**Charlotte.**
Cheguei à faculdade e estacionei o carro quando avistei a Nicinha.
— Que vestido é esse? E por que você está com o cabelo preso? Nunca vi você assim! O que houve? O trabalho está mexendo com a sua cabeça? — ela disse, zombando de mim. Mas, para ser sincera, ela tinha razão. Charlotte Miller nunca usou um vestido como esse e muito menos prendeu o cabelo em um rabo. Enquanto caminhava ao lado dela, soltei os cabelos, desfazendo o rabo de cavalo.
— Eu só prendi o cabelo porque me arrumar no banheiro da R Max dá muito trabalho. Mas, apesar de tudo, estou adorando meu trabalho — respondi. Nicinha não precisa saber o que está rolando entre mim e o Romeu. Não quero que coloque um olho grande em algo que está apenas começando.
— Ontem ele te deu uma carona. Fiquei pensando que você não dá uma fora mesmo, hein? — ela disse, toda cheia de graça.
— Meu pneu furou, te falei. E outra, ele só quis ser gentil. Agora vamos entrar, não quero perder o primeiro horário. — E assim entramos, quando ouvi meu nome. Ao olhar para trás, fui surpreendida por...
— John! — gritei e pulei no colo dele, que me rodou. O John é meu amigo de infância e, claro, foi meu primeiro namorado. Ele ficou fora da Flórida por cerca de três anos, depois que a mãe dele se separou do pai, o deputado Gomes, que eu não suporto. Ele foi o motivo do fim do meu namoro com o John, já que eu pensava que Romeu Andrade era algo impossível, especialmente aos 15 anos, quando eu era apenas uma garota inocente.
— Que saudade! Você está mais linda do que antes — disse ele, me colocando no chão, e me deu um beijo na bochecha. Eu estava muito feliz de tê-lo ali ao meu lado e olhei para a Nicinha.
— Você sabia, não é? — ela sorriu e me abraçou junto com o John.
— Sim, queríamos fazer uma surpresa.
— E vocês conseguiram. Mas me diga, você veio para ficar, né? — perguntei.
— Claro! Me inscrevi aqui na FAU, mesmo sendo aceito em Harvard.
— Que menino metido! — brinquei, sorrindo. Estava radiante por ter John de volta. O resto da minha noite foi incrível, cheia de sorrisos. Além de John ter retornado à Flórida, ele vai cursar design também, e na mesma turma que eu. Esse sempre foi o desejo dele...
(...)
Depois de ser uma boa aluna, cá estou eu no estacionamento, apertando o alarme do meu carro quando...
— Charlotte Miller, dirigindo? Confesso que quando a Nicinha me disse, não acreditei. Eu estava pronto para te oferecer uma carona — disse John.
— Sinto muito, fica pra próxima. Mas foi bom te ver de verdade. — Dei mais um abraço nele, que tentou me beijar na boca, mas...
— Ei, calma aí! Menino! Que atrevimento é esse? — afastei-me dele.
— Pensei em matar a saudade dos nossos tempos de namorados, mas vejo que vacilei.
— Claro que vacilou! Eu te adoro, mas só como amigo, ok? Não tente isso novamente, por favor?
— Certo, mas não prometo nada. Charlotte Miller é difícil de esquecer, então quem sabe eu queira ela de volta na minha vida — falou, dando um beijo no meu rosto antes de sair. Entrei no meu carro sorrindo. Só queria a minha cama; amanhã é sábado e não preciso trabalhar, mas preciso organizar meu guarda-roupa. Posso pedir um empréstimo ao papai. Estou pensando em mudar o meu estilo.
(...)
E aqui estou, de fone de ouvido ouvindo música, em pleno sábado de manhã diante do meu closet, numa verdadeira guerra. Tenho tanta roupa que algumas nunca usei!
— Filha, aposto que vai cair um dilúvio, pois você está arrumando o seu closet! — falou minha mãe. Tirei o fone do ouvido.
— Pensei em pedir um empréstimo ao papai. Estou pensando em mudar de estilo. — Ela abriu a boca, surpresa.
— Charlotte Miller, cansou de ser fashion? — disse minha tia Clara, piscando para mim.
— Sou uma menina comportada agora e trabalho numa empresa renomada.
— Posso pegar algumas para mim? Estou pensando em fazer uma visita a você e conhecer seu chefe gostosão — falou minha tia Clara, e eu não gostei nem um pouco.
— Desculpa, titia, mas ele odeia ser incomodado. — Ela se jogou na minha cama. Minha tia é do tipo que adora uma festa e sempre tenta aproveitar a vida. Minha mãe vive tentando colocar juízo na cabeça dela, com a vovó Lurdes,mas ela sempre diz que a vida é curta e devemos aproveitar. Uma vez, minha tia me fez fumar um baseado e fiquei louca. Eu tenho que admitir que minha tia é bem legal. Mas minha mãe diz que ela sempre foi a inocente da família e, depois de ser deixada no altar, ficou rebelde.
Enquanto ela e minha mãe escolhem as roupas que vão usar, eu pego meu celular que toca e vejo um número desconhecido, mas atendo mesmo assim.
— Alô! Quem fala? — perguntei.
— Arrume as malas e vá até a empresa. Precisamos fazer uma viagem, e como você é minha assistente, precisa estar ao meu lado. — Fiquei sem entender, mas sabia que era o Romeu. Me afastei um pouco da minha mãe e da minha tia.
— Desculpa, chefinho, mas meu pai nunca iria deixar eu viajar! Não posso! — disse, conhecendo bem meu pai.
— Você tem uma hora. Espero que não se atrase!
— Chefinho, espera, eu... eu... Droga, desligou! E agora? Merda, meu pai sempre está no meu caminho. Desci as escadas e fui até o escritório dele. Bati na porta, e ele mandou entrar.
— O que você quer, Charlotte? — perguntou ele, sem nem olhar na minha cara.
— Pai, meu chefe ligou e disse que preciso trabalhar hoje. — Agora ele olhou para mim.
— E eu com isso? Vai lá! — sorri e me aproximei mais.
— Tem certeza que não se importa? Porque ele disse que vamos viajar. — Agora ele levantou as sobrancelhas.
— Viajar para onde? — Sentei na cadeira. Ainda tinha tempo de convencê-lo.
— Não sei, ele só disse que tenho uma hora e que sou sua assistente e precisa de mim. Preciso ir, pai! Estou amando esse meu emprego.
— Então vai, confio no Romeu Andrade. Você estará segura com ele e com a equipe dele. Deixe o celular ligado,e me liga de trinta em trinta minutos— Sorri e lhe dei um beijo. Tenho 18 anos, mas ainda me preocupo em manter satisfação com meus pais,quando me favorece claro. Apesar de adorar aprontar, o pior dos castigos do meu pai é ficar sem dinheiro. Merda! Não tenho uma roupa decente, então peguei as mais comportadas e joguei tudo na mala. Lembrei do que ele falou sobre o rabo de cavalo e fiz um. me despedir da minha mãe que me deu vários beijos me abençoou. Sigo para a R Max. Quando cheguei lá, ele já estava lá, pois vi o carro dele no estacionamento. Assim que desci, um homem veio na minha direção.
— Senhorita Charlotte, sou Freddy e vou pegar sua mala. O senhor Andrade já está no carro te esperando — falou o homem de terno preto. Olhei meio perdida, mas entrei no carro e vi Romeu no banco de trás. Ele não estava de terno, mas com uma roupa normal, como se fosse a um passeio, usando até óculos escuros.
— Então, para onde vamos? — perguntei, e ele tirou os óculos, me encarando.
— Dubai! — Fiquei sem acreditar, tentando segurar o grito de alegria. Sempre sonhei em ir a Dubai e nunca fui porque meu pai nunca deixou... Ele sempre me castigava. Sorri sem segurar a felicidade transbotando e fui abraçá-lo, mas ele fez um sinal negativo. Meu sorriso desapareceu na hora. O que será que aconteceu com ele? Ou o que eu fiz?
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Atualizado até capítulo 107
Comments
Silvana Schuwanz bernardo
mais uma louca na família kkkkkk
tia Clara doidinha ofereceu até um baseado pra Charlotte 🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣
2025-03-12
2
Silvana Schuwanz bernardo
então Charlotte namorou o John que é filho do deputado Gomes, e pelo que entendi ele fez alguma coisa com ela ou tentou sei lá, por isso que ela terminou o namoro com John 🤔
2025-03-12
1
Andreia Cristina
essa viagem vai render muito
2025-03-12
3