Meu coração ainda martelava no peito enquanto eu fechava a porta do quarto atrás de mim, apoiando as costas nela e soltando um suspiro longo.
Eu consegui.
EU CONSEGUI!
Fugi das garras do mafioso arrogante e psicopata.
Sorri sozinha, cruzando os braços com orgulho. Quem diria, hein? Kiara Vázquez, fugitiva profissional! Eu deveria ganhar um prêmio por isso.
— Eu disse que o plano daria certo! — Ana jogou-se na cama com um sorriso vitorioso, tirando os óculos e colocando-os sobre a cabeça como uma verdadeira estrategista de guerra.
— Sei não… — murmurei, começando a desfazer minha mala. — Tá fácil demais.
Lucía revirou os olhos.
— Ah, Kiara, para com isso. Você acha que ele vai revirar Madrid inteira por você? Esse lugar tem milhões de pessoas, centenas de hotéis, milhares de turistas! Seria como procurar uma agulha no palheiro.
Eu soltei um risinho, mas uma parte de mim hesitou.
Cristian Martinéz não era um homem comum.
Ele não era o tipo que aceitava um "não". E com certeza não era o tipo que engolia uma mentira esfarrapada sem desconfiar.
Mas… ah, que se dane! Eu fui convincente! Fiz até uma tossinha dramática no telefone! Meu Oscar que lute!
— Mudando de assunto… o que acham de um passeio pela cidade? — Ana sugeriu, já se levantando.
— Sim! Precisamos aproveitar antes de começarem as aulas com os chefs! — Lucía concordou.
Respirei fundo.
Eu merecia um descanso. Merecia me divertir.
Cristian Martinéz nunca me encontraria aqui.
Ele nem desconfiava.
Eu estava livre.
… Né?
O cheiro de sangue ainda impregnava minhas roupas.
Meu braço latejava, mas a dor não era nada comparada à raiva borbulhando dentro de mim.
Após chegar em San Sebastian, peguei meu Bugatti e dirigi em direção a casa de Kiara, minha mente trabalhando a mil.
Ela estava aprontando algo.
Bati na porta da casa dela com força, o som ecoando pela vizinhança. Esperei. Nada.
Bati de novo. Mais forte.
Ninguém atendeu.
Maldição.
Um vizinho, um velho metido que me olhava torto, estava na calçada.
— Onde está a Kiara? — perguntei direto, sem paciência para rodeios.
Ele ajeitou os óculos, franzindo o cenho.
— Ah, a mocinha? Saiu cedo com umas amigas. Acho que viajaram.
Fiquei parado por um momento, sentindo a raiva se espalhar como fogo no peito.
Mierda.
Aquela garota teve a audácia de mentir pra mim.
Virei nos calcanhares e entrei no Bugatti, acelerando pelas ruas estreitas até a mansão do meu pai.
Meu humor estava Uma bomba-relógio.
Ao entrar, passei direto pela sala, onde Javier lia um jornal.
— Cristian, meu filho, você…
Ignorei completamente. Não tinha tempo para conversa.
Fui direto para a cozinha, e Cármen, que guardava a louça, virou-se no susto ao me ver.
A taça em sua mão escorregou e estilhaçou no chão.
— Dios mío, menino, que susto! — Ela levou a mão ao peito, tentando recuperar o fôlego.
Me aproximei devagar, meu olhar fixo nela.
— Onde está Kiara?
O pânico passou por seus olhos, rápido, mas eu vi.
— A menina está doente, senhor Cristian… de cama…
Dei um soco na mesa, forte o bastante para fazer os pratos tremerem.
— Não minta para mim, Cármen. Você sabe que eu odeio essa merda.
Ela engoliu seco, desviando o olhar.
— Mas é verdade, senhor… ela está mal e…
Inclinei-me para mais perto, minha voz saindo baixa, letal.
— Cármen, eu tenho uma enorme consideração por você. Mas minha paciência tem limites. Vou perguntar uma última vez. ONDE. ESTÁ. A SUA. SOBRINHA?
Ela hesitou. Mordeu os lábios. Mas então, finalmente, desistiu.
— Ela teve que viajar, senhor Cristian…
Minhas mãos se fecharam em punhos, meu maxilar travando.
— Para onde?
— Madrid…
Madrid.
Fechei os olhos por um segundo, controlando a fúria que rugia dentro de mim.
Virei-me para sair, mas senti o toque hesitante de Cármen segurando meu braço.
— Senhor… não machuque minha menina. Ela não fez por mal… só teve que mentir, mas foi por um bom motivo.
Minha expressão endureceu.
— Eu jamais machucaria sua sobrinha, Cármen. Achei que me conhecesse o suficiente para saber disso.
Soltei-me do seu aperto e saí sem olhar para trás.
Dentro do Bugatti, peguei o telefone e disquei um número.
Afonso atendeu no primeiro toque.
— Diga, chefe.
Minha voz saiu fria, cortante.
— Quero que localize uma pessoa. Agora.
Madrid era grande.
Mas não o suficiente para esconder Kiara de mim.
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Atualizado até capítulo 81
Comments
Selma
Ele não vai machucar ela porque a ama mais, isso não vai impedir ele de punir ela.
2025-02-24
46
Gedna Feitosa Gedna
É Kiara, a mentira tem perna curta e as pessoas logo alcança ela. kkkkkkkkkkkkkkk
2025-03-23
2
Lucia Regina
kkkkk quê plano maravilhoso em Kiara kkkkk quê ensina o cachorro mijar no poste kkkkk se prepare que agora o homem enlouquece de vez kkkkkkk
2025-02-24
3