Estava no meu escritório, revisando alguns documentos importantes da empresa, quando meu telefone tocou. Peguei o aparelho sem tirar os olhos dos papéis à minha frente.
— Fale.
— Senhor Vasconcellos, acabei de voltar da entrega.
Eu havia mandando meu segurança particular que encontrou o endereço de Mariana, levar até ela alguns presentes. Eu só não esperava ser rejeitado de primeira.
— Ela recebeu? — perguntei, sentindo a antecipação crescer dentro de mim.
Um breve silêncio do outro lado da linha me fez franzir o cenho.
— Recebeu, senhor. Mas… recusou o presente.
A caneta que eu brincava entre os dedos, parou no ar.
— O quê?
— Ela mandou agradecer, mas disse que não poderia aceitar.
A raiva queimou dentro de mim como um incêndio incontrolável. Recusou.
Minha mandíbula travou.
Mariana estava testando meus limites? Sério? Que mulher difícil.
Larguei a caneta sobre a mesa e me recostei na cadeira, passando os dedos pela têmpora enquanto processava a informação.
Ela queria me afastar?
Ótimo.
Mas se ela achava que eu era o tipo de homem que aceitava um “não” como resposta, estava muito enganada. Ela me viu naquela boate, sentiu minha presença, e não correu. Ela me enfrentou, não desviou o olhar, eu vi o desejo em seus olhos.
Ela me queria, mas ainda lutava contra isso.
Apoiei os cotovelos na mesa e disse calmamente:
— Quero saber tudo. O que ela disse, como estava, cada detalhe.
— Ela pensou antes de recusar, senhor. Ficou nervosa ao ver o buquê e o presente. Eu diria que… ficou abalada.
Um sorriso de lado surgiu em meus lábios.
Exatamente como eu esperava, ela não recusou porque não queria. Recusou porque tinha medo. Tudo isso era culpa do fedelho do meu filho, certamente nunca presenteou ela com algo tão caro, e por isso a reação dela é compreensivo.
— Muito bem. Obrigado Mateo. — encerrei a ligação.
No final da tarde, saí do escritório e fui para casa. Enquanto dirigia, minha mente não desligava de Mariana.
Ela achava que podia me afastar? Que podia fugir de mim? Não era assim que as coisas funcionavam.
A única razão pela qual mantive distância até agora foi porque queria dar a ela a ilusão de escolha. Mas já estava ficando claro que ela não sabia o que fazer com essa escolha.
Ela precisava de um empurrão. E eu estava mais do que disposto a dar isso a ela.
Assim que cheguei em casa, tirei o paletó e afrouxei a gravata. Peguei um copo de uísque e fui até a varanda, olhando para o céu escuro da noite.
Eu a queria. E agora que a tinha encontrado novamente, não pretendia deixá-la escapar.
Levei o copo aos lábios e bebi um gole, deixando o líquido quente deslizar pela minha garganta.
Talvez eu tenha começado errado. Talvez Mariana precise de algo mais simples. Um jantar. Nada além disso. Apenas uma noite onde ela não precise lutar contra os próprios sentimentos. Foi o que eu fiz. Na manhã seguinte, enquanto revisava alguns contratos na empresa, mandei buscar as melhores flores disponíveis. Algo clássico, elegante, mas sem exageros. A intenção não era impressioná-la. Era desarmá-la.
Escrevi uma mensagem curta, direta, sem rodeios:
"Mariana, espero que aceite jantar comigo esta noite. Não há expectativas, apenas uma conversa entre duas pessoas adultas. Por favor, não me negue a honra de ter sua companhia nesta noite."
Dobrei o cartão, coloquei dentro do envelope e lacrei. Peguei meu telefone e chamei meu segurança. Assim que ele entrou na sala, entreguei o envelope e as flores em suas mãos.
— Certifique-se de que chegue até ela. Pessoalmente.
O homem assentiu.
— E se ela recusar novamente, senhor?
Soltei um leve sorriso.
— Ela não vai.
Mariana poderia tentar me evitar, mas já tinha percebido que não era forte o suficiente para me ignorar. E essa noite, ela saberia disso.
Após algumas horas, meu telefone tocou. Atendi no primeiro toque.
— Entregue? — Perguntei, direto.
— Sim, senhor. Ela recebeu e leu o cartão. Não recusou, mas também não respondeu nada. Apenas pegou, agradeceu e entrou para dentro de casa.
Encostei-me na cadeira, passando os dedos pelo queixo. Um silêncio reflexivo se instalou enquanto processava a informação.
— E ela parecia… como?
— Surpresa. Mas não incomodada.
Um sorriso discreto se formou em meus lábios. Eu já esperava essa reação. Mariana estava travando uma luta interna. Mas a verdade era que, no fundo, já tinha perdido. Ela só não queria admitir isso ainda.
Naquela noite, escolhi um restaurante discreto, elegante e à altura da ocasião. Nada extravagante. Nada que a fizesse sentir-se pressionada. Eu queria Mariana confortável, queria que ela baixasse a guarda.
Me arrumei sem pressa. Me vesti em um terno azul-escuro bem cortado, sem gravata. Apenas o suficiente para manter a classe sem parecer formal demais. Passei perfume, ajeitei os cabelos, e quando olhei no espelho, vi um homem que não estava acostumado a esperar por ninguém. Mas por ela, eu esperaria. Agora restava saber se ela teria coragem de aparecer.
Antes do horário combinado, saí de casa, entrei em minha BMW preta e dirigi até o ponto de encontro. O restaurante escolhido era discreto, elegante e perfeitamente adequado para o que eu queria essa noite. Nada de muitas pessoas, nada de distrações.
Ao chegar, fui imediatamente conduzido até a mesa que havia reservado. Era uma área afastada, um espaço exclusivo para casais, longe da movimentação do salão principal. Exatamente como eu queria. Me sentei, ajustando os punhos da camisa, e fiz um sinal para o garçom. Pedi um vinho refinado e servi uma taça para mim, girando lentamente o líquido dentro do copo enquanto observava a entrada do restaurante.
Agora só restava esperar.
Mariana poderia estar relutante, poderia até tentar se convencer de que essa noite não significava nada, mas eu sabia que ela viria. Porque, apesar do medo, apesar das dúvidas, ela estava curiosa.
E, no momento em que seus olhos encontrassem os meus novamente, ela entenderia que não havia mais como fugir. Ela já era minha. Só precisava aceitar isso de uma vez.
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Atualizado até capítulo 40
Comments
Marilena Yuriko Nishiyama
adoro o jeito do Leonardo,ele não desiste nunca
2025-03-24
9
Maria Sena
Caracas, que homem, esse tá nos prometendo altos calores e arrepios.
Mariana mermã, corre mulher e segura teu homem, porque a mulherada daqui tá doidinhas pra comprovar o desempenho corporação dessa espécie rara de homem. UUUIIIIIII !!!!😜😜😜😋😋🤭
2025-03-26
1
Rosilene Narciso Lourenco Lourenco
Mariana Leonardo é um homem maduro que sabe o que quer e não desiste, não é um moleque idiota como o imbecil do Eduardo, então vai em frente mulher.
2025-03-26
2