Rosalie e Henrique descem a escada de mãos dadas encontrando apenas Arthur concluindo a refeição. A garota tinha trocado seu vestido por calças e botas de couro. Estava mais confortável para aprender a caçar com o pai.
–Cadê a mamãe, pai?–Henrique procura a mulher com os olhos e não a encontra.
–Foi se trocar. Vá chamá-la, Henrique.
O garoto assente e vai atrás da sua mãe. Rosalie senta à mesa e observa o pai comer. Sorriu ao ganhar um sorriso também.
–Não ligue muito para a frieza da sua mãe, bonequinha. Ela é muito estressada, as vezes.
–Ela me odeia. Isso sim!–Rebate, cansada.–Queria entender o porquê, pai. Eu a amo e ela só me ignora.
–Ela não te odeia e mesmo se odiasse eu te daria todo amor que precisas.
As palavras de Arthur foram de homem completamente apaixonado, mas chegaram até Rosalie como palavras de um pai que se preocupa com a filha. Isso as vezes aborrecia o rei, mas claro que ele não iria dar tanto na cara que ama sua filha. Não agora, segundo seus planos.
...
Depois que Dimitri contou toda sua história e como chegou até Lindúvia, Sorah ainda o observava com a mesma fascinação do início da conversa. Ela estava começando a achar a vida dos homens da superfície muito interessante.
–Então você vai conquistar a Rosalie, dormir com ela e depois humilhar ela e o pai? Isso é cruel demais, Dimitri. Não faça isso, pelo menos não isso.
–Ele não pensou em mim e nem na minha família quando me entregou pra morrer. Ele ficou com tudo e eu quase morri, Sorah. Família é sagrada pra mim tanto quanto deve ser pra ele. Mexer com isso causa danos irreversíveis.
–Compreendo. Só quis dar minha opinião de mulher.
Já estava escurecendo e Dimitri tinha que ir embora. Sorah estava morando em uma cabana cedida por uma pescadora perto da praia, recusou o pedido para ir com Dimitri até a cidade. Segundo Sorah, ainda não é o momento de se meter no meio de tanta gente esquisita. Dimitri sorriu e disse que voltaria na segunda. Enquanto observava o homem ir embora, Sorah sorriu e não foi qualquer sorriso. A moradora das águas estava começando a ser afetada pelo homem. Seria o feitiço virando contra o feiticeiro?
Dimitri seguiu para a pousada onde tomou um bom banho e deitou-se. Túlio surgiu trazendo café e broa.
–Onde você estava, capitão? Vendi os últimos dois barris de cerveja velha. Olha aqui.–O moreno joga as moedas na cama do amigo.–O que faremos agora?
–Coloca aquelas que estão boas para envelhecer com o uso de calor. Enterra na areia, acredito que vá mais rápido.–Diz rapidamente.–Precisamos de dinheiro de todos os lados para manter-nos bem por aqui.
Túlio assentiu e foi deitar. Fez uma anotação mental de que amanhã precisaria visitar a dona Julieta. As visitas íntimas não podiam parar.
Dimitri, após comer, ficou pensando no encontro com Sorah e no seu conselho. Será que seria covardia demais englobar a filha de Zanetti na vingança?
Sua cabeça doeu e ele tratou de adormecer. O fim de semana seria bastante movimentado para ficar se martirizando com esses pensamentos. Dormiu.
Todo o sábado Dimitri e Túlio se dedicaram a encontrar o grupo de apoiadores da república. Também se encontraram com os outros marujos que estavam espalhados pela cidade. Dimitri estava fortemente inteirado com as informações que circulavam e isso lhe deixava ainda mais determinado.
Já circulava que o rei estava vendendo a filha para tampar o buraco financeiro feito pelos excessos da realeza. Muitos eram contra esse tipo de coisa pois a garota nada tinha a ver com as merdas de Zanetti. Um grupo pequeno apoiava o rei e suas escolhas, mas não eram o suficiente. O povo estava enraivecido. Dimitri chegou a ouvir sobre uma certa organização para protestarem se houver mais aumento de impostos. Estava tudo uma loucura!
...
–Pai, eu vi um coelho ali. Posso tentar flechá-lo?–Henrique estava eufórico com tudo.
–Claro! Mas com cuidado. Volte caso não consiga.
Henrique foi na ponta dos pés atrás do coelho que tinha visto enquanto Tânia estava sentada em um tronco se abanando com seu leque roxo.
–Eu preciso ir. Não aguento mais tanto inseto.–A rainha levanta-se, incomodada.–Estarei aguardando vocês no palácio.
–Ok, Tânia.
Arthur comemora ao ver Tânia ir embora. Seus olhos logo caíram na bela ruiva trajada de forma sedutora aos seus olhos.
–Filha, vem cá.–Arthur senta e pede para a sua filha sentar no seu colo.–O papai precisa conversar com você algo sério e precisa ficar entre nós.
–Algo grave?–Diz enquanto se ajusta em seu colo.
–Eu já recebi sua primeira proposta de casamento.–Suspira.–Veja bem, é minha missão ensinar e mostrar coisas para você. Você em breve vai ser uma mulher casada e tem coisas que você precisa aprender. Você vai ter que agradar bem seu marido para que ele seja bondoso com você e com Lindúvia. É isso que queremos com seu casamento.
–Entendo, tudo bem. O senhor me parece muito preocupado.–Rosalie alisa os cabelos do seu pai.–Eu vou me sair bem, não se preocupe. Já que o senhor vai me ensinar eu não tenho dúvidas de que vai dar tudo certo.
–Isso, boa garota!–O rei abraça sua filha.–É segredo nosso ok? Ninguém pode saber que vou passar ensinamentos a você. É nosso segredo.
–Tudo bem.
Nesse momento Henrique surge saltitante com o coelho nas mãos. Ele conseguiu flechar a cabeça do animal e então Arthur o parabenizou. Agora seria a tentativa de Rosalie. A garota olhou para o bicho abatido nas mãos de Henrique e se arrependeu por ter aceitado aprender a caçar. Era sofrimento demais. Porém, prosseguiu com o pai. Gostava de dar orgulho a ele. Faria qualquer coisa para lhe deixar feliz. Sem pestanejar. E esse será o maior erro de Rosalie.
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Comments
malu
nojento🤮🤮🤮🤮
2023-08-03
1
* Lola *🤭
TÔ COM MEDO DO QUE ELE VAI TENTAR ENSINAR PRA ELA .😶
2021-07-04
2
Elizangela Lima
qndo vc vai atualizar os capítulos authora????
2021-03-07
1