Silva

Rita Silva

İsto, Diane, conquistando a sobrinha!!! 😉

2023-07-14

0

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