Capítulo 18: Confronto e Decisão Trágica

A serenidade do templo de Beomeosa foi brutalmente despedaçada pela violência repentina. O silêncio matinal, antes preenchido apenas pelos sons suaves da natureza e das preces dos monges, foi dilacerado pelo grito gutural de ordens, o som estrondoso de portas sendo arrombadas e o choque de madeira e pedra quebrando sob a força bruta. A invasão dos capatazes de Min-jae foi como uma tempestade furiosa irrompendo em um oásis de paz, profanando a santidade do local sagrado e espalhando o terror entre seus muros.

Monges, despertos de sua meditação matinal pela cacofonia violenta, recuaram em choque e confusão, seus rostos expressando horror e descrença ao verem a turba furiosa invadir o templo. Os capatazes, com seus rostos endurecidos e olhos injetados de fúria, avançavam como uma onda implacável, derrubando biombos de papel, revirando altares e dispersando objetos sagrados em sua busca frenética pelos fugitivos. A atmosfera pacífica e contemplativa do templo se transformou em um caos brutal, a tranquilidade ancestral dando lugar à violência profana e implacável.

Alertado pelo alvoroço súbito e o som crescente de vozes agressivas, Jun-ho compreendeu instantaneamente o perigo iminente. “Eles nos encontraram!” ele exclamou para Abena, os olhos arregalados de alarme.

Sem hesitar, ele se colocou na frente de Abena, pronto para protegê-la a qualquer custo, mesmo que isso significasse enfrentar a fúria dos capatazes sozinho.

Quando os capatazes irromperam no pátio onde Jun-ho e Abena buscavam refúgio, liderados pelo imponente Kang Dae-ho, Jun-ho avançou com coragem inesperada, interpondo-se entre Abena e a turba furiosa. Ele lutou bravamente, usando os ensinamentos marciais aprendidos em sua juventude para tentar conter o avanço implacável dos capatazes. Mas a disparidade numérica era esmagadora. Jun-ho, embora ágil e determinado, logo se viu cercado, seus golpes corajosos perdendo força contra a avalanche de ataques brutais.

Em meio à luta desigual, com os golpes dos capatazes se tornando mais frequentes e dolorosos, Jun-ho percebeu que a esperança de resistir era vã. A prioridade agora era garantir a segurança de Abena, mesmo que isso significasse sacrificar a sua própria liberdade. Com um último esforço de força, ele se desvencilhou momentaneamente dos capatazes, agarrando a mão de Abena e puxando-a para perto.

“Abena, fuja!” ele gritou, a voz embargada pela dor e pela urgência, seus olhos encontrando os dela em um olhar desesperado e apaixonado. “Fuja agora! Não se preocupe comigo. Eu vou ficar bem. Apenas fuja! Por favor, Abena, fuja por nós dois!” Suas palavras eram um apelo final, um sacrifício silencioso, um ato supremo de amor e abnegação. Ele a impulsionava para a liberdade, mesmo que isso significasse se entregar à captura e à fúria implacável de seu pai.

Ouvir as palavras de Jun-ho, ver a determinação em seus olhos e sentir a urgência em seu toque, quebrou o torpor de medo que paralisava Abena. A dor de deixá-lo para trás era lancinante, a incerteza do futuro aterrorizante, mas a voz de Jun-ho, carregada de amor e sacrifício, ressoava em seu coração como uma ordem inescapável. Com o coração partido e lágrimas escorrendo pelo rosto, Abena tomou a decisão mais difícil de sua vida: fugir.

Em meio ao caos da luta, aproveitando a brecha aberta pelo sacrifício de Jun-ho, Abena correu. Correu como nunca antes, com a velocidade do desespero e a força da esperança, fugindo do templo profanado, da fúria dos capatazes, da dor lancinante de deixar para trás o homem que amava. O som da luta, os gritos dos capatazes e a imagem de Jun-ho sendo dominado pelos seus captores, gravados a ferro e fogo em sua mente, a impulsionavam a correr mais rápido, a se afastar daquele inferno e buscar refúgio em um futuro incerto e sombrio. A fuga era sua única chance, a única forma de honrar o sacrifício de Jun-ho e manter viva a chama do amor proibido que os unia.

Com Abena a salvo, ou pelo menos em fuga, Jun-ho se entregou à captura. Ele não lutou mais, não resistiu quando os capatazes o agarraram brutalmente, imobilizando seus braços e pernas, amordaçando sua voz. Seu corpo estava coberto de hematomas e cortes, sua respiração ofegante, mas seus olhos, antes cheios de paixão e desafio, agora transmitiam uma resignação melancólica, misturada com um último raio de esperança e amor.

Enquanto era arrastado pelos capatazes para fora do templo profanado, Jun-ho lançou um último olhar na direção da fuga de Abena, para o caminho incerto que ela trilhava sozinha na escuridão. Em seus olhos, não havia arrependimento, apenas a dor lancinante da separação e a esperança silenciosa de que seu sacrifício não fosse em vão, de que Abena encontraria a liberdade e a segurança que ele, naquele momento, perdera irremediavelmente. Kang Dae-ho, observando a cena com satisfação fria, deu um aceno aos capatazes, e Jun-ho foi levado embora, prisioneiro do destino e vítima de um amor proibido, selando seu sacrifício em uma decisão trágica e com consequências duradouras para todos os envolvidos.

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