capítulo 17: O que faz aqui??

A vida de Annyh estava finalmente tomando um rumo tranquilo e positivo. O bebê, Noah, tinha nascido saudável e forte, e ela estava se saindo bem na maternidade, com a ajuda constante da sua família e de suas amigas. Gabriel, por mais que não tivesse feito a tradicional proposta de namoro, a surpreendeu com um pedido inesperado de casamento. Claro, ela aceitou. Ele sempre esteve ali, apoiando-a em cada passo, sendo o companheiro ideal. O casamento deles aconteceu em grande estilo, e, com isso, tudo parecia finalmente perfeito.

Ela logo terminou a faculdade e, com o tempo, encontrou o emprego dos seus sonhos. Sua carreira estava decolando. Além disso, com o apoio de Gabriel, Annyh abriu sua própria empresa, que estava crescendo rápido, trazendo boas perspectivas para o futuro. Seu bebê, Noah, estava ficando cada vez mais esperto. Gabriel também estava sempre ao lado dela, sendo o pai dedicado que Noah precisava, e até mesmo os pais de Gabriel se apaixonaram por ela e o bebê, tratando-o como se fosse o neto deles. A relação estava ótima, uma verdadeira família feliz.

Quando Noah completou quatro anos, ele já falava suas primeiras palavras de forma clara e até fazia perguntas engraçadas e aleatórias. Uma dessas perguntas aconteceu no meio de uma tarde comum, quando eles estavam no sofá de casa. Noah, com seu olhar de curiosidade, virou para Annyh e soltou:

— Mamãe, se um peixe usasse óculos, ele veria melhor o fundo do mar? — ele perguntou com um sorriso travesso, balançando as perninhas.

Annyh riu, encantada pela ingenuidade do filho. Ela respondeu de maneira séria, mas sem perder o tom de brincadeira:

— Bem, eu acho que sim, querido. Mas quem sabe os peixes não gostem de ver o fundo do mar do jeito que eles já veem, né?

Eles riram juntos, e Annyh se sentiu grata por ter aquela vida. Gabriel estava ali, eles eram uma família completa e feliz.

Claro que, como em todo relacionamento, mesmo no melhor dos cenários, sempre surgem pequenas discussões. Não era nada grave, apenas as pequenas coisas cotidianas que um casal enfrentava. Como aquela tarde, quando Annyh e Gabriel tiveram uma daquelas discussões leves após chegar de viagem, mas que deixavam um peso no ar. Gabriel, talvez por estar cansado, começou a falar sobre a organização da casa, o tempo que ela passava trabalhando e a falta de tempo que eles tinham para se ver. Annyh, por sua vez, não gostou da cobrança, e as palavras de ambos se entrelaçaram em um pequeno atrito. A conversa não foi longa, mas deixou um resquício de desconforto. Eles não eram perfeitos, e aquilo refletia na forma como as coisas estavam acontecendo.

Depois da discussão, Annyh decidiu sair de casa por um tempo, com Noah. Eles precisavam de um pouco de ar fresco, e ela sentia que só assim conseguiria organizar os pensamentos. Eles foram ao supermercado para fazer compras, apenas para sair de casa e relaxar um pouco. Noah, claro, não parava de perguntar sobre Gabriel, querendo saber onde estava o papai. Ela, tentando distraí-lo, começou a empurrar o carrinho de compras por entre os corredores do supermercado. Estava tentando se acalmar, para não deixar a tensão do momento em casa tomar conta dela.

Foi aí que, quando Annyh estava distraída, empurrando o carrinho e tentando focar nas compras, algo aconteceu. O carrinho da frente parou de repente, e ela, sem querer, bateu no outro carrinho. O impacto fez com que ela se desequilibrasse por um segundo. O carrinho estava pesado, e ela, distraída, não percebeu. Quando se virou para pedir desculpas, ela quase não acreditou no que viu.

Ali, bem à sua frente, estava Sebastian. Ele estava parado, observando-a com aquele olhar penetrante que ela conhecia bem. Ele estava na cidade, assim como ela, mas ela nunca esperava que ele a encontrasse ali, no supermercado. Ela não sabia o que fazer. O tempo pareceu desacelerar, e uma onda de emoções tomou conta dela. Ela sentiu raiva, surpresa e, de algum modo, algo mais que ela não conseguia identificar.

Noah, como sempre curioso, estava na cadeirinha do carrinho e, sem perceber a tensão no ar, perguntou:

— Mamãe, quem é esse homem? Ele é o seu amigo?

Annyh congelou. Ela tentou manter a calma, mas as palavras de Noah a pegaram de surpresa. Ela olhou para Sebastian, tentando controlar o que sentia.

— Nada, querido, é só um conhecido, tá bom? — ela respondeu, tentando dar uma explicação que não fosse um grande drama.

Mas Sebastian não se afastou. Ele deu um passo à frente, e com um olhar firme, segurou o braço dela suavemente. Ele estava tão perto dela que o contato parecia tanto reconfortante quanto desconcertante. Ele olhou para ela, como se estivesse tentando ler seus pensamentos.

— Annyh? — ele disse, com a voz suave e grave.

Ela não sabia o que fazer. Queria se afastar, mas não conseguia se mover. A tensão entre os dois estava palpável, e Noah, ainda na cadeirinha, começou a fazer mais perguntas.

— Mamãe, ele é teu amigo? Ele vai brincar comigo? — Noah insistiu, como se nada estivesse acontecendo, sem perceber o peso da situação.

Annyh, desesperada para tirar Noah daquela confusão, olhou para ele e, com a voz suave, respondeu:

— Não, Noah, ele não vai brincar com você. — Ela olhou para Sebastian, o coração batendo rápido. Ela não sabia o que ele queria, mas não podia deixar isso acontecer.

Sebastian parecia não entender o que ela estava fazendo. Ele se abaixou, fitando Noah com um olhar que, para Annyh, parecia quase terno. Mas, ao mesmo tempo, ele estava buscando alguma resposta que ele não sabia. Ele ainda estava ali, esperando uma explicação.

— Você é mãe... e ele é... nosso filho? — Sebastian perguntou, a confusão em seu tom tornando-se mais evidente. Ele não sabia, mas algo em suas palavras fez a verdade transparecer, uma verdade que Annyh não estava pronta para encarar.

Ela sentiu um frio na espinha. Era como se o mundo tivesse girado ao contrário, e ela, sem poder responder, queria se afastar, sair daquele lugar. Mas Sebastian não a deixaria ir tão facilmente. Ele sabia algo que ela havia guardado para si mesma. Algo que ela nunca havia dito em voz alta.

Ela tentou forçar um sorriso, mas ele saiu forçado, como uma tentativa de esconder o tumulto que ela estava sentindo.

— Isso não é o que você está pensando, Sebastian. — ela respondeu, tentando controlar sua respiração, tentando afastar a tensão.

Mas ele não se afastava, ele não a deixava sair. Ele queria entender, ele queria saber o que estava acontecendo. Ele queria saber o que, na verdade, ela havia feito com o que tinham entre eles. E, mais do que isso, ele queria saber por que ela estava escondendo o fato de que Noah era dele também.

Annyh tentava respirar, controlar suas emoções, mas o olhar de Sebastian ainda a prendia ali, no meio daquele supermercado. O silêncio entre os dois era carregado, pesado. Noah, em sua inocência, parecia não perceber o que estava acontecendo, mas sua pergunta, mais uma vez, fez a situação ficar ainda mais difícil.

— Mamãe, ele vai brincar comigo? — perguntou Noah, com um olhar curioso, sem notar o que estava acontecendo. A pergunta foi ingênua, mas a resposta que Annyh tinha que dar não era simples.

Ela engoliu em seco, forçando um sorriso, enquanto sentia o peso da pressão que estava se formando. Foi aí que Sebastian, ainda segurando o braço dela, não conseguiu mais se controlar e, com um olhar firme, disse:

— Você... você realmente vai me dizer que ele não é meu filho? — A voz dele estava mais tensa agora, como se ele estivesse tentando juntar as peças de um quebra-cabeça que não fazia sentido. Seus olhos estavam fixos em Noah, que o observava com uma curiosidade infantil.

Annyh, que já estava com o coração acelerado, tentou desviar o olhar, mas não conseguiu. Ela não queria que Sebastian soubesse a verdade, não ali, não daquela maneira. Mas, enquanto tentava se controlar, a insistência dele só aumentava. Ele estava perto demais, perguntando demais. Aquele encontro inesperado estava se tornando um peso impossível de suportar.

— Ele tem o meu nome, Annyh. — Sebastian disse, apontando para Noah, que ainda estava na cadeirinha do carrinho. Ele franziu a testa, tentando processar o que estava vendo. — O nome dele é Noah. Isso não pode ser uma coincidência. Como você pode me dizer que ele não é meu filho?

Annyh sentiu seu estômago embrulhar. Ela sabia que aquele nome, “Noah”, era um peso que carregava, uma coincidência que, no fundo, parecia um golpe do destino. Mas ela não podia deixar ele descobrir a verdade, não ali, não tão de repente.

Noah, como sempre, com a mente simples de uma criança, olhou para Sebastian e, sem entender muito bem o que estava acontecendo, repetiu:

— Eu sou o Noah Gabriel, meu pai é o Gabriel! — Ele falou com uma confiança inocente, olhando para Sebastian e depois para sua mãe.

Sebastian ficou parado, seu olhar fixo no garoto, e a confusão tomou conta dele. Ele olhou para Annyh, como se estivesse esperando alguma confirmação, algum sinal de que aquilo tudo era mentira, de que ele realmente não era o pai.

Annyh, com o coração batendo forte, virou seu rosto para Sebastian e, com uma firmeza que não sentia, respondeu:

— Ele não é seu filho, Sebastian. — Ela engoliu em seco, tentando se manter firme. — Ele é filho do Gabriel. O nome dele é Noah Gabriel, por causa do meu marido, não tem nada a ver com você.

O silêncio pairou por um momento. Sebastian olhou para ela, incrédulo, ainda segurando o braço dela, como se a resposta que ela tinha dado fosse apenas uma tentativa de encobrir a verdade. Ele queria mais. Ele queria entender por que aquele nome, aquele nome que ele compartilhava com o garoto, estava ali. O que aquilo significava?

— Mas o nome dele... é Noah, como o meu. — Sebastian insistiu, sua voz mais baixa, mas cheia de dúvida. Ele olhou para o garoto, como se estivesse procurando uma resposta nos olhos de Noah. — Como você pode explicar isso?

Annyh, sentindo a pressão aumentar, não sabia mais o que fazer. Ela olhou para Sebastian com uma expressão de quem já não aguentava mais a cobrança.

— Não há explicação, Sebastian. — Ela falou, finalmente cedendo à dor da situação. — Ele é filho do Gabriel, e não tem nada a ver com você. Você precisa entender isso.

Sebastian não parecia querer acreditar. Ele olhou para Noah, como se estivesse tentando ver alguma semelhança entre eles, tentando encontrar um sinal, algo que o ligasse àquela criança. Mas o garoto estava apenas ali, com sua visão inocente, sem entender a tensão entre os dois adultos.

Noah, então, olhou para Sebastian, que ainda estava em silêncio, e com a sinceridade e a curiosidade típicas das crianças, disse:

— Você tem o mesmo nome que eu! Mas você não é meu pai, né?

A pergunta de Noah, pura e sem malícia, fez Sebastian parar por um segundo. Ele olhou para o menino, com um sorriso triste e, talvez, até um pouco amargo nos lábios.

— Não, garoto. Eu não sou seu pai. — Ele respondeu, com um tom de voz mais suave, quase resignado.

Annyh, vendo que a tensão começava a diminuir, sentiu um alívio momentâneo, mas sabia que ainda havia muito o que resolver. Ela sentia o peso da decisão de ter escondido a verdade por tanto tempo, mas, ao mesmo tempo, sentia que tinha feito o que era certo. Gabriel era o pai de Noah, e Sebastian não tinha o direito de interferir nisso.

Ela olhou para ele, com firmeza, e disse:

— Agora você sabe a verdade. E, por favor, entenda, isso é o que é melhor para todos nós.

Sebastian a observou por mais alguns segundos, sem dizer uma palavra. Ele parecia ter entendido, mas o olhar nos olhos dele ainda dizia que, de algum jeito, ele não estava completamente convencido. Ele queria algo mais, queria saber mais, mas sabia que não havia mais o que discutir. O silêncio voltou a tomar conta da cena, e, por fim, ele soltou o braço de Annyh, um gesto de resignação.

— Eu vou embora, Annyh. — Ele disse, com a voz agora mais baixa. — Só... cuidado com o que você faz com o futuro de todos nós.

Com isso, ele se afastou, deixando Annyh ali, com Noah em seus braços, enquanto ela tentava processar o que acabara de acontecer. O supermercado, que antes parecia apenas um cenário comum, agora estava marcado por essa conversa, que mudaria tudo em seu caminho.

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Comments

Aldelice De jesus

Aldelice De jesus

eu estou amando mas quero ela com sebastin

2025-04-05

1

Ver todos
Capítulos
1 capítulo 1: o começo de tudo.
2 capítulo 2: faculdade e à noite
3 capítulo 3:
4 capítulo 4: onde tudo começou
5 capítulo 5: Noah Sebastian-
6 capítulo 6: Annyh
7 capítulo 7: você foi embora.
8 Capítulo 8: Isso não pode acontecer
9 capítulo 9: nosso filho/filha
10 capítulo 10: Eu tive que ir
11 capítulo 11: seguir em frente
12 capítulo 12: firme e forte.
13 capítulo 1 mãe e pai
14 capítulo 14: Esse é o fim??
15 capítulo 14: 28 de Agosto
16 Capítulo 16: indo para casa
17 capítulo 17: O que faz aqui??
18 capítulo 18: Eu sou pai
19 capítulo 19: ele voltou
20 capítulo 20: ele vai ouvir
21 capítulo 21: entre nós
22 capítulo 22: isso ficará entre nós
23 capítulo 23: Um ano depois
24 capítulo 24: você não era assim
25 Capítulo 25: fingir que está bem
26 Capítulo 26: Sempre perfeita
27 Capítulo 27: Essa é minha noite
28 Capítulo 28: Olhos que Tudo Veem
29 Capítulo 29: Entre o Passado e o Presente
30 Capítulo 30: "Entre o Medo e o Cuidado"
31 Capítulo 31: Um Novo Hábito
32 Capítulo 32: Um ano Antes do Término
33 Capítulo 33: O Passado Está Espreitando
34 capítulo 34: O Homem que Exalava Poder
35 capítulo 35: ele é seu amigo?
36 Capítulo 36: O Fogo da Vingança
37 Capítulo 37: Sob a Sombra do Perigo
38 Capítulo 38: Nas Garras do Perigo
39 Capítulo 39: A Primeira Cartada
40 Capítulo 40: Entre o Medo e a Desconfiança
41 Capítulo 41: Traição e Declaração de Guerra
42 Capítulo 42: Escolhas difíceis
43 Capítulo 43: Verdades que Sangram
44 Capítulo 44: quebra-cabeça
45 Capítulo 45: Meu Refúgio
Capítulos

Atualizado até capítulo 45

1
capítulo 1: o começo de tudo.
2
capítulo 2: faculdade e à noite
3
capítulo 3:
4
capítulo 4: onde tudo começou
5
capítulo 5: Noah Sebastian-
6
capítulo 6: Annyh
7
capítulo 7: você foi embora.
8
Capítulo 8: Isso não pode acontecer
9
capítulo 9: nosso filho/filha
10
capítulo 10: Eu tive que ir
11
capítulo 11: seguir em frente
12
capítulo 12: firme e forte.
13
capítulo 1 mãe e pai
14
capítulo 14: Esse é o fim??
15
capítulo 14: 28 de Agosto
16
Capítulo 16: indo para casa
17
capítulo 17: O que faz aqui??
18
capítulo 18: Eu sou pai
19
capítulo 19: ele voltou
20
capítulo 20: ele vai ouvir
21
capítulo 21: entre nós
22
capítulo 22: isso ficará entre nós
23
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25
Capítulo 25: fingir que está bem
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Capítulo 26: Sempre perfeita
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Capítulo 28: Olhos que Tudo Veem
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Capítulo 30: "Entre o Medo e o Cuidado"
31
Capítulo 31: Um Novo Hábito
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Capítulo 32: Um ano Antes do Término
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Capítulo 33: O Passado Está Espreitando
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35
capítulo 35: ele é seu amigo?
36
Capítulo 36: O Fogo da Vingança
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Capítulo 37: Sob a Sombra do Perigo
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Capítulo 38: Nas Garras do Perigo
39
Capítulo 39: A Primeira Cartada
40
Capítulo 40: Entre o Medo e a Desconfiança
41
Capítulo 41: Traição e Declaração de Guerra
42
Capítulo 42: Escolhas difíceis
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Capítulo 43: Verdades que Sangram
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Capítulo 44: quebra-cabeça
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Capítulo 45: Meu Refúgio

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