Capítulo 11

Acordei com o som irritante do despertador ecoando pelo quarto. Meu corpo estava pesado, meus músculos relaxados de um jeito que eu não sentia há muito tempo. Mas assim que abri os olhos e a lembrança da noite anterior invadiu minha mente, meu rosto pegou fogo.

"Meu Deus… o que eu fiz?

Respirei fundo, levando as mãos ao rosto, sentindo o rubor se espalhar por minha pele. Eu me toquei pensando nele. Eu gozei chamando o nome de Leonardo.

O choque percorreu meu corpo, e a vergonha me atingiu como um tapa.

Isso não pode acontecer, isso não pode estar certo. Eu estava me deixando levar.

Fechei os olhos, tentando expulsar aquelas lembranças da minha mente. Mas a sensação ainda estava ali. O desejo ainda estava ali.

Levantei-me rapidamente da cama e fui direto para o banheiro. Liguei o chuveiro e deixei a água fria cair sobre minha pele, como se pudesse lavar os pensamentos impuros da minha mente.

Mas a verdade? Eu sabia que não era tão simples assim.

Depois do banho, vesti um jeans justo e uma blusa social de botões. Amarrei o cabelo em um coque simples, passei um pouco de maquiagem e saí do quarto.

Na cozinha, Ane já estava preparando o café.

— Bom dia, Bela Adormecida. — ela brincou, me entregando uma xícara.

Tentei disfarçar minha tensão, mas sabia que minha amiga me conhecia bem demais para não perceber.

— Dormiu bem? — Ela perguntou, arqueando a sobrancelha.

Mordi o lábio inferior e fingi estar concentrada no café.

— Sim… dormi.

Ane riu baixo, balançando a cabeça.

— Dormiu ou sonhou com alguém que começa com "L" e termina com "eonardo"?

Quase cuspi o café.

— O quê?!

Ela gargalhou.

— Você está toda corada, Mari. Tá na cara que aquele homem realmente mexe com você.

Bufei, colocando a xícara sobre a mesa.

— Não vamos falar sobre isso. Eu preciso trabalhar e colocar minha vida no lugar.

Ela ergueu as mãos em rendição.

— Ok, ok. Mas se precisar conversar… sabe onde me encontrar.

Terminamos o café e já estávamos quase de saída quando alguém bateu à porta.

Estranhei. Não estávamos esperando ninguém.

Ane abriu a porta, e um homem elegante, vestindo um terno preto impecável, estava parado ali, segurando um buquê de rosas vermelhas e uma caixinha de veludo.

Meus olhos se arregalaram.

— Olha só, seu namorado gosta de mimar você. — brinquei.

Ane cruzou os braços e franziu a testa.

— Meu namorado está em outra cidade, Mari.

O homem olhou para um cartão em mãos e depois voltou seu olhar para mim.

— Senhorita… Mariana?

Minha boca ficou seca.

— Sim, sou eu.

Ele estendeu o buquê para mim.

— Isso é para você.

O ar ficou preso nos meus pulmões.

Olhei para Ane, que me encarava com os olhos arregalados e um sorriso travesso nos lábios.

— Uau. Você tem um admirador secreto?

Engoli em seco, pegando as rosas com as mãos trêmulas. O perfume delas era intenso, fresco, quase tão forte quanto o turbilhão de emoções dentro de mim. Mas o que realmente fez meu coração disparar foi a caixinha de veludo.

— Quem enviou isso? — perguntei ao homem.

Ele sorriu educadamente.

— O remetente pediu para manter o anonimato, senhorita. Mas deixou um cartão.

Ele me entregou um pequeno envelope branco.

Minha garganta estava seca. Meu coração batia contra o peito. Eu já sabia. Eu já sabia quem era.

Com dedos hesitantes, abri o envelope e puxei o cartão. A caligrafia era forte, inclinada, sem rodeios.

"Uma rosa para cada vez que pensei em você desde que voltei. Abra a caixinha e descubra se esse número foi suficiente."

Leonardo.

Meu corpo congelou, meu coração errou as batidas. Meus olhos foram para a caixinha. Minhas mãos ainda tremiam quando a abri.

E ali dentro havia uma pulseira de ouro com um pingente pequeno e delicado em formato de rosa.

A respiração de Ane falhou ao ver o presente.

— Mari… isso… isso é coisa séria.

Fechei os olhos por um instante, sentindo o peso daquele gesto.

Ele estava me cercando.

Ele queria que eu soubesse que não tinha acabado ali. E eu não sabia o que fazer com isso.

Ane pegou o cartão das minhas mãos e leu rapidamente.

— "Uma rosa para cada vez que pensei em você…" — Ela repetiu, franzindo o cenho.

Então olhou para o buquê, contou as rosas, e soltou uma risada incrédula.

— Cinquenta rosas, Mariana. CINQUENTA!

Meu coração perdeu o ritmo.

Cinquenta vezes. Ele pensou em mim cinquenta vezes desde que voltou.

— O que você vai fazer? — Ane perguntou, ainda segurando o cartão.

Eu não sabia. Só sabia que, não importava o quanto tentasse lutar, Leonardo não ia desistir de mim.

Minha mente estava em caos.

Fechei a caixa de veludo com um estalo e apertei o buquê contra o peito, como se pudesse conter os sentimentos dentro de mim. Meu coração estava descompassado, minhas mãos trêmulas.

Ane ainda estava de boca aberta, segurando o cartão como se tivesse acabado de receber um segredo de Estado.

— Mari, essa pulseira é ouro legítimo, é caro.

— Eu sei. — Minha voz saiu mais baixa do que eu esperava.

— Não, você não sabe. — Ela me lançou um olhar intenso. — Esse homem não está brincando. Ele está deixando bem claro que quer você.

Engoli em seco.

Sim, ele não estava brincando. Mas eu também não sabia lidar com isso.

Meus dedos deslizaram sobre a pulseira dentro da caixinha. O ouro era liso, e o pingente de rosa era pequeno, discreto, mas extremamente delicado. Era algo caro, e não precisava olhar muito para saber disso.

— Você vai responder? — Ane perguntou, cruzando os braços.

— Como assim, responder?

— Mandar uma mensagem, ligar, ir até ele… sei lá.

Eu não podia fazer isso. Se eu respondesse, se eu fosse até ele, estaria admitindo para mim mesma o que estava acontecendo. Que eu o queria tanto quanto ele me queria. E eu ainda não estava pronta para encarar isso.

Virei-me para o homem que trouxe o presente.

— Diga a ele que eu agradeço.

O homem assentiu.

— Mais alguma coisa?

Olhei para o buquê em minhas mãos e suspirei, sentindo o peso da decisão que eu precisava tomar.

— Diga que não posso aceitar, sinto muito.

Ane arregalou os olhos.

— O quê?! Você enlouqueceu?

O homem me olhou confuso.

— Tem certeza, senhorita?

Minha garganta fechou, eu não tinha certeza de nada. Mas eu não podia ceder tão facilmente.

Ergui o olhar, tentando parecer mais firme do que me sentia.

— Tenho.

O homem apenas assentiu, pegou o buquê de volta e fechou a caixa de veludo com cuidado.

— Passarei o recado.

Ele se virou e saiu, deixando um silêncio pesado na sala. Ane me encarava como se eu tivesse cometido um crime.

— Você tem ideia do que acabou de fazer?

Suspirei e passei a mão pelo rosto.

— Eu não posso aceitar isso, Ane. Eu não posso abrir essa porta.

Ela cruzou os braços.

— Por quê?

— Porque se eu fizer isso, ele não vai parar. Além de tudo, não estamos falando de um simples homem, estamos falando de Leonardo Vasconcellos, o CEO mais conhecido e desejado do mundo inteiro. Já viu as fotos dele nas revistas? Notícias sobre sua carreira e beleza nos noticiários?

Ane me olhou por um instante antes de soltar um sorriso ladino.

— E é isso que te assusta, não é? O fato de você não querer que ele pare, e que ele carrega um sobre nome tão significativo. Ou acha que não é suficiente para ele? Para com isso garota, se joga.

— Vamos trabalhar, esqueça o que aconteceu. — passei na frente dela e entrei no carro.

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Comments

Marilena Yuriko Nishiyama

Marilena Yuriko Nishiyama

Mariana ouça a sua amiga Anne,deixe o Leonardo entrar em seu coração e fazer morada,não interessa o sobrenome dele e sim pelo que vc está sentindo por ele também,já que ele literalmente não escondeu mais os sentimentos que tem por ti

2025-03-24

11

Maria Sena

Maria Sena

Geeeente, eu tô passada e engomada a ferro quente, não acredito que a Mariana depois de passar o inferno com o cretino do Eduardo, ainda deixa a sorte passar. Fica pensando no que os outros vão pensar e quanto o crápula tá na boa com a outra. Oh merma, com tantos anos de abstinência eu nem pensaria duas vezes.

2025-03-26

1

Anonyamor

Anonyamor

Ela é muito jovem, não tem experiência, tem o peso dele ser o ex sogro, bem mais velho que ela (SQN) um homem vivido sendo muito conhecido, muitas coisas para processar

2025-03-26

2

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