XIX

Dimitri dedicou todo seu fim de semana para articular o roubo dos baús de ouro vindo de Rabéns. Também conseguiu provas dos desvios de verbas para bancar os luxos da família real.

Sorah tinha descoberto em uma das suas arrumações uma carta onde Arthur era chantageado por um homem de dentro de Calixtor. A carta mencionava que Arthur era o mentor do roubo e que tinha passado a perna em todos que o ajudaram no crime.

Quando a carta chegou nas mãos de Dimitri ela mal podia se aguentar de felicidade. Ele sabia quem era esse homem. Era um dos conselheiros do rei de Calixtor, um traidor que achou que recebeu pouco e pediu mais a Arthur.

A carta tinha até o carimbo real de Calixtor, dando a Dimitri uma prova irrefutável. Aquela carta iria parar nas mãos do rei de Calixtor assim que desse. Todo castigo para Arthur seria pouco.

Na segunda-feira, Dimitri acordou determinado a enredar Rosalie de vez. Ele, aos seu ver, precisava ser mais homem para ela. Mulheres inocentes são facilmente afetadas por masculinidade imposta.

Chegou ao Palácio devidamente arrumado e cheiroso. Até Joane elogiou o bom perfume do professor. Quando ele entrou na sala de dança, Rosalie estava lendo um livro. Agora que começava o verdadeiro jogo para o pirata.

–Boa tarde, princesa.–Usou um tom frio que afetou rapidamente a garota.–Vamos pular as danças folclóricas que estávamos estudando. Como está prestes a casar, precisamos ensaiar a dança de seu casamento. Ou seja, a dança do país de Rabéns.

–Ah...–Largou o livro e levantou.–Não sabia que eles tinham uma dança própria. O que eu preciso saber antes de praticar, professor?

Dimitri falou um pouco da dança Rabenêsa enquanto observava as expressões faciais e corporais da garota. Rosalie mordeu o lábio inferior quando Dimitri, propositalmente, reclamou de estar calor levantando um pouco a camisa que vestia.

–Eu... Eu... Vou abrir a janela.–Ela correu até a janela e abriu-a rapidamente. Suspirou antes de voltar para seu professor.

–Preciso que você repita meus passos, princesa. Vou lhe passar a parte feminina da dança e depois faço a masculina para ensaiarmos.

Por sorte a dança rabenêsa era sensual, ele iria usar isso ao seu favor. Em determinado momento, eles tiveram que juntar os rostos e as palmas das mãos. Rosalie suspirou deixando seus lábios entreabertos. Dimitri segurou por trás do seu pescoço e puxou-a para um beijo.

Não tinha nada de calmo ou paciente, ele agarrou-a com a outra mão livre e juntou seus corpos. A garota jogou seus braços ao redor do homem que estava fazendo seu corpo esquentar.

–Hm... Lo...Lorenzo...–A garota tentava desgrudar seus lábios, mas era difícil.–Temos que parar. Vamos ser pegos, Lorenzo...

Dimitri afasta um pouco uma alça do vestido dela e beija todo seu ombro. A garota já tinha perdido a sanidade e implorava por mais. Foi nesse exato momento que ele se afastou.

–Não... Eu não podia...–Fingiu arrependimento.

–Eu quero.–Ela se aproxima e envolve seu pescoço.–Não pare. Eu o quero.

–Você vai casar, Rosalie.–Ele sobe a alça do vestido dela.–Depois de um tempo você amará seu marido e não lembrará de mim. Isso só vai me machucar...

Ela o beija novamente, mas dura poucos segundos. Dimitri a afasta e ela compreende toda a situação. Ela não conseguirá amar outro homem porque está totalmente apaixonada por seu professor.

–Eu não vou dar chance alguma de amar mais ninguém a não ser você, Lorenzo. Seja meu amante, mas não pare de me amar.

–Você entende o que me pede? Você vai ser rainha de um país distante daqui, princesa. Não faça isso comigo.–O ar dramático que o homem impunha na conversa estava começando a deixar Rosalie desesperada.

–Eu não posso deixar de casar com o André, mas eu não sou obrigada a amá-lo.–Ela segura em seu rosto com suas mãos.–Eu me casarei e exigirei que continue sendo meu professor. E mesmo que ele não queira eu levo você comigo e o escondo em Rabéns. Mas não vamos nos separar, por favor. Não me deixe sem isso que temos.

Dimitri sorriu e beijou-a mais uma vez. Dessa vez era um beijo que dizia que ele ficaria ao lado dela em qualquer situação. Para despistar, se separaram e voltaram a ensaiar a dança rabenêsa. Vez ou outra trocavam selinhos e palavras amorosas.

...

Arthur estava impaciente com tudo que estava vivendo ultimamente. Estava tão sobrecarregado que não teve tempo de tentar seduzir sua filha mais uma vez. Só tinha conseguido massagens idiotas, segundo ele.

Esse horário ela estava na sua aula de dança, então resolveu visitá-la e conhecer seu professor. Já era hora!

Sorah viu quando o rei caminhava em direção a sala de dança e para dar um toque aos pombinhos simulou uma queda bem barulhenta. O rei parou e olhou para a serviçal que tinha caído por cima de um pedestal lindo que enfeitava o corredor.

–Muito estabanada, Sorah.–Ele abaixou e não deixou de reparar no lindo decote da mulher.–Está machucada?

–Não, meu senhor.–Usou do tom mais submisso que havia dentro dela.–Peço que me perdoe. Posso fazer algo para me redimir pelo pedestal quebrado?

–Vá ao meu escritório bem mais tarde. Tem umas coisas que estou precisando de ajuda.

A garota levantou-se e saiu da presença do rei. O casal, de dentro da sala, tinha ouvido o barulho e encerrado a sessão de beijos. Logo voltaram a ensaiar.

–Espero não estar atrapalhando.–Arthur abre a porta enquanto Dimitri o reverencia.–Isso era dança rabenêsa?

–Sim, pai. Pedi para que me ensinasse. Quero agradar meu noivo, como o senhor sugeriu que eu sempre fizesse.–Rosalie abraça Arthur.–Esse é Lorenzo, meu professor.

–Aproxime-se, rapaz.

Dimitri caminha até o rei e fica cara a cara com o mesmo. Logo Arthur estende sua mão e recebe um aperto do falso professor à sua frente.

–Você me lembra alguém, rapaz. Mas não sei quem é.

–Meu pai também era professor, só que de canto. O senhor pode ter assistindo alguma apresentação dele quando o mesmo passou por Lindúvia com sua caravana, alteza.–Esperto, conseguiu se evadir da afirmação do rei.–Ele era marcante.

–Pode ser, pode ser...–Voltou sua atenção para Rosalie.–Jante conosco hoje. Sinto sua falta, bonequinha.

Rosalie afirmou e acompanhou seu pai até vê-lo ir embora. Logo voltou e se jogou na cintura de Dimitri. Ele ainda estava olhando para a porta.

–Meu pai parece mal, mas não é. Ele só tem essa cara desconfiada mesmo.–Respondeu como se tivesse lido seus pensamentos.

–É, percebi...

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Elizangela Lima

Elizangela Lima

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2021-03-27

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