X

Dimitri despediu-se de Rosalie e de Joane, pegou seus pertences e foi embora. A garota observou da janela seu professor saindo do Palácio e caminhando tranquilamente pela rua. Suspirou e virou-se dando de cara com Joane lhe observando.

–O que achou da aula?

–Ele parece ser muito bom no que faz. Paciente também.–Deu de ombros.–Acredito que logo estarei valsando.

–Fico feliz, Rosalie.

A jovem foi tomar um banho e depois foi com Joane lanchar. Iriam começar a tomar outro chá para adequar o paladar da garota.

Assim que Dimitri já estava bem longe do Palácio, parou em um bar e pediu uma pequena dose de cachaça artesanal. Bebeu tudo em apenas um gole e prosseguiu. Era sexta-feira e ele só voltaria ao Palácio na segunda-feira.

Sua cabeça não parava de pensar se era prudente ou não usar Rosalie como ponte até Zanetti. Sua mente fervilhava de ideias. Ele pensava em fazer a garota amá-lo, desonrá-la e trazer isso à tona como forma de humilhá-lo também. Um pai, que é rei, totalmente humilhado por ter a impureza da filha revelada. Isso seria extremamente humilhante para ele. Mas também seria para ela.

–Droga.

O sol estava forte e Dimitri sentiu-se sufocado. Caminhou até a praia e sentou-se em uma pedra debaixo de um enorme coqueiro. Observou o mar e sentiu falta da sua família.

Sua mãe amava pescar junto com seu pai. Eles passavam horas à fio tentando pegar peixe grande para fazer ao molho de coco. Sentiu um aperto no peito ao se dar conta de que só tinha a Nebulosa e seus companheiros de viagem. Era na verdade um grande solitário.

Depois de um tempo ele sente alguém se aproximando. Olhou para os lados e viu uma bela mulher. Ela vestia um longo vestido bem vazado na cor vermelha, tinha olhos mais azuis que o mar e um sorriso enorme no rosto.

–Vejo que o mar lhe traz a mesma nostalgia que à mim.–Ela senta ao seu lado.–Pensando no amor?

–Você é linduviana?

–Não, não.–Riu largamente.–Sou da terra, do sol, do mar. Não se preocupe com minha origem. Aliás, eu nem preciso perguntar sua origem. Sei que é pirata.

Incrédulo, Dimitri se levanta e olha em volta. Pensou ser uma emboscada, uma armadilha. Sentiu seu coração bater mais rápido, mas a mulher continuava tranquila. Não parecia alguém que queria pegá-lo.

–Pode sentar, marujo. Eu sou da paz.–Dá de ombros.–Na verdade, você foi um bom sinal pra mim. Eu tava imaginando o que eu iria fazer da minha vida, foi quando eu te vi. Entendi que minha missão atual é te ajudar, ficar ao seu lado na sua missão.

–Mas... Mas... Do que você está falando?

A mulher gargalha e pede para ele tornar a sentar. Sua fala de fato era confusa. Dimitri se viu questionando a procedência da cachaça que tinha tomado. Só podia estar batizada com alguma coisa que produz efeito alucinógeno.

–Você tem uma missão. Está escrito na sua cara.–Ela aponta para o capitão enquanto o aguarda falar.–Qual é ela?

–Vou conversar com você fingindo que é meu subconsciente me pregando uma peça.–Ele se apoia e volta a observar o mar.–Eu tenho uma missão que envolve vingança, mas é complexo demais. Pode machucar quem não quero.

–Pode falar. Fale tudo que eu sou boa ouvinte.

E assim Dimitri começou a conversar com a belíssima mulher. Ele se viu ficando cada vez mais leve enquanto falava do quanto Arthur precisa pagar, do quão sofrido foi sua jornada depois da traição do parceiro e do quanto ele não quer machucar ninguém inocente.

–Você é um bom homem, Dimitri.–Ela alisa seus cabelos de forma divertida.–Sei que o que eu falar sobre vingança não vai adiantar porque você tem uma ideia muito formada nessa cabeça. Mas de uma coisa eu te afirmo com propriedade: sempre vai ter inocentes machucados quando a história é vingança.

Ele se viu olhando para ela com curiosidade e apreciação. O jeito que ela falava era com muita verdade e tranquilidade. Dimitri observou com cautela os traços da mulher e sorriu. Se deu conta de que não era seu subconsciente lhe pregando uma peça. Ela era real e parecia do bem.

–Já que você vai me ajudar na minha missão, eu preciso saber duas coisas. O porquê disso e qual o seu nome.

–Vamos por parte.–Sorri.–Já que eu sei seu nome é justo que saiba o meu também. Prazer, sou Sorah, sua mais nova amiga e aliada.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***