Capítulo 4

**Charlotte.**

Após uma semana trabalhando para meu pai, sinto como se todos os dias eu fosse atropelada por um trator. Sério, não sei quanto mais consigo suportar isso. E para piorar, ainda vão voltar as aulas? Meu pai é, sem dúvidas, o pior chefe do mundo! Mas pelo menos vou conseguir realizar meu sonho de ficar perto do meu futuro marido ideal, Romeu Andrade. Amanhã será o grande dia; por isso, aqui estou eu, à dez da noite, procurando a roupa perfeita para brilhar. Preciso estar deslumbrante, e a Nicinha está me ajudando por vídeo chamada enquanto experimento minhas melhores opções.

— Esse vestido está muito chamativo. Por que você não opta por algo menos exagerado e mais elegante? Vai ficar melhor, confia em mim! — diz a Nicinha enquanto eu fuço minhas roupas como se não houvesse amanhã.

— Se meu pai não tivesse bloqueado meu cartão, eu já teria comprado algo novo.

— Você tem roupas aí que nem usou! E outra coisa, nem sabe se ele vai estar lá. Pode ser que mande um representante para falar com seu pai.

— Não fala isso, Nicinha! Você está louca?! Essa é a minha chance de mostrar a ele a minha beleza e, quem sabe, ele se apaixona à primeira vista. — digo, me olhando no espelho para decidir se aquele vestido destaca meu 'bumbum'.

— Já te avisei que ele é gay. Ninguém nunca viu aquele homem com uma mulher em público. Vai saber...

— Cala a boca, vai! Eu sou virgem por causa dele! Ele será o primeiro a ver a minha... você sabe a minha xoxota! E você nem imagina o quanto já sonho com isso!

— Sério, não sei o que você vê nesse cara. Ele nem sorri! Deve ser insuportável.

— Nem eu sei por que me apaixonei por ele, Nicinha, mas desde aquele baile beneficente, quando eu tinha apenas 15 anos, eu senti os braços fortes dele, o perfume e o jeito dele que faz qualquer uma perder o chão. Naquele momento, soube que ele seria o homem da minha vida!

— Você sempre lembra desse dia, e ele nem sabe que você existe! E ainda diz que quer casar com um milionário, mas seu pai já tem tanto dinheiro. Não entendo você, Charlotte.

— Ah, Nicinha, meu pai é o dono de tudo isso, não eu! E eu só sei que preciso daquele homem para mim; e digo mais, ele vai ser meu e de mais ninguém!

Desligo o telefone na cara dela, porque, convenhamos, quem tem a audácia de ficar me desanimando? Depois de revirar todas as minhas roupas, é hora de deitar e sonhar com o grande Romeu Andrade, porque amanhã nada vai impedir minha chance de impressioná-lo!

(...)

No dia seguinte, após horas me arrumando, olho no espelho e me sinto uma deusa. Se aquele homem não ficar completamente apaixonado por mim hoje, eu admito que ele gosta da outra fruta.Desço as escadas e meu pai já está quase inquieto de tanto me esperar.

— Meu Deus, Charlotte, eu ia acabar indo sem você! — diz ele, bravo. — E pra que se arrumar tanto assim?

— Não vou à R Max pela primeira vez como uma maluca!

— Ok, Charlotte, só vamos, porque eu odeio atrasos.

E assim seguimos. Estou tão nervosa e ansiosa; pela segunda vez, terei a chance de estar frente a frente com meu homem dos sonhos.

Entramos na R Max, uma grande empresa. A Miller Designer é incrível, mas a R Max, Jesus, é linda e toda de vidro. Olho tudo, admirada, e não consigo conter o meu sorriso.

— Está animada? — pergunta meu pai enquanto subimos para o último andar, na área do CEO, claro, pelo elevador.

— Pai, sempre foi meu sonho conhecer aqui — claro que não digo a verdade, pois estou me lixando para essa empresa; eu quero mesmo é conhecer o Romeu Andrade.

— Espero que isso não atrapalhe nossos planos. Essa é uma grande oportunidade; Romeu Andrade é conhecido mundialmente e isso ajudaria a Miller a crescer fora da Flórida. — fala meu pai sério, demonstrando que isso é super importante. Mas eu lamento, pois não sei como vou reagir ao ver ele, o amor da minha vida, frente a frente.

Uma moça bonita nos leva a uma sala de reuniões enorme e eu estou tremendo.

— Filha, fica calma. É só uma reunião de negócios. Um dia você vai se formar e eu vou ficar velho demais; você vai assumir meu lugar. — Pela primeira vez vejo meu pai falando assim calmo comigo e dou um beijo em sua bochecha.

— Pai, eu nunca vou odiar o senhor. — ele sorri e alisa meu rosto. Quando ele está prestes a dizer algo, a porta da sala se abre e eu vejo ele, meu amor. Ele não sabe ainda, mas eu serei a única mulher na vida dele.

Quando meu pai me apresenta a ele, com o olhar mais sedutor do mundo, estou sem palavras e só quero tocá-lo para ver se ele é realmente real. Ele se ajeita e meu pai segura meu braço, envergonhado. Acho que exagerei com as mãos, mas ele é tão forte, tão lindo!

— Então sente-se. Eu pensei que ela era sua assistente, não sua filha. Lembro dela apenas como uma garotinha. Agora olhando bem atento,Como o tempo passa rápido! — diz ele, soltando o botão do paletó.

— Realmente passa rápido. Mas além de ser minha filha, ela é minha assistente. Filha, precisa criar juízo e trabalhar. — Uau, estou com vontade de matar meu pai, ele está expondo meus defeitos. Que vergonha.

— Adolescentes são assim mesmo, já fui um dia. E quando comecei a fundar a R Max, criei juízo. — fala ele, revelando finalmente seu sorriso encantador. Estou tão boba olhando para ele.

— Então vamos ao que interessa! — diz meu pai, e a reunião deles começa. Eles discutem vários assuntos empresariais, e eu não tiro os olhos dele. Foco em cada detalhe de suas mãos, como ele levanta as sobrancelhas e, por um momento, morde o canto da boca, bate a caneta na mesa, se joga para trás. Analiso tudo nele. Acho que ele percebeu que não tiro os olhos dele; até estufo o peito, pois precisa parecer maior. Ele sorri e que vergonha! Acho que ele percebeu eu ajustando meu decote enquanto meu pai assina vários papéis. Ele sorri para mim e trocamos olhares; aproveito e pisco os olhos para ele, que se ajeita na cadeira. Ai, droga, tomara que eu não tenha sido muito ousada.

— Pronto, tudo assinado. Tenho certeza que com essa parceria, só vamos crescer. — fala meu pai, entregando a ele toda a papelada.

— Pode ter toda razão. Vamos longe. Estou sem assistente, mas se precisar de algo, pode me ligar diretamente no meu telefone particular. — ele entrega um cartão ao meu pai e eu estou aqui pensando no que ele disse sobre estar sem assistente e, de repente, pergunto...

— Pretende contratar uma assistente, por agora? — meu pai me olhando como se quisesse me matar, mas meu lindo só diz.

— Sim, conhece alguém boa? — e eu passo na frente do meu pai, me achando.

— Eu sou ótima! — digo, olhando bem nos olhos dele. Ele não entende nada.

— Desculpa, Romeu, minha filha às vezes fala demais.

— O que foi, pai? Eu só quero subir de patamar, não que trabalhar na Miller seja ruim, mas meu chefe, Jesus, é o pior de todos. Por isso, se o senhor quiser, eu preencho a vaga. Não sou mais adolescente, já tenho 18 anos; sou uma mulher! — digo com o nariz empinado e ele ergue as sobrancelhas.

— Charlotte, desculpa novamente, Romeu, eu te ligo qualquer coisa. — fala meu pai me repreendendo. E eu penso: puts, lasquei tudo agora. Mas Romeu Andrade aperta as mãos do meu pai.

— Olha, a proposta da sua filha é tentadora, e por mim ela pode se candidatar à vaga; não vejo problemas. Assim fica mais fácil para tratarmos dos assuntos da nossa nova parceria. — Eu não sei se pulo, grito ou realmente ouvi isso. Eu sabia que ele logo se apaixonaria por mim porque eu sou demais... Agora só falta meu pai concordar, e ele ainda está em silêncio. Estou torcendo para ele concordar.

— Por mim, pode ser. Mas promete que não vai dar moleza para ela só porque é minha filha! E ela pode começar amanhã mesmo. — Eu beijaria meu pai na testa, mas não quero parecer boba. Ele acha que sou uma adolescente e eu vou mostrar a ele que sou uma mulher!

— Por mim, Charlotte, você começa amanhã! Seja bem-vinda à R Max. — seguro meu surto e aperto a mão dele como uma mulher de negócios.

— O senhor não vai se arrepender, Senhor Andrade!

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***