Inocência ou um Contrato Mal Assinado? Livro 2

capítulo 15

**Romeu.**

— Charlotte Miller, quer dizer que sou o seu desejo de consumo? Isso já facilita bastante a minha vida. — repito, sentado na minha cadeira de CEO, no meu escritório impecável, sorrindo enquanto brinco com meu celular nas mãos. Hoje foi um dia de sucesso. Preciso sentir que estou no controle, a adrenalina do prazer percorrendo meu corpo, a sensação de mandar e ser obedecido. Preciso punir alguém para me sentir vivo. Sempre que procuro uma submissa para ser minha "florzinha", dou o meu melhor antes mesmo de elas me conhecerem de verdade. Às vezes, me sinto um aproveitador, mas, para ser sincero, não obrigo ninguém; elas assinam meu contrato porque querem ou porque ficam malucas por mim, a ponto de não conseguirem dizer não a nada que eu peça. No entanto, não é tão simples assim. Para ser uma das minhas "florzinhas", você precisa despertar um desejo profundo em mim. Maia certamente fez isso quando viajei a negócios para a ilha que abriga a aldeia Grandalhões. Ela pertence a Eduardo Miller, e eu quero aquela ilha para mim; tenho planos para ela, pois fiquei encantado. O problema é que Eduardo se recusa a vendê-la. Isso me irrita profundamente, porque, quando quero algo, costumo conseguir, nem que seja à força. Por isso, decidi por enquanto entender sua posição e oferecer uma aliança entre nossas empresas, assim depois poderei convencê-lo a me vender a ilha,sei ser paciente.

E como eu estava dizendo, durante uma dessas viagens, conheci Maia, uma índia de longos cabelos negros. A cor de sua pele radiante me deixou completamente maluco; ela era única, com uma inocência incomparável. Fiquei tão obcecado por ela que consegui fazê-la se apaixonar de tal forma que decidiu deixar a ilha, abandonando toda a sua família. O pai dela foi bem claro ao dizer que, se ela entrasse no barco, poderia esquecer deles. Acredito que foi esse o motivo de ela não retornar para casa após a viagem. Acabei fazendo de Maia a minha submissa durante dois anos, até que ela conseguiu fugir. No entanto, Charlotte Miller me atrai de uma maneira diferente, não pela sua inocência, mas pela sua desobediência. Mal posso esperar para aplicar o primeiro castigo nela.

Enquanto isso, meu celular vibra. Atendo:

— Alô, o que você tem de novo? — pergunto.

— Senhor, tenho mais informações sobre Charlotte Miller que você vai adorar saber. — Um sorriso se forma no meu rosto.

— Que informações?

— Ela... — Mas antes que Rogem pudesse completar, Charlotte invade minha sala com um vestido extremamente dos pés a cabeça. Desligo o celular, talvez fale com Rogem mais tarde, porque gostei da atitude dela; foi bem obediente e lembrou das minhas ordens. Entretanto, o que realmente me irrita é aquele cabelo ruivo dela, que a torna irresistível. Não quero dividir isso com mais ninguém, então prendo o cabelo dela em um rabo de cavalo. Maia era linda, mas Charlotte é ainda mais encantadora. Uma submissa tem que ser só minha; ela deve estar sempre linda e sexy apenas para mim. Não vejo a hora de ter Charlotte Miller completamente a meu dispor no meu quarto da inocência.

No entanto, vou deixar que ela fique ainda mais apaixonada para não correr riscos. Sem contar que preciso saber mais sobre ela. Após Charlotte sair da minha sala, ligo novamente para Rogem.

**Ligação On.**

— Rogem, antes de você me contar o que descobriu sobre Charlotte Miller, quero que coloque alguém na cola dela. Quero saber tudo o que ela faz e diz.

— Sim, senhor, como quiser.

— Ótimo, estou indo para casa; conversamos lá.

— Está bem, porque o que eu descobrir vai deixar o senhor de boca aberta.

— Excelente trabalho, Rogem!

**Ligação Off.**

Volto para minha mesa, organizando minhas coisas. Quando estou prestes a sair, Eva invade minha sala.

— Já vai? — pergunta ela.

— Sim, foi um dia e tanto. Mas o que você quer? Sua cara diz que tem algo a dizer.

— Romeu, eu tinha que te pedir; já que você nunca atende meus apelos, serei clara.

— Se for sobre Charlotte Miller, pode parar; não vou demiti-la.

— Romeu, Cleiton está em maus lençóis com o deputado Gomes; você precisa ficar ao lado da sua família. — Isso me irrita.

— Se o deputado Gomes está aflito com Charlotte trabalhando para mim, é porque ela sabe de algo sobre ele, suponho. Agora, não entendo por que Cleiton está tão desesperado a ponto de te mandar me infernizar. Diga ao seu marido que não vou demitir Charlotte Miller. E outra, pare de sabotar a garota no estacionamento! Tem câmeras; eu vi você furando o pneu do carro dela! O que pretende com isso?

— Ok, Romeu. Se você quer prejudicar a nossa empresa com essa garota, faça. Eu furei o pneu dela para que ela faltasse à aula e o pai dela a proibisse de trabalhar aqui. Estava apenas fazendo um favor a ela, já que, como você mesmo disse, todos os andares têm câmeras. Da próxima vez que ela falar mal de mim, diz a ela para falar na minha cara. — E assim, Eva saiu da minha sala.

O que realmente me incomoda é o quanto o deputado Gomes parece preocupado com a presença de Charlotte Miller ao meu lado. O que será que ele está escondendo?