CAPÍTULO 05

— A história será dividida em duas partes, ou seja, serão dois filmes baseados no livro de Robert Washington, ele deixou claro que devemos seguir à risca o livro e que todos deverão cumprir com honra seus papéis. — O Sr. Rosa explicou enquanto eu lia o contrato.

— Mas, por qual motivo dividiram o livro em duas partes? — O tal Gabriel perguntou.

O sem vergonha praticamente ignorou a minha existência após a minha "boca grande" ser mais rápida que meu pensamento e falar sobre o zíper dele, deixando claro que eu o atrapalhei no banheiro minutos antes do nosso diretor chegar.

— Gabriel, se você realmente leu o livro, sabe que no meio da história o casal principal se separa e só voltam a ficar juntos praticamente no final do livro.

Miguel falou como se estivesse refrescando a memória do bad boy sentado na cadeira de frente para mim, mas, eu conhecendo o tipo dele e sabendo leitura corporal, sei que ele não leu uma página se quer do livro.

As feições que ele fazia de acordo com que Miguel explicava como aconteceria tudo, indicava que ele nunca havia feito um personagem protagonista, mas claro que eu sabia quais personagens ele estava ambientado. Gabriel Herrera fez os três maiores vilões de uma saga de terror que faz muito sucesso na atualidade, ele mesmo fez o papel dos trigêmeos malvados e fez cada um com um profissionalismo de dar inveja, conheço outras séries e até filmes que ele fez. Um ator completo eu diria, tem carisma, é bonito, um bom profissional... Mas, é só mais um homem que gosta de ser desejado e bajulado por mulheres que estejam prontas para dar o que ele quer.

— Vai continuar me encarando até quando? — Gabriel perguntou ao me tirar dos meus devaneios. — Se quiser, te mando uma foto minha, assim você olha ela em casa e de preferência antes de dormir!

O olhar dele se estreitou e pude ver a raiva no rosto dele.

A situação do banheiro realmente o incomodou...

— Eu estou apenas me acostumando com seu rosto, já que vamos trabalhar juntos em gravações tão longas. — Respondi balançando os ombros.

— Ah é? E qual foi o veredito? Gosta do que vê? — Ele me perguntou com um sorriso sínico, jogando as costas na cadeira.

— Não! — Afirmei cruzando os braços sob a mesa de mármore preta. — Na verdade, é um rosto bem comum.

As sobrancelhas dele arquearam e a boca abriu em choque.

— Vamos acalmar os ânimos? Vocês irão contracenar juntos, como um casal... Não era para estarem brigando. — Miguel quase gritou levantando-se da grande cadeira na ponta da mesa. — Já que a Clara assinou o contrato, isso não tem mais volta, sei que nenhum dos dois querem pagar a multa então, irei enviar por e-mail as primeiras cenas que vocês gravaram, decorem e espero vocês aqui daqui dois dias para começarmos a gravar.

Assim que ele saiu pela porta, peguei minha bolsa e meu sobretudo, pronta para sair dali, mas antes de alcançar a porta, meu corpo foi prensado na parede, pelo Gabriel, me fazendo ficar de frente para ele.

— Escuta, eu batalhei muito para chegar até aqui e não vai ser você que vai estragar isso, sua patricinha mimada! — Ele disse passando a mão levemente pela minha bochecha.

Dei um tapa na mão dele e o empurrei, fazendo com que suas costas batessem contra uma das várias cadeiras da mesa de reunião.

— Posso ter feito apenas papéis pequenos e que passaram desapercebidos, mas também mereci estar aqui, não vou estragar nada, contanto que você trabalhe direitinho, bad boy! — Pisquei pra ele antes de abrir a porta e sair da sala.

[...]

— É sério, nenhum motorista quer aceitar minha corrida. — Falei com minha mão ao telefone enquanto encarava a rua de frente para a empresa. — Horário de almoço, os taxistas e todos os motoristas de uber estão subestimano a mais nova estrela de Madrid!

Minha mãe riu ao telefone, é bom saber que ela está sorrindo, depois de ser curada do câncer no útero, ela está acabando o tratamento agora e eu preciso cuidar do Matías enquanto ela se cuida no hospital e agora estou atrasada para buscar ele na escola.

— Mãe, eu vou dar um jeito... Se preocupe apenas em si mesma! — Falei e antes mesmo dela dizer algo, um ronco surgiu na grande avenida, atraindo olhares da vários pedestres.

Um porsche 911 gt3 rs branco brilhando aos poucos raios solares que vazavam das várias nuvens no céu estacionou bem na minha frente, mas quem estava no banco do motorista, com o braço para fora do carro, se achando a maior obra de arte, era Gabriel.

— Esse horário você não vai conseguir um motorista. — Ele disse finalizando um cigarro e o jogando no chão.

idiota.

— Eu sei. — Exclamei começando a caminhar na calçada, mas o bonito começou a me acompanhar com o carro.

— Não sei se percebeu, mas é até um pecado andar nessa velocidade com um carro desse, patricinha.

— Não é problema meu! — Falei sem olhar para o lado.

— Entra no carro, não vou pedir duas vezes.

Olhei a hora no celular, já era quase uma hora da tarde, Matías havia saído a mais de trinta minutos, não podia deixá-lo esperando mais tempo, então decidi aceitar a carona.

— Onde fica o castelo, princesa? — Ele perguntou começando a acelerar o carro.

Coloquei o cinto e colei minhas costas no banco, na tentativa de me livrar de qualquer medo da adrenalina que senti assim que ele acelerou.

— Na verdade, eu estava indo para a escola do meu irmão, eu fiquei de buscá-lo para minha mãe, mas a reunião atrasou muito. — Falei ao pegar o celular e enviar uma mensagem para Matías avisando que já estava à caminho.

— Endereço. — Gabriel pediu apontando para o "gps" integrado ao carro.

O caminho de quase vinte minutos foi um completo desconforto, Gabriel não parava de me olhar de soslaio e eu não deixei de notar as veias do braço dele, a forma que ele dirigia com facilidade um carro esportivo — caríssimo por sinal — eu cairia fácil no encanto desse príncipe, mas graças a cena do banheiro e como me tratou na frente do Sr. Rosa, esse príncipe, virou sapo.

[...]

Assim que paramos em frente a escola, Matías veio correndo na minha direção, o porteiro abriu o pequeno portão para ele, e o pequeno abraçou minha cintura, provavelmente agradecendo por eu ter chegado.

— Você demorou, Clara! — Reclamou assim que me soltou.

— Eu sei, Titi! Me desculpe, está bem? Não irá acontecer de novo.

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