Capítulo 17: A Cilada de Min-jae

A fuga audaciosa de Jun-ho e Abena feriu o orgulho de Kim Min-jae em sua essência. A afronta à autoridade paterna, o escárnio às convenções sociais, e, acima de tudo, a mancha potencial na honra da família Park, inflamaram sua fúria a um ponto quase irracional. Determinado a remediar a situação e restaurar a ordem familiar a qualquer custo, Min-jae lançou uma investigação implacável, começando pelos elos mais fracos: os servos da casa.

No pátio frio e desolado da casa Hanok, sob a luz crua de archotes flamejantes, Min-jae orquestrou um interrogatório brutal. Cercado por capatazes intimidadores, seus rostos impassíveis e corpos robustos exalando ameaça, Min-jae convocou os servos, um por um, a jurarem lealdade e revelarem qualquer informação sobre o paradeiro dos fugitivos. Seu tom de voz, inicialmente contido, logo se elevou em um crescendo de fúria e intimidação.

“Quem ajudou Jun-ho e a escrava a fugir?” Min-jae sibilava, os olhos faiscando de raiva, fixos no servo trêmulo ajoelhado a seus pés. “Quem os acobertou? Quem sabia dos planos e se calou?” As perguntas eram cortantes como aço frio, cada palavra carregada de ameaça implícita.

Os servos, aterrorizados com a fúria de Min-jae e o poder implacável da família Park, balançavam a cabeça em negação, gaguejando juramentos de ignorância e lealdade. Mas Min-jae não se deixava enganar. Ele conhecia a fragilidade humana, a tênue linha que separava a lealdade do medo. E ele estava disposto a usar o medo como arma para extrair a verdade.

A pressão implacável de Min-jae, combinada com a presença ameaçadora dos capatazes, logo começou a quebrar as defesas dos servos. Um servo mais jovem e fraco, de nome Kim, não conseguiu suportar o terror do interrogatório. Seu rosto empalideceu, as mãos tremeram incontrolavelmente, e as lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto enquanto sua resistência cedia ao medo paralisante.

“Por favor… por favor, Jovem Mestre Min-jae… eu… eu vou contar,” Kim implorou, a voz embargada pelo choro e pelo terror. “Sun-hee… Sun-hee ajudou eles. Eu ouvi… ela mencionando… o templo de Beomeosa… nas montanhas… eles podem ter ido para lá… eu juro… é só o que eu sei… por favor… tenha piedade…” As palavras jorraram como uma torrente de confissão, libertando-o do peso do segredo e da tortura iminente, mas selando o destino de Jun-ho e Abena.

Min-jae ouviu a confissão de Kim com um semblante impassível, a frieza em seus olhos apenas intensificada pela traição revelada. A informação era valiosa, a peça que faltava no quebra-cabeça da fuga. O templo de Beomeosa. Um refúgio isolado nas montanhas. Um esconderijo perfeito… e, agora, um alvo fácil para sua vingança.

Com a informação crucial em mãos, Min-jae agiu com rapidez e determinação. Sem perder tempo em punir o servo traidor, ele convocou seus capatazes mais leais e robustos, preparando-se para liderar pessoalmente a perseguição até o templo de Beomeosa. A honra da família Park exigia uma resposta imediata e implacável, e Min-jae estava disposto a garantir que Jun-ho e Abena pagassem caro por sua rebeldia e desrespeito.

Montado em seu cavalo branco imponente, Min-jae liderou o grupo de capatazes em direção às montanhas escuras, a luz das tochas flamejantes rompendo a escuridão da noite, criando sombras dançantes e ameaçadoras ao seu redor. Seu rosto, normalmente austero, agora se contraía em uma máscara de fúria fria e implacável. A determinação de restaurar a honra da família Park consumia-o por completo, obscurecendo qualquer vestígio de compaixão ou remorso. A perseguição estava lançada, e o destino de Jun-ho e Abena, refugiados no templo distante, pendia agora por um fio tênue e incerto.

Enquanto a sombra da perseguição se aproximava sorrateiramente pelas montanhas, Jun-ho e Abena encontravam um breve respiro de paz e intimidade no santuário sereno do templo de Beomeosa. Longe do peso da opressão familiar e do medo constante da descoberta, eles desfrutavam da liberdade fugaz de estarem juntos, em um refúgio onde, por um momento, o mundo exterior parecia distante e irreal.

No pátio tranquilo do templo, com vista para os picos das montanhas envoltos em neblina, Jun-ho e Abena compartilhavam um silêncio cúmplice, preenchido apenas pelo som suave do vento nas árvores e o canto distante de pássaros matinais. Eles se sentaram lado a lado, os ombros se tocando, as mãos entrelaçadas, desfrutando da simplicidade daquele momento de paz, saboreando a beleza da natureza ao seu redor e a profundidade do amor que os unia.

Em meio à atmosfera de serenidade do templo, Jun-ho e Abena encontraram consolo um no outro, reforçando os laços de seu amor proibido. Compartilharam histórias de suas vidas, sonhos para o futuro, e promessas silenciosas de permanecerem juntos, não importa os obstáculos que o destino lhes reservasse. Naquele refúgio temporário, o amor florescia com ainda mais intensidade, como uma flor delicada brotando em meio às rochas, nutrida pela esperança e pela necessidade desesperada de conexão em um mundo hostil.

Apesar da paz aparente do templo, uma sombra sutil começava a pairar sobre a tranquilidade de Jun-ho e Abena. Uma sensação vaga de apreensão, um pressentimento incômodo de perigo iminente, perturbava a serenidade do refúgio. O ar parecia mais pesado, o silêncio mais opressor, e a beleza da natureza ao redor, antes reconfortante, agora se tornava quase ameaçadora.

Abena, particularmente sensível às energias sutis do ambiente, sentia o peso da ameaça se aproximando como um arrepio na espinha. Enquanto contemplava a vastidão das montanhas, um olhar de preocupação toldou seus traços, obscurecendo o sorriso suave de momentos antes. A tranquilidade do templo, antes um santuário seguro, agora parecia frágil e vulnerável, prestes a ser rompida pela tempestade que se avizinhava. O perigo se aproximava sorrateiramente, e o breve momento de paz e intimidade de Jun-ho e Abena no templo estava prestes a ser brutalmente interrompido pela cilada implacável de Min-jae.

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