Inocência ou um Contrato Mal Assinado? Livro 2

Capítulo 9

**Romeu.**

Chego na R Max e entro no elevador com o celular nas mãos, aguardando a ligação do Rogem. A cada movimento da Maia, uma onda de ansiedade me consome. Depois de dois anos com ela, confiei plenamente em sua lealdade, e agora olho para o que me trouxe: traição. Se alguém deveria temer, esse alguém deveria ser ela! Afinal, eu sou o mestre!

A raiva toma conta dos meus pensamentos e do meu corpo! Maia violou todas as regras ao mentir e se esconder. Já a puni, e ela poderia ter usado a palavra de segurança, mas decidiu permanecer em silêncio. A culpa é dela, não minha! Ao sair do elevador, meu celular toca.

**Ligação em andamento:**

— Você encontrou ela, Rogem? — pergunto, ansioso.

— Não, senhor.

— Então, por que me liga? Quero que só me contate quando encontrá-la. — Entro na minha sala, consumido pela fúria.

— Senhor, o sinal do rastreador aponta para a ilha. Ela voltou para o ponto de origem! — Ando de um lado para o outro, cada vez mais irritado.

— Vá até lá! O que está esperando, seu imbecil? E traga a Maia, nem que seja arrastada pelos cabelos. — Desligo a chamada, sentindo a frustração ferver dentro de mim. Maia conseguiu despertar minha ira, e quebrei meus próprios limites por conta dela.

Grito pela Charlotte, pois chegou a hora de enfrentar Nicolau Fagundes, esse típico "filhinho de papai". Tudo o que ele tem foi dado pelo pai; se ele é meu sócio, é devido a isso. Nicolau adora me provocar, mas também tem um gosto especial por mulheres. Quantas vezes ele já não mostrou interesse por Maia? E eu precisei me conter para não desferir um soco nele.

Esse cara ama café, mas sempre que aparece, eu lhe sirvo chá, porque aqui, na minha empresa, quem manda sou eu!

Após conversar com Charlotte e confirmar que tudo está em ordem, sigo em direção à sala de reuniões. Ao abrir a porta, vejo Charlotte passando batom vermelho nos lábios. Sou um observador, especialmente quando se trata de mulheres. Cada detalhe ela faz chama minha atenção: a forma como pisca os olhos, a velocidade com que aplica o batom, como guarda o item na bolsa e ajusta seus seios. Saio do meu transe e digo:

— Charlotte! Por que você ainda está vestida assim? — Ela se levanta, aparentemente confusa.

— Desculpa, chefinho, mas eu só trouxe essa roupa! — responde, de um jeito que me tira ainda mais do sério. Uma vontade incontrolável de dar umas boas palmadas nela surge.

— Eu mandei você ir ao almoxarifado pegar um uniforme. — Me aproximo e seguro seus ombros, virando-a na direção das outras funcionárias. Ela está tensa, posso sentir o tremor em seus braços. — Veja, as outras funcionárias estão com uniforme, e você... — Chego bem perto de seu ouvido e respiro o aroma delicioso que ela exala — você também vai usar o uniforme como as demais. — A encarando firmemente — Fui claro? — Ela olha entre mim e as funcionárias, hesitando.

— Nem morta! Charlotte Miller não vai usar uma coisa daquelas. — Ela balança a cabeça negativa, batendo os pés no chão. Sua ousadia desafia minha paciência. Não suporto ser desafiado! Fecho o rosto e a encaro diretamente nos olhos, firme: — Estou dizendo que você vai usar, Charlotte, porque aqui quem manda sou eu. Ou, se preferir, pode descer o elevador e desaparecer da minha frente! — Seu olhar muda instantaneamente, e agora vejo medo em seus olhos. Finalmente, sinto um alívio, pois odeio perder o controle.

— Preciso trocar de roupa agora? — Juro que a demito hoje mesmo!

— Não, Charlotte. Você pode trocar só na próxima semana! — digo, com descontentamento, e ela solta um suspiro de alívio.

— Ah, que bom! Nossa, estava prestes a ter um treco! Quem foi o estilista que desenhou aquela coisa? Veja, a saia! — Ela me puxa pelo braço, indicando a assistente da Eva, que está à esquerda. — Está vendo? Dá para ver a calcinha da coitada! Se eu tiver que usar aquela saia horrorosa, terei que vim sem calcinha, e isso definitivamente não vai funcionar! — Fala de uma forma que parece íntima, e fico tomado pela indecisão de como responder. Olhando bem, a saia é preta, mas a luz do sol deixa claro que a calcinha está evidente. Viro o olhar rapidamente e encaro Charlotte, que levanta as sobrancelhas, como se estivesse no controle. Isso me exaspera.

— Deixe, eu vir com minhas próprias roupas. Nunca te pedi nada! — Diz ela, fazendo-se de manhosa novamente, paralisando-me. Vejo como ela acaricia minhas mãos, desviando minha atenção. Nessa situação, é como se ela fosse uma menina travessa que merece uma boa lição. Meu coração palpita, e a vontade de olhar para seus seios quase à mostra é quase incontrolável. Droga, eu realmente quero dar umas palmadas nela por me deixar assim, estou até suando.

— Ouviu o que eu disse, chefinho? O senhor Nicolau Fagundes, acertei, não é? — Ouço a voz dela novamente, e isso me lembra de uma experiência única que tive uma vez, quando conheci a Maia. Agora, essa sensação se repete com Charlotte Miller. Ao voltar a mim, olho para Nicolau, que estende a mão na minha direção. Cumprimento-o.

— Pontual como sempre? — comento, e ele se mostra irônico como de costume...

— Sou um bom menino, Romeu, só você não acredita nisso. — Ele se vira para Charlotte, beijando sua mão, e isso me incomoda profundamente!

— Que bela assistente você arrumou! Sempre admirei a Maia, tão linda e encantadora — ele sorri, me encarando, e mal consigo me conter para não socá-lo.

— Mas Charlotte Miller é bem melhor. Você é um sortudo, Romeu. Ou quem sabe eu consigo roubar ela de você? O que acha, Charlotte? Te pago mais do que ele! — Lança um sorriso irônico. Que ousadia!

— Obrigado pela oferta, Nicolau Fagundes, mas — ela me encara — a R Max é perfeita! — Nossos olhares se encontram, e sinto um toque de desejo em suas palavras.

— Só tenho meia hora, então vamos direto ao que importa, Nicolau, e pare de seduzir minha assistente! — Atravesso a frente e, ao entrar na sala de reuniões, encaro Charlotte com seriedade. Pois ela só pode esta de bricadeira, com a minha cara!