Estávamos sentados no sofá da sala. Mariana estava deitada em meu colo, sua respiração calma e profunda, os traços delicados marcados pelo cansaço. Ela chorou tanto em meus braços que acabou adormecendo ali, vulnerável, entregue. Seus olhos estavam inchados pelo choro.
Eu a segurei contra mim o tempo todo, sentindo cada soluço tremer em seu corpo.
Quando percebi que seu corpo ficou mais pesado, relaxado pelo sono, peguei-a no colo com cuidado, subi as escadas que levavam aos quartos e a coloquei sobre a cama. Ela precisava descansar. Cobri seu corpo com o edredom e liguei o ar-condicionado para garantir que dormisse confortável.
Fiquei ali, parado ao lado da cama, observando seu rosto sereno, mas ainda marcado pelo desespero.
Eu queria matá-los. Todos que a fizeram sofrer.
Respirei fundo e fui até o banheiro. Um banho frio era necessário para acalmar a raiva que queimava dentro de mim.
Saí do banheiro tempo depois, vestindo apenas uma calça de moletom. Peguei o celular e disquei rapidamente o número de Mateo.
— Senhor? — Ele atendeu de imediato.
— Preciso que vá até a clínica onde Antony Beckman estava internado.
Houve um breve silêncio do outro lado da linha.
— Algo aconteceu?
— Sim. Isabel Beckman o tirou de lá hoje. Preciso que descubra tudo.
Mateo soltou um suspiro pesado.
— Isso pode ser complicado. O hospital não liberaria um paciente assim tão fácil.
— Liberaria se a esposa assinasse a retirada. Afinal, ela é esposa.
Ele entendeu no mesmo instante.
— Acha que ela está mentindo sobre o destino dele?
— Eu tenho certeza. — Minha voz saiu baixa e letal. — Aquela mulher não fez isso para o bem do marido.
— Deixe comigo. Vou até lá agora mesmo, senhor.
— Quero informações ainda esta noite.
Desliguei e apertei a mandíbula. Minha mente trabalhava rápido, já arquitetando o próximo passo. Se Isabel achava que tinha o controle da situação, ela não fazia ideia de quem estava enfrentando. Certamente ela não sabe que Mariana não está sozinha, que sou sua sombra e protetor. Que não terei pena daqueles que ousarem mexer com ela.
Alguns minutos depois…
Meu celular vibrou. Peguei-o rapidamente. Era Mateo.
— Diga.
— O hospital confirmou. Isabel retirou Antony alegando que o levaria para uma clínica melhor e assinou todos os documentos e termos de responsabilidade.
— E para onde o levou?
— Não sabemos. Ninguém sabe. Ela simplesmente desapareceu com ele.
Meu sangue ferveu.
— Isso não vai ficar assim.
— Senhor, tem mais uma coisa.
O tom dele me alertou.
— Fale.
— Eduardo estava com ela. Exigi ver as câmeras de segurança, e vi que ele estavam juntos nisso. Ele estava a espera dela no carro.
Minha respiração ficou pesada.
— Tem certeza?
— Sim.
Fechei os olhos por um instante. Aquela desgraça de filho não sabia quando parar.
Primeiro, humilhou Mariana. Agora, estava ajudando a própria sogra a sequestrar Antony? Será que essa seria sua vingança pelo que ela fez com o carro dele?
Eu só soube do carro porque saiu o noticiário na internet, e um grupo de pessoas compartilharam a foto de uma mulher tocando fogo no carro, eu reconheceria de longe aquela silhueta. E quando eu toquei no assunto sobre o carro no restaurante, que ela ficou tensa. Eu soube que realmente era ela. O motivo para ela ter feito? Eu não sei, mas que eu me diverti quando eu soube, eu ri com toda certeza. Mesmo me divertindo por aquilo, tive que limpar a barra de Mariana. Descobri quem postou as fotos, e paguei um bom dinheiro para removê-las de todos os sites, e não tocar mais no assunto.
— Quero tudo sobre isso. — ordenei, minha voz fria. Se Eduardo achava que poderia agir dessa forma, sem consequências, ele estava enganado.
— O que deseja fazer?
— Rastreia o paradeiro de Isabel e Antony. Quero localizá-los o mais rápido possível.
— Entendido.
— E mais um coisas; quero que pesquise minuciosamente sobre a empresa que Eduardo está responsável. Quero saber tudo!
— Sim, senhor.
Desliguei e respirei fundo.
Caminhei até a sacada do meu apartamento, olhando para a cidade abaixo de mim. Mariana dormia a poucos metros de distância, exausta, sem saber que eu já estava resolvendo tudo.
Antony não poderia ficar nas mãos de Isabel.
Então tomei minha decisão.
Peguei o telefone novamente e fiz outra ligação, desta vez para Enzo, um dos meus contatos mais influentes.
— Preciso que preparem um quarto na clínica particular em Zurique.
— Para quem?
— Antony Beckman.
Houve um breve silêncio.
— O que aconteceu?
— Foi sequestrado pela própria esposa. Não está bem!
— Merda. — Enzo suspirou. — Tudo será preparado. Quando pretende tirá-lo do país?
— Assim que o encontrarmos. Quero um jato particular pronto para decolagem no momento que eu disser.
— Considere feito.
Desliguei e passei a mão pelo rosto. Agora era questão de tempo.
Voltei ao quarto, Mariana ainda dormia.
Aproximei-me lentamente e me sentei ao seu lado. Seu rosto parecia mais tranquilo agora, mas eu sabia que assim que acordasse, tudo voltaria.
....... Na manhã seguinte .......
Acordei mais cedo do que de costume, meu celular vibrando incessantemente sobre o criado-mudo.
Abri os olhos lentamente e virei a cabeça para o lado. Mariana ainda dormia, sua respiração calma e profunda. Seus cabelos bagunçados se espalhavam pelo travesseiro.
Eu não queria acordá-la.
Com cuidado, deslizei para fora da cama, pegando o celular antes de sair do quarto. Fechei a porta atrás de mim e caminhei até a sacada, onde o ar fresco da manhã ajudaria a clarear minha mente.
Atendi a chamada.
— Alguma notícia? — minha voz saiu baixa.
Do outro lado, Mateo respondeu imediatamente.
— Sim, senhor. Isabel está hospedada em um hotel de luxo. Vi ela entrar ontem à noite.
Apertei os olhos, já esperando a pior parte.
— E Antony?
— Ele não está com ela, senhor. Ela estava sozinha.
Minha mandíbula travou. Droga.
— Isso significa que ela o escondeu em algum outro lugar.
— Exatamente.
Passei a mão pelo rosto, tentando conter a frustração. Isabel era ardilosa. Não faria nada sem um propósito.
— Continue seguindo os passos dela. Tenho certeza absoluta que Mariana vai se encontrar com ela.
— Acha que ela aceitou o encontro?
— Tenho certeza. Ela não quis me contar ontem, mas eu conheço Mariana. Ela faria qualquer coisa pelo pai.
Suspirei fundo, minha mente já calculando os próximos passos.
— Mais uma coisa senhor, envie todos os relatórios da empresa que me pediu também, está em seu email, confira assim que possível.
— Tudo bem, obrigado Mateo. Qualquer novidade, me ligue imediatamente.
— Sim, senhor.
Desliguei o telefone e fiquei encarando a cidade que começava a despertar.
Eu precisava agir rápido.
Se Isabel marcou esse encontro, era porque tinha algo grande em mente. E se ela estava disposta a ir tão longe, significava que a situação estava ainda pior do que eu imaginava. Essa mulher não é confiável.
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Atualizado até capítulo 40
Comments
Maria Sena
Agora a cobra vai fumar, tá chegando a hora do retorno, a cadia tá pensando que o pai é igual o filho, idiota, frouxo, covarde. Vai se ferrar sua vagabunda, vai virar biscate de quinta, acabou a vida boa, sua maldita.
2025-03-26
7
Renata
ela vai obrigada a Mariana a voltar para o lixo do Eduardo ou está chantagem que ela tem com o Eduardo
2025-03-25
2
Anonyamor
Essa mulher não pode ser chamada de mãe, pois esse título só pode ser usado onde se tem amor segurança proteção carinho respeito pelo filho ou filha amada
2025-03-26
2