Sorah tinha visto Dimitri na segunda-feira e o aguardava mais uma vez. Seu coração estava ansioso para vê-lo; estava se apaixonando cada vez mais. Ela entendia desse sentimento e sabia o que estava sentindo.
Na segunda-feira, ficou quieta ouvindo como Dimitri lidava com Rosalie. Estava sentindo algo estranho se apossar do seu coração em direção à garota. Ela não gostava da forma como ele falava dela, mas lembrou-se que tudo não passava de uma vingança. Ela seria usada, apenas.
–Não poderei vir sempre, Sorah. Entendo que fiques muito sozinha, mas preciso te dar uma função no meu plano.
–Estou pronta, pirata. Pode me falar o que tenho que fazer para te ajudar.
Dimitri sugeriu que Sorah entrasse no Palácio como doméstica e tentasse seduzir Arthur. Mas esse não seria o motivo principal. Dimitri queria que Sorah sondasse cada canto da casa e facilitasse encontros à sós entre ele e Rosalie. Sorah seria uma ponte dentro daquela casa.
Ouvindo tudo muito atenta, a sereia amaldiçoada assente concordando com tudo, mas por desencargo de consciência resolveu perguntar mais uma vez.
–Você realmente vai usá-la como parte do seu plano e depois descartá-la, pirata?
–Não tem outro jeito. Eu só quero destruir Arthur e esse reinado podre. Antes, preciso me infiltrar como erva daninha e destruí-lo aos poucos. Por que a pergunta?
Sorah, com seu charme e beleza, aproxima-se do pirata, segura sua face com as duas mãos e beija seus lábios delicadamente. Logos se afasta e sorri.
–Somos uma bela dupla. Quero aproveitar enquanto estiver ao seu lado.
Dimitri sorri e assente trazendo Sorah mais uma vez para próximo e beijando-a com mais intensidade. A sereia sentia que ele tinha que ser dela. Mesmo ele não querendo.
O falso professor se despede da sereia e volta para a hospedaria. Sua cabeça estava doendo; muitas coisas a serem resolvidas. Precisava confiar que Rosalie salvaria seu pai, mas não era fácil. Ele a via como uma boba chorona e sentimental ao mesmo tempo que via uma bela e cativante mulher. Essa dualidade o matava.
–Você acha que a garota consegue?
–Precisa conseguir, Túlio.–Esfrega as mãos em ansiedade.–Ah, preciso te apresentar Sorah. Ela é nossa mais nova aliada. Vai entrar no Palácio também.
–Você confia nessa sereia, capitão? Se os outros souberem...
–Eu confio em você para manter isso em segredo, Túlio. Vou apenas apresentar ela a você. O restante precisa saber o básico.
...
Rosalie encara o pai aguardando o primeiro ensinamento que ele lhe propôs. Saiu do seu colo, à mando dele, e fechou a porta de chave. Ainda era quase fim de tarde, pouco movimento se tinha por ali.
–Vamos começar com massagem, bonequinha.–Ele começa a tirar sua farda e depois a camisa branca por baixo.
Arthur era um pouco definido para sua idade, possuía uma cicatriz do lado das costelas esquerdas e um peitoral um pouco peludo. Ele chama a garota e pede para que ela apoie suas mãos nos ombros dele.
–Você vai massagear primeiro estando atrás de mim e depois vai fazer isso de frente. Ok?–Ela assente e Arthur ri.–Vá no seu tempo, meu amor.
Rosalie precisava aprender a agradar um homem para que ele seja bondoso com seu país. Ela não se importava consigo, mas com seu lugar de origem. Lindúvia era seu lar e por ele ela faria de tudo.
–Ah... Suas mãos são deliciosas, bonequinha.–Arthur geme em satisfação.–Continue.
–O senhor precisa dizer se a intensidade está boa, pai.
–Prefiro que você faça de frente, Rosalie. Talvez fique mais aconchegante.
Inocente e super obediente com quem sempre lhe deu amor, a garota fica na frente do seu pai com os seios praticamente sendo esfregados em seu rosto. Ela não sentia malícia em nada. Arthur, isolando Rosalie de homens, criou uma mulher totalmente à mercê dos seus desejos.
Enquanto ela massageava, Arthur afundava o rosto entre o vão dos seus seios. Chegou até beijá-los enquanto ela não reparava. Iria pedir para que ela sentasse no seu colo e massageasse de frente, mas alguém bateu à porta.
–Posso abrir?
–Calma, Rosie. Deixa eu me recompor.
Arthur não falava só das vestes, mas Rosie não perceberia. Logo ela foi autorizada a abrir a porta e dois soldados entraram juntamente com Timoth.
–Recebemos uma informação de que alguém estava infiltrado na guarda real. Até acharmos quem é, melhor ficar nos seus aposentos e de porta trancada. Não sabemos qual intuito da sua infiltração.
Timoth olha para Rosalie e fica embasbacado por alguns segundos. Arthur pigarreia chamando a atenção do seu conselheiro mais próximo.
–Estou indo para meu quarto. Não se preocupe, Timoth. Duplique a proteção no Palácio.
Depois que saíram, Arthur olhou abismado para sua filha e lembrou do sonho. Suspirou aliviado por sabe-se lá o quê que tenha se livrado.
–Obrigado, Rosalie.–Sorriu genuinamente.–Acredito que você realmente me ama e me quer bem. Sou muito feliz por ter você.
–Eu sempre vou estar do seu lado, pai. O senhor tem uma súdita e uma filha leal.–Meneia a cabeça pro lado e também sorri.–Vou me recolher. Acredito que hoje não jantaremos juntos. Boa noite.
Ao ver a porta fechada, Arthur se deu conta de que não estava mais seguro. O povo iria começar a ir contra os ideais da coroa e não temeriam matar o rei por isso.
Arthur se dirigiu até o quarto encontrando Henrique e Tânia abraçados. O garoto estava praticamente adormecido no coloco da mãe. Estavam deitados na imensa cama do casal, acolhidos. Presumiu então que seus soldados passaram por ali.
–Não vou deixar o Henrique sozinho. Você sabe.–Tânia parecia uma leoa.–Ele é o sucessor do trono, não pode ficar susceptível.
–Você sabe que se eu quiser ele não vira sucessor coisa nenhuma né?
Os olhos de Tânia se arregalaram com a declaração de seu marido. Ela se desvencilhou cuidadosamente de Henrique, o cobriu e arrastou seu marido para a varanda do quarto.
–Você está bebendo muito ou o quê?–Temerosa, resolveu não pegar pesado nas palavras.
–Só alertei a você que o Henrique não é a minha única opção, Tânia. Não fale como se Rosalie não existisse. Não suporto isso em você.
–Por lei, o trono é de Henrique. Não vamos brigar por algo já definido há anos. Rosalie vai casar e vai mudar de país, provavelmente. Ela não tem como reinar aqui em Lindúvia. Não vamos voltar mais nesse assunto, por favor.
Arthur assentiu retribuindo o abraço falso que sua esposa lhe dava. Ele sabia que Tânia confiava piamente que só sairia do trono quando Henrique tivesse pelo menos a idade mínima para virar rei. Mas tudo poderia mudar. Arthur contava com isso.
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Comments
Bruna Vitória
AAA EU ODEIO ESSE ARTHUR O CARA NOGENTO ESPERO QUE ELE TENHA O QUE ELE MERECE.
2021-03-22
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